Depois de um longo período de troca de farpas e processos judiciais na administração do presidente Gilvan de Pinho Tavares, o Cruzeiro voltou a pagar a taxa de operação do estádio à operadora Minas Arena. Essa foi uma das medidas de Wagner Pires de Sá, eleito para comandar a Raposa no triênio 2018-2020. Além disso, um grupo de trabalho foi constituído para ajustar o contrato com concessionária, válido até 2037. As informações foram reveladas pelo vice de futebol do clube, Itair Machado, em entrevista ao programa Bate Bola, da ESPN.
“Em breve soltaremos uma nota sobre o Cruzeiro no que se refere ao estádio. Mas o problema do Cruzeiro com a Minas Arena, essa que é a empresa detentora do contrato do estádio, era mais de relacionamento. Hoje já está totalmente resolvido. O Cruzeiro está pagando em dia os jogos que têm feito no Mineirão”, garantiu Itair. “Em relação aos débitos, temos um excelente relacionamento. Já estamos conversando, o presidente que está tocando, para podermos readequar o contrato. Estamos tentando encontrar uma solução boa para o Cruzeiro e o parceiro”, complementou.
O vice-presidente de futebol do Cruzeiro ainda afirmou que o custo dos jogos no Mineirão caiu em 2018. “Realmente, um estádio como o Mineirão, o custo é elevado. Então já está, sim, iniciando as conversas (para renegociar o contrato). O custo desses jogos hoje já caiu. Temos um excelente relacionamento com a Minas Arena e a gente acredita que nesses próximos 60 dias, principalmente para o público do Brasileiro e Libertadores, vamos encontrar uma solução que seja ainda melhor para o Cruzeiro, sem prejudicar a detentora do contrato, que é a Minas Arena”, finalizou.
Procurada, a Minas Arena informou que a renegociação está em pauta e um grupo de trabalho está sendo constituído entre Mineirão e Cruzeiro para tratar a questão. “Referente aos custos operacionais, o Cruzeiro já solicitou o fechamento das despesas de operação dos jogos realizados pelo clube no Mineirão em 2018 para pagamento”, complementou, em nota, a administração do estádio. Sobre o valor desembolsado pelo clube para pagar taxa de operação, a Minas Arena diz que, por contrato, “a participação do clube no custeio da taxa de operação segue 70%".
Em março de 2016, a Minas Arena acionou o Cruzeiro na Justiça para cobrar dívida referente a cláusulas contratuais. Na época, o valor exigido pela administradora do estádio era de R$9 milhões. Em 2013 e 2014, balanço financeiro da concessionária já indicava dívidas de R$1,64 milhão e R$3,89 milhões, respectivamente. Nesta terça-feira, o Mineirão preferiu não comentar valores. A antiga administração justificava o não pagamento da taxa de operação porque a operadora concedeu a isenção dessa taxa ao Atlético na decisão da Copa Libertadores contra o Olimpia-PAR, em 2013.