O técnico Mano Menezes fechou os treinamentos do Cruzeiro antes do primeiro jogo da decisão do Campeonato Mineiro contra o Atlético, no Independência. Contudo, apesar de ter tido tranquilidade para trabalhar durante a semana, o time voltou a repetir os mesmos erros da partida contra o Racing, pela fase de grupos da Copa Libertadores. Nos dois principais jogos da temporada até aqui, o time celeste vacilou na 'bola parada'.

Assim como naquele jogo na Argentina, as cobranças de falta e escanteio atormentaram o Cruzeiro. Os três gols do Galo foram marcados dessa forma. No primeiro, Otero cobrou falta e Ricardo Oliveira, que recebia marcação de  Murilo, desviou para o gol com a perna – o lance que originou o primeiro tento foi alvo de reclamação dos cruzeirenses, que se queixaram de uma falta inexistente em Elias. Na sequência, o volante Adilson aproveitou escanteio de Otero para marcar de cabeça ao antecipar a marcação de Egídio. O terceiro veio do centroavante Ricardo Oliveira, que se desvencilhou da marcação de Egídio e ampliou o placar.

Se na defesa o Cruzeiro comprometeu na jogada aérea, ofensivamente a Raposa não conseguiu explorar a estatura de Raniel. O resultado de 3 a 1 para o Atlético, neste domingo, deixou o Galo mais perto do título Mineiro. Para conquistar o Estadual, a equipe de Mano Menezes precisa vencer o segundo jogo da decisão por uma vantagem de dois gols.

A desordem defensiva do Cruzeiro na bola parada foi vista também na partida contra o Racing, na estreia da Copa Libertadores. Na Argentina, a Raposa perdeu por 4 a 2. No primeiro gol do Racing, Lautaro Martínez não foi acompanhado por Murilo e desviou a bola alçada por Neri Cardozo. No segundo, o camisa 10 recebeu passe em cobrança de falta, ganhou no pé de ferro de Henrique e tabelou com Lisandro López antes de mandar para as redes. E, no terceiro gol, Lautaro Martínez subiu sozinho na grande área após cruzamento em escanteio. Henrique é quem deveria estar na marcação. Apenas o quarto tento do Racing teve jogada trabalhada entre Centurión e Augusto Solari, que bateu rasteiro por baixo de Rafael.

Assim, nos dois principais compromissos da temporada'2018, o time de Mano Menezes apresentou as mesmas fragilidades e tomou muitos gols - 4 do Racing e 3 do Atlético. Vale destacar que o principal atleta na jogada aérea do Cruzeiro ficou no banco no clássico deste domingo. O zagueiro Dedé ainda tenta recuperar seu espaço no elenco após ficar muito tempo parado por lesão.

Mano Menezes assumiu as responsabilidades dos erros do Cruzeiro e disse que é um problema coletivo de marcação, minimizando a ausência de Dedé. “Você acha que o Leo não tem condições?", questionou o treinador ao ser perguntado sobre Dedé. "A medida que você pede um jogador, você diz que o que está não tem condições de marcar a bola parada. (...) Não adianta a gente querer individualizar, não e correto isso. Eu sou o comandante do time, eu sou o responsável pela bola parada. Minha equipe tomou três gols de bola parada e o culpado sou eu”, completou Mano.

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