Os clubes uruguaios cobram dívidas do Cruzeiro na Fifa: uma relativa à compra do meia-atacante Arrascaeta e outra em relação ao atacante Gonzalo Latorre. A diretoria celeste contratou Arrascaeta em janeiro de 2015 e uma das exigências do negócio era a incorporação de Latorre, outro jovem atleta ligado ao empresário uruguaio Daniel Fonseca.
Fonseca era detentor dos direitos econômicos dos dois jogadores, mas eles estavam registrados no Defensor (Arrascaeta) e no Atenas (Latorre). O agente foi o responsável pelas negociações. Na época, ele tratou diretamente com o então gerente de futebol da Raposa, Valdir Barbosa, a pedido do presidente Gilvan de Pinho Tavares.
Só de Gonzalo Latorre, o Atenas cobra cerca de US$ 3.700.000,00, contando juros em virtude do atraso.
Latorre tornou-se uma grande dor de cabeça para o Cruzeiro. Com um dos grandes salários da base, senão o maior, Latorre sempre chamou atenção por levar vida de profissional bem-sucedido, bem diferente da maioria dos companheiros de Toca I.
Em meados deste ano, o Cruzeiro tentou rescindir contrato com Latorre, mas o jogador uruguaio não aceitou as condições oferecidas pelo clube. Já sem idade para atuar nas categorias de base e fora dos planos de Mano Menezes no profissional, o centroavante treina à parte na Toca. O contrato dele vai até dezembro de 2019.
A reportagem entrou em contato com o advogado Breno Tanuri, que representa o Cruzeiro na Fifa. Segundo ele, o processo já corre há algum tempo e tem previsão de desfecho de cerca de um ano.
Arrascaeta
Em 2015, o Cruzeiro contratou Arrascaeta por 4 milhões de euros (R$ 12 milhões). 50% do valor foi pago no ato da compra. O dinheiro foi repassado pelo empresário Pedro Lourenço, do Supermercados BH. Os outros 2 milhões foram divididos em 29 prestações de 70 mil euros.
O Superesportes já noticiava em fevereiro de 2016 a dificuldade celeste em quitar a dívida. A reportagem ouviu o gerente de futebol do Defensor Sporting, Richard Marchelli, que informou o pagamento de apenas sete das primeiras 12 cotas. “O último depósito foi feito em agosto de 2015. Há cinco parcelas pendentes.
Segundo o advogado Breno Tanuri, o processo envolvendo Arrascaeta pode se arrastar por um tempo maior na Fifa. Atualmente, o meia-atacante uruguaio é um dos principais jogadores do time do técnico Mano Menezes. Nome certo na lista da Seleção Uruguaia na Copa do Mundo, a tendência é que Arrascaeta se valorize ainda mais.
Ábila também parou na Fifa
Sem dinheiro para pagar o Huracán pela compra de Ramón Ábila, o Cruzeiro sofreu a abertura de um processo na Fifa. A Raposa acabou negociando o atacante com o Boca Juniors, em um negócio que envolveu também o Huracán.
Na negociação, ficou definido que o Boca Juniors assumirá a dívida de US$ 1,5 milhão do Cruzeiro com o Huracán, relativa à segunda parcela da compra de 50% dos direitos econômicos de Ábila. De acordo com a imprensa da argentina, o clube xeneize aceitou a cláusula de adquirir a outra metade do "passe", mas com prazo estendido para dezembro de 2020.
Em compensação, o Cruzeiro recebeu o meia Alexis Messidoro. Ele vem sendo pouco utilizado pelo técnico Mano Menezes. Participou do empate com o Londrina (2 a 2), pela Primeira Liga, e da derrota para o Coritiba (1 a 0), pelo Brasileiro.