Novo responsável pelo cargo de diretor de negócios internacionais e novos negócios do Cruzeiro, o administrador de empresas Renê Salviano, de 42 anos, aposta no bom relacionamento para criar um vínculo com agremiações de todas as partes do mundo e, consequentemente, expandir a marca do clube tanto em imagem quanto na possibilidade de aumento das receitas.
“Acredito muito nessa questão do relacionamento. Foi o que fiz a minha vida inteira nas áreas comercial e publicitária do futebol. Gosto de cumprir com a minha palavra. Quando se faz isso, no mercado lá fora, você passa a ter uma proximidade muito grande. É isso que quero para o Cruzeiro. Um negócio sério, transparente, ético, cumprindo tudo aquilo que se fala. Quando fazemos isso, abrimos portas para o mundo inteiro”, diz o dirigente, em entrevista ao Superesportes.
Com experiência de mais de 20 anos no mercado publicitário, Renê Salviano também atuou como representante de atletas. Entre 2007 e 2017, foi sócio da empresa Meio di Campo, em parceria com Alberto Simão e Luciano Zulu. A agência já prestou serviços para jogadores e ex-jogadores renomados do Cruzeiro, como o goleiro Fábio e os atacantes Alecsandro, Marcelo Moreno e Thiago Ribeiro, além de cuidar atualmente da carreira do volante Lucas Nonoca, integrante do elenco celeste.
Antes mesmo de assumir suas funções na Raposa, Salviano já havia cancelado o registro de Agente Licenciado pela CBF, tal como fez o diretor de futebol Marcelo Djian. Nos últimos tempos, o profissional se dedicou a aprimorar os conhecimentos por meio de cursos de Marketing Esportivo, Direito Desportivo, Recursos Humanos, Finanças, Gestão do Futebol, Marketing e Direito Desportivo (Universidade do Futebol), Patrocínio e Gestão Esportiva (Instituto Barcelona), Gestão Estratégica no Esporte, Gestão Financeira, Estratégia de Patrocínio e Marketing Esportivo (Fundação Getúlio Vargas/FIFA) e o curso oficial de Gestão organizado pela CBF.
Convite do Cruzeiro “Acredito muito nessa questão do relacionamento. Foi o que fiz a minha vida inteira nas áreas comercial e publicitária do futebol. Gosto de cumprir com a minha palavra. Quando se faz isso, no mercado lá fora, você passa a ter uma proximidade muito grande. É isso que quero para o Cruzeiro. Um negócio sério, transparente, ético, cumprindo tudo aquilo que se fala. Quando fazemos isso, abrimos portas para o mundo inteiro”, diz o dirigente, em entrevista ao Superesportes.
Com experiência de mais de 20 anos no mercado publicitário, Renê Salviano também atuou como representante de atletas. Entre 2007 e 2017, foi sócio da empresa Meio di Campo, em parceria com Alberto Simão e Luciano Zulu.
Antes mesmo de assumir suas funções na Raposa, Salviano já havia cancelado o registro de Agente Licenciado pela CBF, tal como fez o diretor de futebol Marcelo Djian. Nos últimos tempos, o profissional se dedicou a aprimorar os conhecimentos por meio de cursos de Marketing Esportivo, Direito Desportivo, Recursos Humanos, Finanças, Gestão do Futebol, Marketing e Direito Desportivo (Universidade do Futebol), Patrocínio e Gestão Esportiva (Instituto Barcelona), Gestão Estratégica no Esporte, Gestão Financeira, Estratégia de Patrocínio e Marketing Esportivo (Fundação Getúlio Vargas/FIFA) e o curso oficial de Gestão organizado pela CBF.
“Para atuar no Cruzeiro eu me preparei muito, não só com alguns cursos de preparação, mas me preparei na vida. Trabalhei muito, muito mesmo. E hoje faço essa transição de carreira com muita alegria –afinal, como eu disse, plantei isso ao longo da vida.”
Leia a entrevista completa de Renê Salviano:
Leia a entrevista completa de Renê Salviano:
"O convite veio da presidência e da vice-presidência do clube. Eu trabalho com marketing esportivo há muitos anos e já havia sinalizado sobre minha vontade. Além do time dentro de campo, que é muito diferenciado, a equipe fora das quatro linhas é muito qualificada. A sinergia entre todas as áreas é hoje um diferencial do Cruzeiro. Todos nós temos o mesmo objetivo de uma gestão verdadeiramente empresarial. Quero honrar o convite e fazer o meu melhor. Suor não faltará".
Principais funções do cargo:
"Na área de Novos Negócios seremos responsáveis pela criação de novos projetos, receitas e experiências. O futebol mudou, temos que perceber o movimento que têm acontecido ao redor do mundo, e crescer de forma planejada e consistente. Hoje temos mais celulares do que pessoas no Brasil, isso já sinaliza um novo tempo, temos que levar esta informação para o nosso mundo do futebol.
Trabalho anterior como agente esportivo:
"Eu abri mão da profissão, fui agente FIFA e, depois, agente licenciado da CBF por mais de 10 anos. Participei em centenas de negociações de atletas não só aqui no Brasil, mas em transferências para países como Itália, Portugal, Estados Unidos e China. Porém, tomei a decisão e agora é um projeto para a outra metade da minha vida. Conversei muito com a minha família ao longo do ano passado. Sei que fiz o meu melhor como agente e tenho certeza que as boas pessoas que conheci no futebol estão torcendo por mim. Muitos conhecem minha luta, sempre procurei ser exemplo para todos eles. Venho de uma família muito pobre, perdi o pai aos 4 anos e fui para a rua trabalhar aos 7 anos. Fui engraxate, vendedor de picolé, balas, cartões de Natal, essas foram algumas das profissões ainda como menino. Todas as dificuldades que a maioria dos atletas passaram, eu passei também. Lutei muito e acreditei na lei da vida: o que se planta, se colhe. Não são os cursos que fiz, mas a minha experiência vem da rua, da vida, da luta, e Deus sempre honrou meu caminho. Enquanto agenciei atletas, tentei passar a eles que, além de tentar ser jogador de futebol, precisavam primeiro se tornar pessoas de bem, cidadãos respeitados, exemplos. E assim fiz durante minha vida. Para atuar no Cruzeiro eu me preparei muito, não só com alguns cursos de gestão, mas me preparei nas estradas da vida. Errei e acertei, como todo ser humano. Trabalhei muito, muito mesmo. E hoje faço essa transição de carreira com muita alegria – afinal, como eu disse, plantei isso ao longo da vida."
Busca de novos parceiros para o Cruzeiro
“As reuniões nas agências de Belo Horizonte, Brasília, Rio e São Paulo são para entender o momento das marcas por elas representadas. Numa agência de publicidade às vezes têm 20 grandes marcas. Então eu quero auxiliar a conseguirem seus objetivos, utilizando a plataforma do marketing esportivo. O fato de alguns clubes brasileiros não entenderem o mercado publicitário as fazem levar os mesmos projetos para todas as marcas. E de repente não é o projeto que eles querem. Penso que devemos visitar as marcas, entender o que eles querem e criar um projeto que seja a cara daquele cliente. Alguns vão querer trabalhar a parte institucional, outros vão querer aumentar a venda em determinado local. Enfim, quando você conhece o foco do negócio do teu cliente, o seu projeto será mais assertivo.”
Internacionalização da marca
"Em relação à área internacional, atuaremos fortes com parcerias e intercâmbios de parte técnica, de atletas, pré-temporadas de clubes de fora na Toca da Raposa I, pois temos hotel pronto para isso. É uma infinidade de parcerias e intercâmbio de ideias. Se um clube do exterior estiver utilizando uma ideia interessante, vamos trazê-la para o Brasil. Não dá para pensar somente nas propriedades comerciais que existem há anos no futebol brasileiro. Há um caminho de inovação e profissionalismo de gestão que temos que levar para dentro do futebol. Essa é a minha intenção. Estamos nos organizando primeiro, para depois crescer certo. Sabemos que um processo de internacionalização da marca não é apenas fazer jogos de pré-temporada, ou abrir um site para vender produtos fora do país. O Manchester United vem trabalhando este processo há muitos anos, e é um grande exemplo. Estamos estudando muito todos clubes que fizeram esses processos, o que acertaram, o que erraram. Já somos um clube internacional, de marca forte, agora é organizar para crescer certo".
Relacionamentos com clubes de todas as partes do mundo
“Quando se fala de parceria internacional com os clubes, imagine uma coisa: você forma vários atletas no sub-20 e é impossível aproveitar todos no profissional. Tendo relacionamento com 500 clubes pelo mundo, o que acontecerá? Em vez de você esperar um clube vir aqui e demandar atletas seus, você fará um trabalho pró-ativo. Imagine daqui a pouco, com o Cruzeiro tendo relacionamento com todos esses clubes, a gente poder levar o atleta até eles?! Às vezes só pensamos nas grandes vendas, nos atletas que são vendidos para Milan, Barcelona e Chelsea. Imagine que existem centenas de clubes do mundo inteiro que podem comprar um atleta do Cruzeiro. Isso viabiliza várias áreas do clube. Com o nosso departamento forte e bem relacionado, tanto as Categorias de Base como o Departamento Profissional terão uma força maior de negociação”.
Processo de aproximação com as agremiações esportivas
“Tudo vai girar em torno do relacionamento. Quando você cria esse relacionamento com esses clubes, essas marcas, as oportunidades surgem. Quando você tem pouco relacionamento, as coisas dificultam. Vou dar um exemplo: se você tem relacionamento com 10 clubes, oferece um lateral-direito e nenhum clube está precisando de lateral-direito, não vai acontecer negócio. Mas se você tem relacionamento com 300, 400, 500 clubes, a probabilidade é muito maior. É uma área estratégica, a médio e longo prazo, que ficará estruturada. Imagine outra coisa: no dia do aniversário do gestor de um clube da Segunda Divisão da Suécia. Com o e-mail e o telefone dele, todo aniversário ele estará recebendo uma mensagem nossa, que o Cruzeiro está o felicitando pelo aniversário. Esse possível parceiro começa a criar uma empatia com o clube, o que, no futuro, facilitará nossos negócios. Essa é a minha intenção: bater na tecla de relacionamento para fortalecer os laços. Como o Cruzeiro é um clube sério, esse relacionamento se tornará negócio e aumentará a projeção de receitas”.
Direcionamento de atletas formados na base
“Acredito muito nessa questão do relacionamento. Foi o que fiz a minha vida inteira nas áreas comercial e publicitária do futebol. É isso que quero para o Cruzeiro. Um negócio sério, transparente, ético, cumprindo tudo aquilo que se fala. Quando fazemos isso, abrimos portas para o mundo inteiro. O Cruzeiro foi quem revelou Ronaldo Fenômeno para o mundo, formou tantos outros atletas que fizeram história. Por que não abrir portas para novos atletas? É essa a minha intenção. Vejo vários clubes brasileiros formarem seus atletas durante seis, sete ou oito anos, aí depois eles chegam ao sub-20 e não são aproveitados no profissional. Esses atletas saem de graça do clube. Então tenho o pensamento de auxiliar o clube a redirecionar a situação desse atleta. A partir do momento em que temos relacionamento com clubes de todo o mundo, a gente vai auxiliar o departamento profissional e o de base a recolocar os jogadores no mercado. Queremos entender qual o melhor mercado para cada atleta. É um trabalho de relacionamento a médio e longo prazo. Fora as parcerias com intercâmbios de parte técnica, de atletas, pré-temporadas de clubes de fora na Toca da Raposa I, pois temos hotel pronto para isso. É uma infinidade de parcerias e intercâmbio de ideias. Se um clube do exterior estiver utilizando uma ideia interessante, vamos trazê-la para o Brasil. Não dá para pensar nas propriedades comerciais que existem a anos no futebol brasileiro. Há um caminho de inovação que temos que levar para dentro do futebol. Essa é a minha intenção”.
Aumento de receitas com pratas da casa
“Às vezes só pensamos na venda alta. E sempre tem um custo para formar um atleta. Tem mercado para todo mundo. Você pode fazer um negócio de 500 mil euros, de 250 mil dólares, de 800 mil dólares, de 1, 2, 3, 4 ou 5 milhões de euros. Há clubes na China, no Azerbaijão, na Itália, na Romênia, na Suécia, em Portugal e por aí vai. Quando você cria esse relacionamento, é óbvio que vamos abrir contato com 300, 400 ou 500. Mas a relação você vai se aproximar com uma minoria desse número. Mas, para chegar a esse número, tem que conhecer o mercado como um todo. Como falei, de repente na Suécia não precisam de lateral-direito, mas talvez no Irã sim. E de repente você está oferecendo um atacante para 50 clubes, mas nenhum quer. E quem quer é um clube da Segunda Divisão do Japão. Igual eu falei, esse planejamento de médio a longo prazo nos proporcionará um relacionamento próximo com esses profissionais dos clubes. E os profissionais sempre giram pelos clubes. Ou seja, sempre seremos lembrados, até porque somos um clube formador e conhecido no mundo inteiro”.
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