O consultor Evandro Oliveira, de 58 anos, relatou que não encontrou água para comprar nas arquibancadas nos primeiros jogos do Cruzeiro no ano. “Vou ao novo Mineirão desde 2013, na reabertura. Neste ano, com grandes públicos, a Minas Arena não está vendendo água na arquibancada com os vendedores ambulantes. E não adianta falar que tem bebedouro porque eles não atendem todo mundo. Para grande públicos você tem que ter água. Tem mulheres, crianças, idosos, esse público não pode ficar desassistido.
O mesmo torcedor se queixou de pagar R$ 5 por um copo de água nos bares do Mineirão. "Por que é tão caro? Alguém tem que responder por isso", questionou Evandro Oliveira.
Em contato com a reportagem, a concessionária que administra o estádio confirmou que, de fato, não está vendendo água nas arquibancadas, apenas no bares, por causa de adequações feitas com fornecedores. Ainda de acordo com a gestora do Mineirão, na próxima partida entre Cruzeiro e Villa Nova (17/02), haverá alguns ambulantes circulando principalmente no setor amarelo, mas o serviço só será normalizado em jogos posteriores, sem data definida.
O preço do copo de água de 300 ml é o mesmo cobrado desde o ano passado, quando houve um reajuste, passando de R$ 4 para R$ 5.
No primeiro jogo do Cruzeiro no Mineirão, contra o Tupi, no dia 17 de janeiro, a reportagem já tinha procurado a Minas Arena para explicar a falta de venda de água por ambulantes. A resposta, entretanto, havia sido outra: "No início da operação houve queda no sistema de vendas, que foi restabelecido durante o primeiro tempo, e a situação normalizada aos poucos. Pedimos desculpas e informamos que já na próxima partida o torcedor encontrará a qualidade de sempre". Apesar disso, os problemas se repetiram nos jogos contra Uberlândia e América.
O que causou estranheza dos torcedores, gerando inclusive posts em redes sociais, é que em todos os jogos se via ambulantes comercializando outros produtos nas arquibancadas.
Além da venda de água no bares, o estádio também conta com bebedouros.
A administradora ressalta que em nenhum momento faltou água no estádio. Segundo ela, os bares venderam normalmente. No clássico, havia 45 deles abertos. Ainda de acordo com a Minas Arena, em uma vistoria feita nessa segunda-feira, dia seguinte ao clássico, havia água sobrando em todos os bares.
A Minas Arena, em nota, disse que para a temporada de 2018 “o serviço de alimentação do estádio passa por uma readequação e inclusão de novos fornecedores. Novos ajustes estão em discussão, especialmente quanto à questão dos ambulantes”.
O Cruzeiro, em contato com a reportagem, respondeu com a seguinte nota: “Estamos em um novo momento de relacionamento com Minas Arena e esses problemas apontados serão resolvidos por eles”.
Apesar de descontentes, os torcedores não recorreram a instâncias jurídicas.