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Edilson, do Cruzeiro, se desculpa com venezuelanos e comenta ameaça de atleticano Danilo: 'Nem sei quem é'

Lateral não amenizou para Otero e minimizou ameaça de Danilo Barcelos

postado em 10/04/2018 21:56 / atualizado em 11/04/2018 00:21

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pr
Pivô de uma grande polêmica com o meia venezuelano Otero, do Atlético, durante e após a final do Campeonato Mineiro, no último domingo, o lateral-direito Edilson, do Cruzeiro, esclareceu algumas questões nesta terça-feira durante o programa Bastidores, da Rádio Itatiaia

O cruzeirense pediu desculpas ao povo venezuelano pela declaração dada ao canal Sportv, logo depois do clássico, na qual se refere à seleção nacional do país com menosprezo.

Quando falava do atrito com Otero à emissora, Edilson emendou uma crítica à seleção. “Quem é Otero? Otero… Seleção Venezuelana. Não é porra nenhuma. A gente tem que pensar é no meu time, porque meu time é bom para caramba, meu time vai conquistar bastante título este ano”. 

Em participação ao vivo na Itatiaia, o lateral admitiu que se excedeu. “Eu queria, de antemão, porque nunca é tarde, mesmo com experiência assumir alguns erros. Acho que depois da saída do jogo, eu falei do Otero e, quando falo do Otero, eu acabei falando da Venezuela, do país, e queria pedir desculpas a todos os venezuelanos, não foi a minha intenção machucá-los com palavras. O povo da Venezuela talvez seja muito parecido com o povo brasileiro, muito trabalhador, muito humilde, e tenho o maior respeito sim por eles. E queria pedir desculpas ao vivo”.

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Edilson só não amenizou suas palavras em relação a Otero. ”Pelo fato de o clássico ser muito quente, e por toda a rivalidade que estava toda a semana, pela provocação do Otero com o Robinho, no primeiro jogo, acho que depois que a gente foi campeão, a grande maioria extravasou um pouquinho e ...quando falei do Otero, eu continuo com aquelas palavras do Otero, mas queria tirar o país, Venezuela, porque errei ali e queria ao menos consertar esse erro”, acrescentou. 

A fala de Edílson sobre os venezuelanos gerou grande repercussão nas redes sociais. Nesta terça-feira, o lateral-esquerdo Danilo Barcelos, do Atlético, fez um comentário no Instagram logo abaixo da entrevista do jogador cruzeirense ao Sportv e adotou tom de ameaça. “Babaca do caralho. A hora desse filho da puta vai chegar!”, escreveu (leia abaixo).

À Itatiaia, Edilson minimizou o posicionamento de Danilo. “Falou uma besteira aí, mas nem sei quem é esse menino”.

Reprodução


No fim da noite desta terça-feira, Danilo Barcelos se manifestou no Instagram e pediu desculpas pela forma como se expressou em relação a Edilson. Segundo ele, sua atitude foi no intuito de defender um companheiro de clube. "Por toda minha vida nunca maltratei, critiquei ou humilhei alguém! Vejo que errei em se tornar público algo que eu queria dizer na cara, um total desrespeito a meu companheiro e amigo, que me senti à vontade no momento em expressar o que eu sentia ! Não me arrependo,(mais me desculpo mesmo assim ) entendo que é algo que não faz parte da minha pessoa ou minha família , sempre irei proteger minha instituição e meu amigo! Tenho mtos amigos do outro lado ,inclusive jogando do outro lado. OBS::: Quero deixar bem claro q quando disse que a hora vai chegar não foi uma ameaça,não sou eu quem vai fazer algo com ele,pessoas com pensamentos e atitudes como a dele é a vida que se encarrega cuidar! (sic) ", postou Danilo.


Leia outros trechos da entrevista de Edílson à Itatiaia:


Vai continuar, é isso que move o futebol. Eu sempre digo: no primeiro jogo ali, quando o Otero zoou, então os atleticanos deram risada, todo mundo curtiu pra caramba nas redes sociais. E no domingo, no pós jogo, foi nossa hora, da zoação. Mas não que isso possa interferir de uma maneira diferente, de violência, porque não é isso que estamos querendo passar. Tem milhões de crianças que nos seguem, acompanham tanto Atlético quanto Cruzeiro, e toda essa brincadeira sadia, que fique dentro de campo, dentro das quatro linhas, que não se torne violência, porque não é isso que a gente espera.

Motivação para ganhar o Mineiro

Você falando sobre o jogo, sobre a nossa motivação, acho que o que aconteceu no primeiro jogo foi até difícil de digerir, porque a gente vinha de vitórias importantes, e chegou no primeiro jogo, deu meio que um apagão ali em 12 ou 15 minutos. Mas na nossa semana de preparação, a gente olhava um pro outro e falava: vamos chegar lá e reverter esse jogo. Vamos ganhar, e todo mundo falando, isso vai contagiando o vestiário. Eu estava fora do primeiro jogo, tenho que agradecer toda a equipe médica, ao Mano, por acreditar em mim, que eu poderia ajudar ao menos um pouco nesse segundo jogo da final e pude entrar e ajudar meus companheiros.

Pressão da torcida na Toca

A gente vinha de uma derrota no clássico, fizemos um jogo que não esperava diante do Vasco também, como time grande, a gente respeita o Vasco, mas a gente tinha que ganhar deles em casa. Mas a nossa semana, ainda foram uns torcedores lá, começaram a xingar e a gente ficou triste. Eu sei que não é a maioria dos torcedores, mas naquela semana a gente precisava de apoio. Acho que foi na quinta. E aquilo dali foi em um dos primeiros dias que eu voltei pro campo, fiquei chateado, a gente está precisando se levantar e não que as pessoas coloquem a gente pra baixo. Eram uns dez meninos ali, acho até que foram contratados para nos xingar. Mas nós jogadores ali, a gente olhava uns nos olhos dos outros, trabalhando muito sério, a gente respeita o outro lado, mas a gente sabia da nossa força e da qualidade do nosso elenco. Fizemos um jogo como deveria ser feito, na base da raça, da vontade, e também na experiência e conseguimos ganhar.

Expulsão em lance com Otero no clássico da primeira fase

No primeiro clássico meu, eu não deveria ser expulso, porque a maioria dos árbitros brasileiros, eles compensam. Se ele dá um cartão pra um, porque está na disputa, tem que dar para o outro. Não acho isso certo. No primeiro clássico lá (no Independência), eu tive uma disputa com o próprio Otero, ele meio que subiu nas minhas costas e ele caiu, o juiz deu amarelo pra mim e deu pra ele. No lance seguinte, no segundo tempo, se eu não tivesse cartão, poderia ter matado a jogada sim, levaria só amarelo, ficava por ali. Eu tentei atrasar a jogada e caí para não tocar nele, machuquei meu joelho, fiquei um mês parado por causa disso. 

Expulsão de Otero na finalíssima

Nesse jogo, se você vê o lance, eu chuto pro lado de cá, não acerta nele em nenhum momento. Se eu tivesse a intenção de acertar ele, eu tinha deixado a perna reta e teria acertado nele. Mas a perna vai em vão, vai do lado esquerdo dele assim e acaba não pegando. Como disse, foi um clássico muito quente, ele acabou deixando o braço e eu, claro, por ser clássico, valorizei o lance. Mas não vi várias vezes o lance e pó...o árbitro tomou a decisão que nos ajudou.

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