Domingo, dia 28 de maio de 2017. Com dores no joelho esquerdo, Dedé era substituído por Caicedo no intervalo da partida contra o Santos, na Vila Belmiro, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. À época, o problema foi tratado como desgaste, mas, em função da falta de evolução na recuperação, o departamento médico do clube diagnosticou um edema ósseo no local, e o zagueiro precisou passar por cirurgia. Foram meses de trabalho na fisioterapia até iniciar a pré-temporada 2018 livre da enfermidade. Dedé, então, dedicou-se ao recondicionamento físico e enfim recebeu a liberação para os trabalhos com bola. Cada atividade do camisa 26 era monitorada pelos vários profissionais de fisiologia e ortopedia. Com todos os testes em dia, o defensor enfim será relacionado pelo técnico Mano Menezes para o duelo contra o Villa Nova, sábado, às 16h30, no Mineirão, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro.
 
Inicialmente, Dedé será opção no banco de reservas. Afinal, não há a necessidade, como deu a entender Mano Menezes, de queimar etapas, até pelo fato de o elenco contar com Leo, Manoel, Murilo, Digão e Arthur. As lesões e as cirurgias recorrentes desde novembro de 2014 deixam a comissão técnica cautelosa.
 
“Jogador sempre quer jogar. E Dedé talvez esteja entre aqueles que mais querem jogar. Mas a gente fez no ano passado aquilo que estava planejado para fazer. O que mudou nesse período é que Dedé se conhece mais. É um novo Dedé, e não o Dedé de antes. Alguns sinais têm que ser respeitados, e isso depende de o jogador passar para nós. Disse a ele que estamos envolvidos, que queremos o bem dele, que ele volte a jogar partidas importantes porque tem capacidade para isso. O que vamos fazer dependerá desse entendimento”, declarou Mano, em entrevista na manhã desta sexta-feira, na Toca da Raposa II.
 
Dedé também falou à imprensa. E na sua primeira resposta, logo depois da coletiva de Mano, agradeceu aos profissionais que ajudaram em sua recuperação. “Estou muito feliz. Sou grato a todos que participaram desse momento. Não posso esquecer do Dr. Sérgio Freire, que infelizmente saiu. Ele me ajudou bastante. Agradeço ao (Eduardo) Freitas também, preparador físico que não está aqui mais. Ao Dr. Wallace (Espada) também, que saiu daqui. Enfim, se eu falar nome, vai ficar longo. Agradeço aos que estão aqui também, ao Dr. Sérgio Campolina, estou me sentindo diferente da forma que retornei. Todos os meus testes físicos estão equilibrados. Estou feliz e satisfeito pelos meus treinos, pela minha condição. O professor Mano vem me dando confiança, pois a gene fica ansioso para voltar e ele é cauteloso comigo. Enfim, estou feliz por estar aqui falando com vocês e pronto para o jogo”.
 
O zagueiro garante que se sente da melhor forma possível no regresso aos gramados para este início de temporada. Diferentemente das recuperações anteriores, quando lidava com incômodos nos locais lesionados e voltava ao departamento médico.
 
“Essa sequência de treino foi até analisada pelos setores de fisiologia, fisioterapia e pelos médicos. Para isso, tive de fazer vários testes. O primeiro deu muito bom, no qual foi liberado para a preparação física. O segundo eu fiz, onde deu um resultado muito bom para que eu fosse relacionado. Esse período todo de treinamento foi de muita evolução, me deu muita confiança. Graças a Deus estou treinando sem dor desde que comecei a fisioterapia. Tanto que fui até rápido trabalhar a parte física. Isso deu confiança ao Mano para me colocar com o grupo. Com relação a sequência, tem que ver como será depois do primeiro jogo. No ano passado também estava me sentindo bem, mas tinha desequilíbrio do lado esquerdo.  Aí sobrecarregou. E mesmo com o desequilíbrio no ano passado, acho que fiz bons jogos, sendo até eleito pela imprensa como melhor em campo. Mas nessa nova etapa estou me sentindo bem, diferentemente do ano passado”.
 
Contratado pelo Cruzeiro em abril de 2013, Dedé disputou 37 jogos em sua primeira temporada pelo clube (3 gols) e 48 no segundo ano (5 gols). Ele se machucou gravemente em 5 de novembro de 2014, quando sofreu lesão no ligamento cruzado posterior do joelho direito, no empate por 3 a 3 com o Santos, na Vila Belmiro, pelo jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil. Desde então, o defensor alternou entre departamento médico, fisioterapia e poucas partidas em campo. Em 220 jogos possíveis da Raposa, Dedé esteve em apenas 13 (1 gol), o que representa menos de 6% de assiduidade.

O período nebuloso ficou para trás. Agora, o zagueiro de 29 anos busca um recomeço na Toca II. De preferência, com o título da Copa Libertadores, que começará para o clube na terça-feira, dia 27 de fevereiro, contra o Racing-ARG, em Avellaneda. Só assim, segundo Dedé, para retribuir todo o carinho demonstrado pelos torcedores celestes durante os trabalhos de recuperação.
 
“Sou grato demais ao torcedor cruzeirense. Da mesma forma que eles me veem jogando, eu quero jogar para mostrar meu futebol para eles. Quero retribuir minha gratidão e não deixar que a expectativa deles seja frustrada. Quero mostrar, estou bem ansioso para jogar bem e esperançoso para fazer excelentes jogos e, se Deus quiser, buscar títulos. Quero estar na foto dentro de campo, e não fora”.

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