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FUTEBOL NACIONAL

Mano Menezes defende Oswaldo de Oliveira em atrito com repórter, pede reflexão no futebol e lamenta demissão no Atlético

Técnico do Atlético foi demitido dois dias após atrito com jornalista no Acre

postado em 10/02/2018 01:55 / atualizado em 10/02/2018 02:32

Reprodução
Em vez de começar a sua entrevista coletiva pela análise da vitória sobre o Democrata-GV, por 2 a 0, pela sexta rodada do Campeonato Mineiro, o técnico do Cruzeiro, Mano Menezes, preferiu fazer um pronunciamento sobre o atrito entre seu colega, Oswaldo de Oliveira, e o repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência. A confusão aconteceu depois da partida entre Atlético e Atlético-AC, em Rio Branco-AC, pela primeira fase da Copa do Brasil.

Na ocasião, Oswaldo de Oliveira não gostou das perguntas do jornalista acerca do mau desempenho do Atlético no empate por 1 a 1 e impediu que ele concluísse seus questionamentos. Após algumas tentativas de completar seu raciocínio, o jornalista abandonou a coletiva. Instantes depois, Oswaldo alegou ter ouvido um xingamento e partiu para cima de Léo Gomide proferindo palavrões e quase chegando a agredi-lo fisicamente.

O repórter da Rádio Inconfidência negou que tenha xingado Oswaldo de Oliveira. Nenhuma emissora de televisão ou rádio conseguiu registrar o áudio do suposto palavrão dirigido ao técnico. Ainda assim, o Atlético se baseou na palavra de Oliveira e de outros dois jornalistas para afirmar que houve sim a agressão verbal antes da reação do treinador. 

Nesta sexta-feira pela manhã, dois dias após o entrevero, o Atlético demitiu Oswaldo de Oliveira alegando insatisfação com o rendimento do time. A diretoria do clube negou que o atrito entre o treinador e o jornalista tenha pesado na decisão de mudar o comando.

Ao abrir sua coletiva após a partida entre Cruzeiro e Democrata, Mano Menezes pediu a palavra e manifestou a posição de sua classe sobre o episódio envolvendo Oswaldo de Oliveira. O comandante cruzeirense considerou o caso vergonhoso e sugeriu reflexão no meio do futebol.

“A Associação Brasileira de Treinadores de Futebol e seus filiados estão ao lado do Oswaldo nesse episódio da semana. Não estamos ao lado para proteger erro nem nada, mas, que, no mínimo, a gente repense um pouco de nossa relação do dia a dia. Acho que caminhamos paralelamente no futebol. Todas as partes nós julgamos importantes, mas a cada episódio como esse, em que as coisas passam do limite – e eu diria vergonhosamente para todos os envolvidos –, acho que deveríamos parar um pouquinho para pensar se não podemos fazer melhor do que aquilo que estamos fazendo. Só parar para pensar. Acho que é um bom caminho olhar para dentro da gente e olhar se os passos que temos que dar na sequência depois desse episódio podem ou não ser melhores”, disse Mano Menezes.

Sobre a demissão de Oswaldo logo no começo da temporada, Mano tentou evitar polêmica, mas lamentou que essas situações se sucedam no futebol nacional. “A demissão do Oswaldo é uma coisa que pertence ao Atlético. Nós do Cruzeiro não devemos nos envolver nisso. O pensamento de futebol você sabe o que eu penso sobre isso. Acho que existe bastante exagero. Não tem sequência em quase nenhum dos trabalhos dos profissionais, e na medida em que nós não conseguimos avançar nisso, o futebol brasileiro deixa de evoluir como queremos”.

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