Fred se contundiu no jogo contra o Tupi, no domingo, e ficará entre seis e oito meses em recuperação - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A PressAs rupturas do ligamento cruzado anterior e de um ligamento lateral do joelho direito vão tirar Fred de combate no Cruzeiro por um período de seis a oito meses. Embora o atacante tenha histórico de muitas contusões na carreira profissional, iniciada em 2003, essa será a sua maior inatividade. No Lyon e no Fluminense, principalmente, o camisa 9 também viveu dias difíceis no departamento médico, mas jamais ficou mais de quatro meses parado.

Em junho de 2007, Fred fraturou o quinto metatarso do pé direito e desfalcou o Lyon por três meses. Na foto, ele usa muletas e conversa com o então presidente do clube, Jean-Michel Aulas - Foto: Lyon/divulgação

No Lyon, Fred ficou três meses afastado em 2007 por conta de uma fratura no quinto metatarso do pé direito – caso idêntico ao de Neymar – e três meses em 2008 devido a uma inflamação no tendão da fáscia lata da perna esquerda. No Fluminense, seu pior ano no que diz respeito a contusões foi 2013. Ao todo, foram 155 dias inativo. Primeiro, parou entre abril e maio por causa de lesão no músculo localizado atrás do joelho direito. Em agosto, teve um estiramento no músculo reto anterior da coxa direita e desfalcou o clube carioca no restante da temporada (veja histórico completo abaixo).

Em abril de 2013, Fred precisou deixar o campo carregado em jogo do Fluminense contra o Resende, pelo Carioca, devido a uma lesão em músculo localizado atrás do joelho direito - Foto: Agência Photocamera

Apesar do duro golpe para Fred justamente agora, no ano de sua volta ao Cruzeiro, o diretor médico do clube, Sérgio Campolina, garante que ele está com a cabeça boa. “O Fred me surpreende a todo momento. É um cara de uma energia muito boa. Ele queria informações, exatamente por ser uma coisa nova para ele. Ele estava apreensivo quanto a isso. A primeira coisa que ele perguntou foi prazo, quando é que ele volta. Aí eu o tranquilizei, expliquei que das lesões que ele poderia ter, ele teve a associação menos grave. Ele quer se recuperar rápido e tudo que eu o pedi nesse curto tempo, ele fez. Então, tenho certeza que ele vai se empenhar no pós-operatório."

Segundo o médico, o apoio dos demais jogadores tem sido psicologicamente importante para Fred. “Uma lesão crônica marca o atleta, e o Fred é muito querido pelo grupo. Então, esses atletas especificamente, Fábio e Dedé, me procuraram, perguntaram, ‘Sérgio, posso ligar pra ele, posso conversar com ele?’. Interessante isso lá no clube, porque eles têm muito essa preocupação para respeitar o momento do atleta. A primeira coisa que o grupo fez no vestiário - eu não tinha passado nenhum diagnóstico para os jogadores, não queriam saber na verdade -, eles se juntaram, fizeram um vídeo e mandaram para o Fred, sem saber a gravidade. Pelo simples fato de ele ter saído (de campo). Então, isso, para o atleta, eu imagino o tanto que é importante. Depois é que vieram me perguntar, saber da gravidade, da situação real, quanto tempo ia ficar fora, se poderia fazer uma recuperação mais rápida, mais lenta, se vai ficar na Toca se recuperando. Ele tem apoio incondicional de todos que estão ali, todos são muito próximos a ele, ele é muito querido”, destacou.

O otimismo de Sérgio Campolina também tem a ver com o fato de Fred não ter histórico de lesões ligamentares no joelho. Essa é a primeira. A idade de 34 anos não pesará em nada na reabilitação do atacante. “Teria diferença, pela idade, se o joelho dele não fosse virgem, ou seja, se fosse um joelho que tivesse lesões anteriores. E não tem. A cartilagem dele é boa, o menisco é bom. e esse prognóstico (de cirurgias anteriores), que pode retardar uma recuperação, ele não tem alterado. O joelho dele é um joelho de um menino, é um joelho virgem, que não tem nenhuma alteração”.

A estimativa de retorno entre seis e oito meses já inclui a etapa de recondicionamento físico de Fred. Com isso, não está descartada a hipótese de o atacante ficar à disposição da comissão técnica em novembro, mês de uma eventual decisão da Copa Libertadores (7 e 28/11). O camisa 9 ainda poderia atuar no Brasileiro, a ser encerrado em 2 de dezembro.

AS LESÕES MAIS IMPORTANTES DA CARREIRA DE FRED

Nenhum caso relevante.

Em 25 de outubro, Fred teve diagnosticada uma lesão muscular na coxa direita e só voltou a jogar pelo Lyon em 2007. Ficou mais de dois meses sem atuar.

Em 28 de junho, Lyon confirmou fratura no quinto metatarso do pé direito de Fred e foi cortado da Seleção Brasileira na Copa América. Ficou três meses sem atuar. 

No fim de maio, Fred teve uma inflamação no tendão da fáscia lata da perna esquerda e ficou três meses sem atuar pelo Lyon. Atacante retornou aos gramados em setembro do mesmo ano.

Em março, Fred teve incômodo na virilha e ficou três jogos ausente do Fluminense.

No mês de julho, o atacante teve uma lesão muscular na virilha e ficou até outubro sem atuar. Ao todo, foram 19 jogos e quase três meses fora dos planos do time tricolor.

Em janeiro, Fred teve contusões menos importantes no tornozelo direito e na panturrilha direita. O Fluminense ficou sem ele em quatro apresentações por esses dois problemas.

Em março e julho, lesões na coxa direita voltaram a tirá-lo de combate no Fluminense.

No mês de outubro, teve mais uma lesão na panturrilha esquerda e ficou dois meses fora.

Em fevereiro, Fred voltou a sentir incômodo na panturrilha esquerda e desfalcou o Flu em jogos da Copa Libertadores.

Em abril, Fred teve quadro de fibrose na coxa direita. Em maio, sofreu um estiramento muscular na mesma coxa direita. Por conta desse problema, desfalcou o Fluminense deixou em jogos decisivos do Campeonato Carioca e diante do Boca Juniores na Libertadores.

No mês de agosto, Fred teve edema ósseo na bacia e se recuperou em setembro.

O ano de 2013 foi um dos piores da carreira de Fred em relação a contusões. Ao todo, foram 155 dias fora de combate por conta de duas contusões mais importantes.

Em abril, exames de imagem constataram uma lesão na cabeça medial do gastrocnêmio, músculo localizado atrás do joelho direito. O atacante voltou às atividades normais em maio.

Em 31 de agosto, Fred teve uma lesão grave no músculo reto anterior da coxa direita durante jogo com o Santos, pelo Brasileiro, e desfalcou o Fluminense no restante da temporada. Ao todo, foram quatro meses inativo.

Por conta do histórico de lesões de Fred, o Fluminense fez um planejamento especial para o atacante na pré-temporada. A estratégia surtiu efeito, tanto que ele passou o ano sem se contundir.

Fred só voltou ao departamento médico em outubro de 2015 após torcer o joelho e o tornozelo esquerdo no jogo contra o Atlético-PR. Exames de imagem não constataram nenhuma lesão de ligamento nas duas articulações, e o tratamento durou poucos dias.

Em fevereiro, Fred sofreu lesão na coxa esquerda diante do Botafogo, pelo Campeonato Carioca, e voltou a atuar um mês depois.

Em 23 de julho, Fred sofreu estiramento na panturrilha direita diante do Vasco, pelo Brasileiro. O atacante voltou ao Atlético em 9 de agosto, contra o Jorge Wilstermann, pelas oitavas de final da Copa Libertadores. 

No jogo contra o Racing, pela estreia do Cruzeiro na Copa Libertadores, em 27 de fevereiro, Fred teve estiramento na panturrilha direita. O tratamento no departamento médico durou duas semanas, até o atacante ser liberado para a preparação física. O retorno ocorreu justamente diante do Tupi, no último domingo, 25 de março, pela volta da semifinal do Campeonato Mineiro. Fred lesionou o joelho aos 26 minutos e precisou ser substituído por Raniel.

Com as lesões do ligamento cruzado anterior e de um ligamento lateral, Fred terá a maior inatividade da carreira. Serão de seis a oito meses fora dos gramados segundo o médico do Cruzeiro.