O técnico Mano Menezes lamentou os descuidos do Cruzeiro na bola parada, fato considerado por ele crucial para a vitória do Racing por 4 a 2 na noite desta terça-feira, no El Cilindro, em Avellaneda (ARG), pela primeira rodada do Grupo 5 da Copa Libertadores. Os dois primeiros gols de Lautaro Martínez saíram em cruzamentos em cobranças de falta. O terceiro surgiu de um escanteio. O treinador, contudo, fez algumas ressalvas e considerou que sua equipe teve bons momentos, sobretudo na parte ofensiva. Por isso, também frisou os pontos positivos em sua entrevista coletiva.
“Achei que foi um bom jogo. Não é porque perdemos a primeira partida que temos que sair atirando por aí. Não aconteceu algo tão grave e temos que entender que essas coisas ocorrem principalmente na Libertadores. Creio que falhamos muito em três bolas paradas pela facilidade – e não porque o adversário não tem capacidade para fazer gol de bola parada. No primeiro lance, se não me engano, o adversário estava um pouco adiantado. Também coisas normais de Libertadores. O terceiro gol o jogador não saltou. Essas coisas não podem acontecer pela facilidade que demos ao adversário. Em relação ao jogo, penso que foi parelho, pois criamos oportunidades e chutamos duas bolas ao poste – uma delas num momento muito importante do jogo, pois poderíamos virar para 2 a 1 e criar uma situação diferente, de vantagem. A equipe chegou ao 3 a 2 e aí no momento em que poderia tentar igualar, sofreu o quarto gol”.
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Os lances mencionados por Mano foram decisivos para o resultado do jogo. No primeiro gol do Racing, Martínez não foi acompanhado por Murilo e desviou a bola alçada por Neri Cardozo. No segundo, o camisa 10 recebeu passe em cobrança de falta, ganhou no pé de ferro de Henrique e tabelou com Lisandro López antes de mandar para as redes. E no terceiro gol, subiu sozinho na grande área após cruzamento em escanteio. Henrique é quem deveria estar na marcação. Apenas o quarto tento do Racing teve jogada trabalhada entre Centurión e Augusto Solari, que bateu rasteiro por baixo de Rafael.
Já o Cruzeiro – além dos gols marcados por Arrascaeta, de cabeça, e Robinho, em cobrança de falta – teve dois excelentes momentos. No primeiro tempo, quando a partida estava empatada por 1 a 1, Arrascaeta chutou bola no poste direito de Musso – que defendeu a conclusão de Rafael Sobis na sobra. Já na etapa complementar, foi a vez de Rafinha desperdiçar oportunidade clara ao acertar no travessão. Nessa ocasião, o time perdia por 2 a 1 e pressionava em busca da igualdade.
Mano lamentou as perdas do goleiro Fábio, do lateral-direito Edilson, do zagueiro Leo e do atacante Fred – este último lesionado no começo do jogo –, porém deixou bem claro que o time conseguiu produzir mesmo com desfalques. “Nossas últimas horas foram um pouco acidentadas. Tivemos o falecimento do pai do Fábio, iniciamos o jogo com a lesão do Fred, já com 10 minutos estávamos sem quatro jogadores que formam a base da equipe titular. Mas não acho que o Cruzeiro deixou de render bem como equipe com as ausências. Jogou bem. Teve personalidade, colocou a bola no chão, triangulou, criou jogadas pela direita e pela esquerda... não adianta também a gente justificar com situações que aconteceram o resultado que não trouxemos. Não trouxemos o resultado porque não conseguimos ser melhores que o adversário aqui. Por isso saímos com a derrota”.
Lanterna do Grupo 5 – já que o Vasco só enfrentará a Universidad de Chile, em 13 de março, no Rio de Janeiro –, o Cruzeiro só volta a campo pela Copa Libertadores daqui um mês. O jogo em 4 de abril (quarta-feira), às 21h45, será contra o time carioca, no Mineirão. Antes, haverá compromissos pelo Campeonato Mineiro, a começar pelo clássico de domingo com o Atlético, às 11h, no Independência, pela nona rodada. O time celeste lidera o Estadual com 22 pontos, oito a mais que o segundo colocado América. Também no domingo, o Racing enfrentará o Vélez Sarsfield, em Avellaneda, pela 18ª rodada do Campeonato Argentino.
Fotos de Racing x Cruzeiro (Ramon Lisboa/EM/D. A Press)