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Por meio de nota divulgada pelo Cruzeiro, ex-vice de finanças reitera divergências, mas diz que desligamento não foi motivado por 'negócios obscuros'

Divino Alves se posicionou um dia após confirmar saída do clube celeste

Redação
Divino Alves Lima deixou vice-presidência financeira do Cruzeiro nessa quinta-feira - Foto: Reprodução
Em nota divulgada pelo Cruzeiro na noite desta sexta-feira, o ex-vice-presidente de finanças, Divino Alves Lima, justificou seu desligamento do clube, anunciado nessa quinta-feira. Ele reiterou as divergências com a gestão do presidente Wagner Pires de Sá, disse que elas são ‘normais e salutares ao ambiente corporativo’, mas rechaçou que a saída foi motivada por ‘negócios indevidos ou obscuros’.

O jornal O Tempo divulgou, também nesta sexta-feira, que valores pagos pelo Cruzeiro ao atacante Fred seriam o principal motivo do pedido de desligamento feito por Divino. Conselheiros ouvidos pela reportagem daquele veículo teriam afirmado que o camisa 9 custará aos cofres da Raposa cerca de R$83 milhões – R$43,2 milhões em salários, R$30 milhões em luvas (R$ 10 milhões por ano), além da multa supostamente devida ao Atlético, de R$ 10 milhões. Na nota, Divino descarta essa hipótese.

“Os valores referentes à contração de atletas, como mencionado falaciosamente e maldosamente por jornal desta capital, são falsos e não correspondem com a realidade. Trata-se de contrato, como os outros, do qual tive amplo acesso e conhecimento, desde o início das tratativas. Não convém aqui informar os valores corretos, que muito divergem daqueles divulgados, por se tratar de questão que envolve a privacidade dos contratantes”, diz o comunicado, assinado apenas pelo ex-vice-presidente financeiro.

Nessa quinta-feira, o Superesportes informou que investimentos feitos pela atual diretoria desagradaram ao ex-vice-presidente de finanças. Ele estava irritado com a pouca responsabilidade do departamento de futebol. Divino chegou a desabafar nas últimas semanas com amigos dirigentes de outros clubes sobre a situação do Cruzeiro.
A reportagem reitera a notícia que publicou nessa quinta. 

O ex-executivo do Banco BMG revelou ainda que continuará prestando serviços ao Cruzeiro e que parte de sua equipe permanecerá no clube em cargos de confiança. Seu principal assessor, José Osvaldo Cardoso Sobrinho, deverá assumir o cargo deixado pelo antigo chefe. Ele já serviu grandes corporações, como a Vale, do ramo de mineração, e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Veja na íntegra a nota divulgada pelo Cruzeiro e assinada por Divino Alves Lima:

Após o meu desligamento do Cruzeiro Esporte Clube no dia 14/13/2018, fui surpreendido por sua grande repercussão nas redes sociais e na imprensa, principalmente por se tratar de fato absolutamente normal e corriqueiro no ambiente corporativo, ou seja, a alteração dos seus quadros.
 
Atribuo esta repercussão, entretanto, apenas à grandiosidade do Cruzeiro.
 
Porém, diante de algumas notícias falaciosas e mentirosas divulgadas na imprensa, das quais, ao que percebo, pretendem apenas atrapalhar o ótimo clima que hoje prevalece no Cruzeiro Esporte Clube, sinto-me na obrigação moral de esclarecer, de vez por todas, alguns fatos.
 
1. Em momento algum, meu desligamento teve como motivação a existência, ou mesmo sequer a desconfiança, de ter havido negócios indevidos ou obscuros feitos pela gestão atual. Ao contrário, sempre participei e tive acesso a todos os documentos inerentes às obrigações financeiras do Clube assumidas pela atual gestão. Prova disso é que continuarei prestando serviços em parceria com o Cruzeiro EC, e que parte da minha equipe inclusive permaneceu no clube e em cargo de confiança. Portanto, não há o menor sentido nas ilações feitas por parte da imprensa;
 
2. Os valores referentes à contração de atletas, como mencionado falaciosamente e maldosamente por jornal desta capital, são falsos e não correspondem com a realidade. Trata-se de contrato, como os outros, do qual tive amplo acesso e conhecimento, desde o início das tratativas. Não convém aqui informar os valores corretos, que muito divergem daqueles divulgados, por se tratar de questão que envolve a privacidade dos contratantes;
 
3. Divergências a respeito da organização e gestão de qualquer entidade, além de necessárias, são normais e salutares no ambiente corporativo, como evidentemente houve durante o meu tempo como gestor. Entretanto, nenhuma destas divergências tem relação direta ou indireta com questionamentos sobre supostas condutas ilícitas ou obscuras. Ao contrário, foi a transparência da minha forma de me expressar, em algumas oportunidades, é que talvez tenha causado algumas arestas que serão oportunamente superadas.
 
Enfim, me retirei do clube por vontade própria e por motivos de foro íntimo, e com a relação de amizade e respeito mantidos com todos aquele que convivi.
 
Espero, com esses esclarecimentos, que seja sanada de vez por todas eventuais dúvidas sobre minha saída, e que a imprensa possa agora se ocupar única e exclusivamente daquilo que mais importa e merece ser retratado: a ótima fase vivida pelo nosso Cruzeiro Esporte Clube.
 
Atenciosamente,
 
Divino Alves Lima 
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