Depois de mais de 12 anos, Fred está de volta ao Cruzeiro. Nesta quinta-feira, ele concedeu entrevista na Toca da Raposa II, acompanhado do presidente Wagner Pires de Sá e do vice-presidente de futebol Itair Machado. O atacante respondeu aos vários questionamentos da imprensa. Ele abriu a coletiva falando sobre a sensação de vestir novamente a camisa do time do coração.
“Para mim é um motivo de muita alegria. Desde quando o Itair e o Wagner entraram em contato com meus representantes, já foi um motivo de grande satisfação para mim. Considero essa vinda para o Cruzeiro como um milagre de Deus. Às vezes a gente faz planos, mas a resposta vem de Deus. Graças a Deus tenho a oportunidade de vestir essa camisa, que é o time do meu coração. Joguei pelo Fluminense por oito anos, mas desde aquela época já falava que meu time era o Cruzeiro. Sou grato por tudo que passei por todos os clubes, mas aqui tenho certeza de que a história será diferente, como foi na primeira passagem. É correr atrás para as coisas voltarem ao normal, a rede balançar e a gente conquistar mais títulos”.
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Entre a rescisão contratual com o Atlético e o acerto com o Cruzeiro não se passaram mais de 24 horas. Fred deixou o alvinegro em 22 de dezembro e assinou pela Raposa no dia seguinte. A notícia oficializada numa manhã de sábado pegou todos de surpresa. A diretoria atleticana, por sua vez, estipulou no ato da ruptura do vínculo que Fred, em caso de transferência para o Cruzeiro, deveria pagar uma multa de R$ 10 milhões. A imposição não inviabilizou o negócio, uma vez que o clube celeste é responsável solidário e se comprometeu a pagar o montante, caso seja necessário.
“A multa é com os clubes, não participo de questões contratuais. Foi algo para impedir minha vinda para cá, mas entramos em acordo com Itair, Wagner, todo mundo entrou em acordo com minha parte jurídica. Foi interessante para todo mundo e está resolvido”.
Fred agora quer se concentrar em jogar futebol. E logo de cara, terá reencontros na Toca. Ele jogou junto com Rafael Sobis, Thiago Neves e Digão no grupo campeão brasileiro de 2012 pelo Fluminense. O atacante, inclusive, revelou ter trocado mensagens com Neves no momento da assinatura com o Cruzeiro.
“A gente tinha contato sempre. Mesmo não jogando juntos, nos encontrávamos em Belo Horizonte. Antes da minha vinda, ele me mandou mensagem. Eu não tinha comentado nada, então achei estranho. Perguntei para o Itair, ele também disse que não falou. Aí disse ao Thiago: ‘torça para dar tudo certo, liga para o presidente para mim. Ele viu que eu estava saindo (do Atlético) e falou para eu vir para cá para fortalecer ainda mais”.
Artilheiro por todos os clubes que passou, inclusive no Cruzeiro, Fred espera manter a rotina de gols. Embora não tenha estabelecido uma meta concreta para a temporada 2018, o camisa 9 já quer balançar as redes na reestreia – contra o Tupi, dia 17 (quarta-feira), às 21h45, no Mineirão. “Vou dar a vida para fazer os gols, principalmente na estreia. Quero marcar diante da minha torcida”.
Em sua primeira passagem pelo clube – de agosto de 2004 a agosto de 2005 –, Fred balançou as redes 56 vezes em 71 apresentações. Dos gols, 40 foram marcados apenas em 2005 (em 43 partidas).
“Quero fazer mais gols do que todos os anos da minha carreira. Gosto de marcar em todos os jogos. Mas não é fácil, é difícil colocar uma meta. Garanto que vou dar a vida para fazer gols e todos os jogos, se não vou dar passes, prender a marcação, ajudar o companheiro. Vamos ver o que vai acontecer, não tem nada melhor do que o tempo para a gente ver. Quero manter a pegada e o ritmo forte de gols”.
Com três anos de contrato com o Cruzeiro, o atacante buscará o primeiro título. Naturalmente, a Copa Libertadores será a prioridade. “É a competição mais importante para nós. A gente vê o esforço da diretoria. Desde ontem, estou sentindo uma comissão técnica muito focada. Está tudo muito bem alinhado, caminhando certinho. Com a qualidade técnica e a força de nosso torcedor, vamos chegar longe”.
Leia outros trechos da entrevista de Fred:
Relação com o técnico Mano Menezes
Se não tivesse o aval dele, não estaria aqui. Isso comprova que eu estava errado naquela época. O processo de maturidade vem ao longo dos anos. Por trás de uma pessoa que fere, existe uma pessoa ferida. Dei aquela declaração porque era mais explosivo. Hoje tenho aprendizado. Hoje o trato é completamente diferente. Nunca tive problema com ninguém, nem com o Mano. Já conversamos. São águas passadas. Quero pedir perdão a ele também, pois às vezes ferimos alguém. Somos pessoas públicas, e temos o dever de reconhecer nossos erros. Agora estamos juntos e vamos dar a vida para o bem do Cruzeiro.
‘Volta para casa’:
Graças a Deus estou de volta para casa. Foi um processo muito complicado, não apenas para o torcedor, mas também para mim. Foi difícil para todos nós. Dentro do nosso ambiente profissional, achamos natural algumas coisas acontecerem. Mas agora é um processo de voltar as coisas ao normal mesmo. Minha relação com os torcedores é dentro de campo, com meus gols e muita entrega. Em poucos jogos estará todo mundo junto cantando aquela música que me emociona.
Parceria com Thiago Neves, Rafael Sobis e o restante do elenco do Cruzeiro
Estou esperançoso. Sei que a bola vai chegar bastante, não só os dois, mas a gente olha os jogadores que a gente enfrenta. Henrique, Arrascaeta, jogadores que estão chegando. A expectativa está a mil. Todo centroavante gostaria de jogar no Cruzeiro. Tenho esse privilégio. Vamos treinar bastante, ficar com a pontaria afiada. Precisa de muito trabalho para as coisas acontecerem. Tenho certeza que os momentos alegres, de vitórias, vão ser maiores. Esperançoso para ganhar coisas maiores no Cruzeiro. Vamos trabalhar duro.
Motivação em retornar o clube
Não tem nada que motiva mais um jogador do que jogar no seu time e manter o que foi escrito anteriormente. Tenho quase 60 gols em 70 e poucos jogos. Minha motivação é fazer o meu melhor em campo. A gente só encontra paz na profissão quando vencemos os jogos e conquistamos títulos.
Mescla entre jovens e experientes
Os jovens, eu aprendi, o Mano até comentou na reapresentação, os mais experientes sentem mais, seguram mais para se jogarem. Os jovens vão com tudo. Precisamos da força dessa juventude. Os jovens aprendem com a gente, e nós aprendemos com os mais jovens. Aqui no Cruzeiro, com 19 para 20 anos, eu fui capitão na minha passagem. Foi uma coisa natural, não teve nada forçado. Quando tiver que fazer, falar, colocar nossa cara, proteger, nós estamos aí para isso. Ganhamos bem para isso.