O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, explicou como funcionará a parceria do clube com o Banco BMG na aquisição de jogadores. A contratação de David, do Vitória, foi tomada como exemplo na entrevista concedida ao programa 98 Futebol Clube, da Rádio 98 FM, nesta quarta-feira.
Segundo Wagner, haverá divisão dos lucros com o banco em uma eventual transferência futura. Caso não ocorra venda, o Cruzeiro terá a opção de ressarcir a instituição financeira com dinheiro proveniente de outras negociações.
“Nós temos um acordo com o BMG em que, em troca de uma operação que nós fizemos com o jogador, eles possam na venda dividir os lucros. E eles teriam uma opção de escolher dois ou três jogadores para, mais tarde, substituir essa parcela. Isso também tem que ser conversado com a gente. Nós temos que concordar com isso. Temos uma relação. É uma relação que, no futuro, também vamos negociar”.
Com o aporte do BMG, o Cruzeiro comprou 70% dos direitos econômicos de David por quase R$ 10 milhões, além de emprestar ao Vitória o lateral-esquerdo Bryan e arcar com 50% dos salários.
O clube também recorreu a um empréstimo no BMG para pagar os salários em atraso do elenco. A intenção da diretoria é quitar o débito em no máximo seis meses com receitas do próprio clube, como as de bilheteria, cotas de televisão, patrocínio e venda de produtos licenciados. Wagner Pires garantiu que a operação está sob controle da administração cruzeirense.
“Na verdade o que a gente faz é o ABC do mercado financeiro e do mercado de economia. Nós procuramos os bancos e conseguimos recompor com o banco dívidas que vinham sendo roladas, com taxas altíssimas de juros. Temos procurado acertar, descer o nível, pegar um pouco de carência e, de certa forma, deixar recursos próprios em contrapartida como garantia a um financiamento e a um empréstimo idealizado por um banco. Isso tem nos dado um fôlego neste início”.
Outro investimento suntuoso feito pelo Cruzeiro foi a compra do volante Bruno Silva ao Botafogo. O clube carioca recebeu R$ 4 milhões e 40% dos direitos econômicos do atacante Rony. A Ponte Preta, por sua vez, embolsará R$ 1 milhão.
Há ainda a situação de Fred, que assinou por três anos com a Raposa menos de 24 horas depois de rescindir com o Atlético. O alvinegro estabeleceu uma cláusula no ato da ruptura do contrato na qual obrigaria o jogador a pagar multa de R$ 10 milhões se ele acertasse com o Cruzeiro. Mesmo com essa situação, a diretoria celeste aceitou as condições e se propôs a arcar com os valores, caso realmente seja necessário.