“Eu cheguei, entreguei o cargo, chamei todo mundo, falei que não queria que ninguém tomasse qualquer decisão por minha causa, que o bem maior nosso é o Cruzeiro, mas que tinha minhas condições para trabalhar e que as que foram apresentadas não tinham sido as combinadas. Se eu soubesse que era isso, eu teria feito igual o Pedrinho do Supermercado BH, teria ficado neutro e não ajudado na eleição. Felizmente ou infelizmente foi isso que aconteceu. Agora bola para frente”, afirmou, depois de explicar os motivos que o fizeram a entregar o cargo ao presidente Gilvan de Pinho Tavares.
“Até a eleição, o Itair jurava de pé junto que não gostaria de trabalhar com o futebol nunca mais na vida. O Gilvan e o Lemos falavam que não aceitavam de jeito nenhum que tirassem o Guilherme Mendes. Um dia depois da eleição, quando eu vi que começou esse sururu todo, eu liguei para o Gilvan e para o Wagner e combinei de conversar. Até porque quando o Wagner tinha me convidado, ele tinha dito que não mudaria nada do futebol, em caso de vitória da chapa. Quando liguei para o Gilvan, eu disse para encontrarmos e marcarmos para resolver essa porra, porque se não ia ficar criando especulação e eu não queria isso para mim. Chegando lá, a conversa foi a seguinte: ‘Eu quero que o Itair vá para o futebol, mas quero que trabalhe com você’. Eu falei para o Wagner que entendi que o Itair era da confiança dele, que tinha investido dinheiro na campanha dele, e que não era isso que tinha sido falado antes da campanha. Porém, que eu tinha minha equipe que era o Klauss, o Tinga, o Guilherme e o Pedro e que, para eu trabalhar, teria que ficar com essa equipe”, disse.
“Aí ele falou que não, que eu precisava conversar com o Itair. Eu disse que não tinha nenhum problema com o Itair, porém, cheguei num nível do futebol que eu posso escolher minha equipe. Aí o Gilvan falou para ele algumas que eu prefiro não falar. O Wagner falou que o Itair estava nos Estados Unidos e que voltaria em uma semana. Que era para eu esperar uma semana para conversar com o Itair. Eu, sinceramente, não tinha nada para falar com o Itair. Já estava clara qual era a intenção. Eu falei que o Gilvan que eu estava entregando o cargo. Cruzeiro não tem chance de ser campeão, não tem chance de ser rebaixado, e que eu estava entregando o cargo”, complementou.
Ainda no áudio, Vicintin relata que recebeu ligações de Gilvan de Pinho Tavares e José Francisco Lemos (atual primeiro vice-presidente), para que ele reconsiderasse a decisão de deixar o cargo imediatamente. Ele descartou a possibilidade. Bruno revelou também que terá uma festa em sua fazenda para os pentacampeões da Copa do Brasil. Por fim, dedicou sorte aos novos diretores do Cruzeiro.
“Hoje (quinta-feira) o (José Francisco) Lemos e o Gilvan me ligaram, na verdade eu liguei para o Gilvan para avisar que vou despedir dos jogadores amanhã (sexta-feira), que eu queria sair na foto do título, acho que mereço isso, e que eu tinha prometido para os jogadores uma festa na minha fazenda e que eu pretendo fazer. Já está até marcado. Ele pediu para eu reconsiderar, ficar até o fim do mandato, mas eu disse que não, que a decisão estava tomada. Pedi que ele entendesse. O Lemos também ligou, pediu para eu considerar, ficar até o fim do mandato, para negociar depois, eu falei para o Lemos que não, que eu não concordava com o que não estava sendo cumprido. Se em dois dias mudou tanto, eu não queria fazer parte disso. Foi uma decisão pessoal minha, desejo toda sorte do mundo para o Wagner, Itair, Serginho, quem quer que seja que tome conta do Cruzeiro. Vou viver minha vida com tranquilidade”, concluiu.
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Terça-feira, 3 de outubro: Possível nomeação de Itair Machado pode decretar saída de Bruno Vicintin e efeito dominó no Cruzeiro; Mano analisa futuro
Quarta-feira, 4 de outubro: Depois de reunião com Wagner e Gilvan, Vicintin deixa a vice-presidência de futebol do Cruzeiro
Quinta-feira, 5 de outubro: Depois de Vicintin, Gilvan também abandona projeto de Wagner Pires de Sá no Cruzeiro
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