De um primeiro tempo com domínio absoluto, em que marcou com Thiago Neves e teve outras duas chances para ampliar o placar, o Cruzeiro cedeu a virada ao Atlético na etapa final – gols de Otero e Robinho (2) – e perdeu por 3 a 1 o clássico deste domingo, no Mineirão, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em entrevista coletiva, o técnico Mano Menezes reconheceu o mérito do adversário, porém afirmou que sua equipe deixou a vitória escapar pelas mãos. Segundo ele, caso os comandados aproveitassem melhor as chances de contra-ataque, a história do clássico poderia ser diferente.
“Claro que a gente não desmerece porque a gente respeita o nosso adversário. A única coisa que penso fora dos méritos que a gente dá de reconhecimento é que o Cruzeiro teve o jogo na sua mão depois que fez 1 a 0. Tivemos uma chance claríssima com o Alisson, em que nós entramos (na grande área). No segundo tempo certamente tivemos 10 contra-ataques à nossa disposição. Certamente um 2 a 0 naquela hora mataria o jogo”, analisou o treinador.
Antes de sofrer o empate, o Cruzeiro criou duas chances no segundo tempo. Na primeira, Rafinha chutou de fora da área e acertou o travessão. Na segunda, Diogo Barbosa bateu forte e obrigou Victor a espalmar. Aos 15min, porém, veio o castigo: em bola cruzada na grande área, o baixinho Otero, de 1,65m, levou a melhor sobre Diogo e fez 1 a 1. Posteriormente, Robinho marcou duas vezes, aos 21 e 35min, em finalizações de muita categoria. No terceiro gol sofrido, Mano Menezes tinha acabado de trocar o volante Henrique pelo atacante Rafael Marques. O objetivo era pressionar o rival com mais um homem no setor ofensivo, mas o efeito foi contrário: a defesa ficou exposta e o Atlético praticamente matou o jogo. O treinador admitiu uma desorganização naquele momento.
“Depois do gol de empate, nos desorganizamos um pouco e começamos a dar contra-ataques. Um a um é ruim na sua casa, mas 2 a 1 ou 3 a 1 para o adversário é pior. Ficamos ansiosos para querer fazer o 2 a 1, com jogadores desgastados, e por isso algumas alterações e até teria mais dois para tirar por desgaste, mas já não tinha mais. Isso contribuiu para que o meio-campo ficasse aberto demais. Tirei Henrique na última alteração e tomamos o gol do 3 a 1 imediatamente. Se tivesse tomado o 3 a 1 (antes), certamente não tiraria o Henrique naquela hora. Não exporia a equipe desnecessariamente para deixar um placar mais elástico”.
Por fim, Mano Menezes lamentou a ausência de um jogador com poder de definição. Sassá, que tem essa característica – marcou seis gols em 15 partidas no Brasileiro, passou por atroscopia no joelho direito e está fora por tempo indeterminado. Raniel também se encontra no departamento médico por causa de lesões nas duas coxas. Na visão do comandante, os atletas atualmente à disposição – Rafael Sobis, Elber, Arrascaeta, Alisson e Rafael Marques – não têm as virtudes de um centroavante.
“Temos sofrido bastante por falta de mais força na última linha de ataque. Nossos jogadores são extremamente técnicos, nós jogamos assim alguns jogos, mas na hora em que precisa mais contundência, como hoje, ficou claro que faltou um homem com característica de finalizador na frente. É o que estamos levando hoje. É uma semana ruim para a gente, mas acontece no futebol. Vamos colocar a cabeça no lugar, trabalhar essa semana que temos pela frente e enfrentar o Palmeiras, que vem crescendo na competição”.
.