O volante Ariel Cabral, de 30 anos, concedeu entrevista ao jornal Clarín, da Argentina, e contou um pouco da sua experiência de atuar no Brasil. Há dois anos no Cruzeiro, com três gols e 103 jogos, ele admite que teve fácil adaptação à vida em Belo Horizonte e ao futebol brasileiro. “Me adaptei de forma bárbara e sou mais um mineiro (risos)”.
O que pode ter facilitado bastante a adaptação do “gringo” ao Brasil foi a presença maciça de estrangeiros no elenco de 2015, ano de sua chegada à Toca da Raposa II. “Em um momento, éramos sete estrangeiros, cinco argentinos. Comandávamos o vestiário. Sorín é um ídolo lá e eles gostam muito dos jogadores do nosso país pela garra que mostramos em campo”. Segundo Cabral, a rivalidade entre Brasil e Argentina jamais atrapalhou em nada.
Os argentinos daquela primeira temporada de Cabral eram, além dele, Matías Pisano, Sanchez Miño, Lucas Romero e Ramón Ábila. O Cruzeiro ainda contava com os uruguaios De Arrascaeta e Federico Gino.
A pedido do Clarín, Ariel Cabral traçou um paralelo entre o futebol da Argentina e do Brasil. “O campeonato do Brasil é diferente. Os times atacam muito, propõem o jogo em qualquer campo. Na Argentina há mais contato. Lá, os brasileiros diminuem a velocidade. É um futebol mais vistoso, há mais gols e os jogadores são de qualidade”.
Messi ou Neymar?
Em tom de brincadeira, Cabral contou que, em alguns momentos, é preciso defender Messi em comparações que os brasileiros tentam fazer com Neymar, hoje astro maior do PSG. “Leo (Messi) é fora de série. Tomara que cale a boca dos que o criticam. É o melhor do mundo. Lá (no Brasil) é idolo. Quando dizem que Neymar é melhor que Messi, eu os mando cagar. Digo a eles que não entendem nada de futebol”.
Livros
Ariel revelou ainda que uma de suas paixões nas horas vagas é a leitura. Em concentrações e viagens com o Cruzeiro pelo Brasil, ele prefere sempre um livro a jogos eletrônicos, tão comuns entre os companheiros. Sua preferência é por livros de futebol, mas abre exceções.
“Gosto da literatura futeboleira. Recentemente acabei de ler o do Pablo Escobar (traficante colombiano). O livro de autoajuda de Bernardo Stamateas foi também chave. Às vezes eu me deixava levar pelas coisas da vida cotidiana. Depois de ler esse livro, apliquei muitas coisas no dia a dia. Quando você vai mal e te criticam, tem que confiar em si mesmo. Na parte psicológica, me ajudou muito”.
Cabral passou por uma cirurgia no tornozelo esquerdo no segundo semestre de 2017 e só voltou a entrar em campo na última rodada do Brasileiro, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro. A expectativa dele é fazer uma boa pré-temporada em janeiro e ajudar o Cruzeiro a conquistar o tri da Copa Libertadores. O time será cabeça de chave do Grupo 5. composto ainda por Racing da Argentina e Universidad de Chile. O quarto componente sairá das fases preliminares.