Rafinha joga em um dos melhores clubes do mundo, o Bayern de Munique, e já recebeu uma proposta para renovar o contrato por mais duas temporadas (até junho de 2020). Por outro lado, o desejo de ficar perto da família – principalmente das duas filhas – enche os olhos do lateral-direito em um possível retorno ao futebol brasileiro. Ciente disso, o Cruzeiro mantém conversas com o ex-meia Lincoln Soares, representante do atleta no país. Palmeiras e Flamengo também vislumbram um acerto.
Mas qual a real possibilidade de Rafinha voltar ao Brasil? O defensor de 32 anos abriu o jogo em entrevista de quase meia hora à Rádio Bandeirantes, de São Paulo, neste domingo. Na primeira resposta, afirmou que pretende resolver o mais rápido possível a situação com o clube alemão, seja para saída ou permanência.
“Já houve sim (uma oferta de extensão de contrato). Tenho essa proposta do Bayern para renovar por mais dois anos, mas eu, juntamente com meus empresários, pedi um tempo para pensar, porque estou com meu contrato acabando e tenho possibilidade de jogar em outros times da Europa e do Brasil também. Por isso pedi um tempo para pensar. A princípio era para termos uma reunião agora, nessa semana que passou, mas, como estávamos jogando quarta e sábado, ficou difícil ter essa reunião. Espero que nessa semana, antes de eu poder viajar ao Brasil para as férias, a gente possa sentar e conversar para decidir meu futuro. Mas claro que já houve uma conversa e o clube já sabe da minha vontade. Então é esperar o que o Bayern vai me dizer para eu poder tomar um rumo para a próxima temporada”.
Há quase 13 anos na Alemanha, contando as passagens por Schalke 04 (2005 a 2010) e Bayern de Munique (desde 2011), Rafinha – que teve uma breve estada no Genoa-ITA (2010/2011) – entende que chegou o momento de voltar ao Brasil, principalmente para ficar perto das filhas.
“Não vou dizer que é somente para o Brasil. Claro que minha vontade de voltar para o Brasil é enorme, não só pelo fato de ter minha família aí, minhas filhas moram no Brasil, minha mãe, meus irmãos. Estou há 13 anos na Alemanha, e essa vontade de ficar perto dos meus familiares aumenta cada vez mais. Por outro lado, estou no melhor momento da minha carreira, tanto dentro de campo quanto fisicamente. Na minha vida também estou atravessando momentos maravilhosos. Estou pensando mesmo. Tenho boas ofertas da Europa, mas a vontade de voltar ao Brasil é enorme. Estou amadurecendo essa ideia há algum tempo, ela existe sim. Se não for agora, será breve. Espero que seja o mais perto do que eu penso”.
Tão logo manifestou a vontade de regressar ao Brasil, Rafinha passou a receber mensagens de vários torcedores de Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo. Ele se mostra contente pelo carinho, mas diz que, por respeito ao Bayern, esperará um posicionamento oficial dos alemães para, em seguida, definir o próximo passo da carreira. “Todos os dias recebo mensagens de torcedores dizendo: ‘Rafinha, você tem que voltar”. Inclusive dos palmeirenses, dos cruzeirenses, do pessoal do Flamengo – pois me colocaram em uns três ou quatro clubes. Fico feliz, pois o carinho que eles têm por mim é enorme. Todos os dias eu recebo umas mil mensagens nas redes sociais. Fico feliz, mas ainda tenho contrato no Bayern. Por respeito ao clube, vou esperar eles se posicionarem a respeito do término do meu contrato para tomar uma decisão”.
Empresário é quem faz contatos
Empresário é quem faz contatos
Questionado na entrevista se conversou com algum dirigente brasileiro, Rafinha explicou que essa tarefa está dirigida a Lincoln, com quem jogou pelo Schalke 04 em duas temporadas consecutivas na Alemanha.
“Eu não conversei com ninguém, até porque tenho meu empresário no Brasil, que é o Lincoln. Ele jogou junto comigo no Schalke 04, é um grande amigo e está encarregado disso aí. Não acho que convém eu entrar nessa parte, a menos que seja numa coisa mais concreta. O Lincoln faz esse trabalho no Brasil. Sei dos interesses do clubes, é normal, meu contrato está acabando e estou num dos melhores clubes do mundo. Mas não conversei com ninguém até agora. O Lincoln está fazendo isso por mim. Tenho esse contrato com o Bayern e não seria legal ficar falando”, declarou.
Com sonho de disputar a Copa do Mundo pela Seleção Brasileira, o jogador espera que a definição do futuro ocorra, no mais tardar, até janeiro de 2018. “Eu também gostaria muito que isso fosse decidido mais rápido. Mas não posso pressionar o Bayern de Munique porque sei que sou um jogador importantíssimo aqui. Não posso pressionar o clube para me liberar. Eles sabem que a partir de janeiro, posso assinar pré-contrato com outro clube. Se não for continuar aqui, no mês de janeiro saberei qual será o meu próximo clube. No mais tardar, no começo de janeiro a gente resolve”.
Polivalente, Rafinha jogou 20 vezes pelo Bayern de Munique nesta temporada, sendo 14 como titular. Ele atuou tanto na lateral direita quanto na esquerda. Sua versatilidade permite jogar inclusive como volante. Contando todo o período a serviço do clube bávaro, são 221 partidas e quatro gols marcados. No recheado currículo constam cinco títulos do Campeonato Alemão, três da Supercopa da Alemanha, três da Copa da Alemanha, uma Liga dos Campeões da Europa e um Mundial de Clubes da Fifa.
Lateral de impacto
O Cruzeiro, por sua vez, fez contato com o estafe do jogador antes mesmo do pleito que elegeu Wagner Pires de Sá para presidente, conforme contou o vice de futebol Itair Machado à Rádio Itatiaia. O interesse do clube celeste por Rafinha foi divulgado pelo Superesportes em 20 de outubro. Confiante no acerto, a direção abriu mão de Rafael Galhardo e manteve no elenco de 2018 apenas Ezequiel, que passou por cirurgia para a retirada de uma hérnia inguinal e foi desfalque na reta final do Campeonato Brasileiro.
Ouça, na íntegra, a entrevista de Rafinha para a Rádio Bandeirantes, de São Paulo, neste domingo (17/12)