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CRUZEIRO

Frustrado, vice-presidente executivo financeiro deixa o Cruzeiro

Divino Alves de Lima estava irritado com a pouca responsabilidade financeira do departamento de futebol; dirigente tinha assumido no começo do ano

Rafael Arruda Thiago Madureira
Divino deixou o setor financeiro do Cruzeiro após desentendimento com departamento de futebol - Foto: REPRODUÇÃO

O vice-presidente executivo financeiro do Cruzeiro, Divino Alves de Lima, 60 anos, comunicou sua saída do clube em uma carta interna. O documento vazou nas redes sociais. O texto evidencia a frustração do dirigente. “Não tive a habilidade necessária para conviver com o contraditório pelo meu excesso de transparência, contundência e retidão!”, diz parte da carta.

Divino assumiu o financeiro do clube no início da administração do presidente Wagner Pires de Sá, em janeiro de 2018. Ele fez carreira em bancos e tinha mais de 36 anos de experiência no mercado financeiro.

“Desligo-me hoje (quarta-feira) do Cruzeiro Esporte Clube com a frustração de não ter podido contribuir mais com a recuperação do nosso quase centenário clube”, escreveu Divino.

O Superesportes entrou em contato com Divino, que preferiu não falar sobre o assunto. A reportagem apurou que ele estava irritado com a pouca responsabilidade financeira do departamento de futebol. Divino chegou a desabafar nas últimas semanas com amigos dirigentes de outros clubes sobre a situação do Cruzeiro.

Vale lembrar que a Raposa está endividada. Balanço de 2016 mostra dívida total de R$ 361 milhões.

Pesa ainda o fato de o clube ter quase R$ 50 milhões em débitos em ações na Fifa. Em alguns casos, a diretoria negocia os pagamentos pendentes das compras de jogadores, como ocorreu, por exemplo, com Arrascaeta (clique aqui e leia) e Ramón Ábila - este último já resolvido. 

Apesar dessa situação financeira, o Cruzeiro investiu muito em 2018: Bruno Silva (R$ 6 milhões ), Mancuello (R$ 5,8 milhões ), David (R$10 milhões ) e Fred (pode pagar R$ 10 milhões dependendo de uma decisão judicial).

Isso sem falar nos salários altos. Fred mantém o mesmo patamar salarial do Atlético e Edílson veio para o clube celeste recebendo muito mais do que ganhava no Grêmio.

A reportagem também tentou contato com o vice de futebol, Itair Machado, mas ele não respondeu as mensagens. O presidente Wagner Pires não atendeu as ligações.

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