“De manhã, eu liguei para o Guilherme Mendes (diretor de comunicação) só para me comunicar com todo mundo. São pessoas ligando e falando sobre o meu futuro. Quando vim para o Cruzeiro, assumi um compromisso com o presidente Gilvan. Era o meu primeiro ano de trabalho, uma experiência nova para mim. Apesar de achar que estava preparado, na prática é diferente. Vou manter meu compromisso que tive com ele até dezembro. Até dezembro vou ficar aqui. Mais importante que o compromisso com o presidente, é com os jogadores, comissão técnica, funcionários. A gente passou muitas dificuldades aqui dentro e juntos conseguimos superar elas. Por isso, a gente promete e faz acordo com os jogadores. Tenho obrigação de ficar até dezembro para brigar por tudo que for de condição para os jogadores. Também acredito que nós temos ambição dentro do Brasileiro. Ficar entre os primeiros colocados, o retorno financeiro para o clube é melhor. Não podemos abrir mão disso. E também por aquilo que sempre pregamos aos jogadores. Quando você está num clube como o Cruzeiro, você tem que ganhar sempre, provar sempre que você foi o melhor. Meu maior compromisso e gratidão com o Cruzeiro é fazer o melhor até o último dia. Vou procurar ganhar, porque isso marcou minha carreira dentro e fora de campo. Vou ficar até dezembro, trabalhando da melhor forma para comissão técnica e jogadores, que são os maiores protagonistas do futebol. A partir de dezembro, me desligo”, afirmou.
Tinga agradeceu a oportunidade dada pelo Cruzeiro e diz que deixa o clube por princípios. "Não contra pessoas que estão entrando, até porque não conheço, e quando não se conhece as pessoas você não pode falar nem bem nem mal. Entendo as mudanças que às vezes acontecem. O Cruzeiro é um clube que tenho muita gratidão. Tenho orgulho de ter encerrado minha carreira como bicampeão brasileiro. Neste mesmo clube, dois anos depois, tenho a oportunidade de iniciar minha carreira e ser campeão. É um clube que tenho uma gratidão enorme. Não estou deixando o Cruzeiro, estou acompanhando meus princípios. Quando cheguei aqui, sem muita experiência em algumas áreas. As pessoas que mais me ajudaram foram o Guilherme Mendes, o Pedro, depois chegou o Klauss, o Bruno por ser o vice-presidente de futebol ajudou bastante. Não saio porque o Bruno saiu. Saio porque acompanho aquilo que tive como princípios e gratidão que tive durante toda a minha vida. Não é nada contra quem está entrando. É apenas pelos meus princípios. É isso que vou levar em toda a minha carreira. Jamais vou deixar para trás as pessoas que me ajudaram. Tenho o compromisso de fazer o máximo por esses jogadores. Temos bastante partidas para jogar ainda”, acrescentou Tinga.
Tinga foi anunciado como gerente de futebol do Cruzeiro em dezembro de 2016. Com papel importante no clube, ele era a ligação entre jogadores, comissão técnica e diretoria. Em momentos mais turbulentos, Tinga conseguiu blindar o elenco de protestos de cruzeirenses mais exaltados. A conquista da Copa do Brasil também passa pelo trabalho do ex-jogador que fez história no futebol brasileiro e alemão.
A trajetória de Tinga no Cruzeiro começou dentro de campo. Ele chegou ao clube em 2012 e se tornou uma referência para o elenco. No time celeste, conquistou dois títulos do Campeonato Brasileiro e um Estadual. O jogador, que usava a camisa 7, se despediu dos gramados em maio de 2015, na Raposa.