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Em despedida, Gilvan indica decepção com Wagner e faz balanço do mandato: 'Trabalhei para ganhar títulos no Cruzeiro e ganhei'

Presidente do Cruzeiro deixa o cargo para sucessor em janeiro de 2018

postado em 01/12/2017 18:24 / atualizado em 01/12/2017 18:37

Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press
Gilvan de Pinho Tavares se despediu dos jornalistas na tarde desta sexta-feira. O presidente, que passará o bastão para Wagner Pires de Sá em janeiro, fez um balanço de seus seis anos na gestão do Cruzeiro e ressaltou o sucesso no objetivo de levantar troféus como mandatário celeste. Em outro momento da entrevista, ele também se mostrou decepcionado com seu sucessor, que recebeu seu apoio nas eleições de 2 de outubro, mas com quem rompeu dias depois.

“Não vou mentir. Nunca tive tanta decepção quanto no fim do meu mandato. Vou, inclusive, dar um exemplo de coisas que me chocaram pela pessoa que sou. Os senhores viram perfeitamente que teve de tudo, inclusive um flagrante no candidato que estávamos apoiando que gerou a prisão dele. Alegaram que ele estava dirigindo sob efeito de bebida alcoólica. Ele se defendeu, isso foi matéria policial, foi detido no Detran e até hoje se defende. Diz que foi feita uma armadilha. Afirmam que um vereador de Belo Horizonte armou”, disse. 

“Disse que era um absurdo e fiquei chocado. Mas fiquei muito mais chocado com o que aconteceu sábado agora. Esse presidente que foi eleito (em um vídeo) sentado num restaurante na Savassi confraternizando com esse vereador que ele acusou de ter armado aquilo pra ele. Os dois rindo, batendo taça de cerveja e me disseram, inclusive, que ele conseguiu colocar esse vereador na chapa dele para o conselho. Essas coisas chocam a gente. Sou de uma época que gente de bem não aceitava isso. Essas coisas me chocaram profundamente. Tanto que fui obrigado a me afastar daquele que eu apoiei na eleição para presidente”, complementou Gilvan.

Na entrevista que concedeu na Toca da Raposa II, Gilvan foi acompanhado pelos troféus que venceu como presidente do Cruzeiro. Estavam na bancada da sala de imprensa do CT as taças dos Brasileiros de 2013 e 2014, da Copa do Brasil de 2017, além dos canecos conquistados nas divisões de base: o Brasileirão e a Supercopa da equipe Sub-20. Em dado momento, ele apontou para os troféus e perguntou: "Qual clube no Brasil, com investimento menor, conseguiu todos esses títulos?".

“Não se pode querer que o dirigente de hoje monte um elenco que brigue para não cair, como aconteceu em 2011 (Gilvan assumiu a transição das presidências na reta final de 2011, como era vice-presidente de Zezé Perrella. Oficialmente, ele se tornou presidente do Cruzeiro em janeiro de 2012). Tenho certeza que, depois de ouvir isso, a torcida vai entender que o presidente montou time para ganhar títulos. O presidente trabalhou para ganhar títulos e ganhou títulos”, afirmou.

Imposto de renda à disposição

Gilvan de Pinho Tavares pregou transparência durante toda entrevista na Toca da Raposa II. O presidente afirmou que deixará à disposição do Conselho Deliberativo do Cruzeiro a declaração de seu imposto de renda, provando que não teve qualquer enriquecimento durante os seis anos em serviu o clube celeste.

Vou apresentar para o presidente do Conselho Deliberativo a minha declaração de imposto de renda. Não foi acrescentado nenhum item ao meu patrimônio. Não me aproveitei do Cruzeiro para levar vantagens financeiras. Espero que o futuro presidente e futuros dirigentes façam a mesma coisa. Deixem a declaração de imposto de renda quando chegarem e quando saírem como prova de que não fizeram nada de errado.

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