Possível nomeação de Itair Machado pode decretar saída de Bruno Vicintin e efeito dominó no Cruzeiro; Mano analisa futuro

Depois de atravessar dois de seus principais eventos em 2017, a decisão da Copa do Brasil e a eleição presidencial, o Cruzeiro passa a respirar nos bastidores o planejamento para 2018. Eleito novo mandatário na noite dessa segunda-feira, Wagner Pires de Sá deverá iniciar a transição com Gilvan de Pinho Tavares a partir desta quarta-feira, embora a posse oficial seja apenas em 31 de dezembro. Ele terá pela frente decisões importantes, sendo a principal delas a escolha do homem forte do futebol a partir da próxima temporada. Aliado durante toda campanha, o ex-presidente do Ipatinga, Itair Machado, aspira uma posição de chefia no departamento. Já o vice de futebol, Bruno Vicintin, é a favor da manutenção da estrutura atual e deixará o clube se Wagner confirmar a nomeação de Itair.

Independentemente disso, o Superesportes apurou que Vicintin está propenso a não aceitar o convite de Wagner Pires de Sá para continuar no clube. A necessidade de voltar a dar atenção aos seus negócios particulares e aos familiares pesa na iminente decisão. Ele está no clube desde 2012, participou dos títulos brasileiros de 2013 e 2014, da recente conquista da Copa do Brasil, mas passou por muito desgaste entre 2015 e 2016.

 

Durante a transição de Wagner Pires de Sá, estão previstas reuniões com Vicintin. O novo presidente conta com seu vice, Hermínio Francisco Lemos, velho amigo de Bruno, para convencê-lo a permanecer na Toca II.

A eventual confirmação da saída de Bruno Vicintin poderá gerar mudanças profundas no departamento de futebol. O gerente Tinga, por exemplo, já confidenciou a pessoas próximas que não seguirá em Belo Horizonte nesse cenário. Ele já recebeu sondagens de outros clubes para participar da gestão, dentre eles o Internacional. O futuro do diretor de futebol Klauss Câmara é o mais incerto, ainda mais se Itair for anunciado. Na base, a tendência é que Antônio Assunção, atual superintendente, seja mais um a se desligar.

A reportagem tentou contato com Itair Machado, mas ele não atendeu aos telefonemas e nem respondeu as mensagens. Em entrevista ao Superesportes antes da eleição, o ex-presidente do Ipatinga assegurou que ajudou Wagner Pires de Sá na campanha por amizade, não por ter promessa de assumir algum cargo no departamento de futebol.

Antes mesmo da decisão da Copa do Brasil, Mano Menezes já havia comentado com pessoas próximas que dificilmente seguiria no Cruzeiro. O técnico atribuía esse desejo ao desgaste natural de muitos meses de trabalho e à ambição por novos projetos. O vínculo atual vai até 31 de dezembro. Um dos seus objetivos de carreira é liderar o São Paulo, embora seja o Palmeiras o clube que sondou o treinador nos últimos dias.

Oficialmente, em entrevista à reportagem, Gilvan de Pinho Tavares diz apostar todas suas fichas na permanência da estrutura do futebol, inclusive do técnico Mano Menezes. Nessa segunda, ele reforçou a confiança. “O nosso treinador já está sabendo que vamos conversar para ver se a gente chega à frente de outros clubes. Não podemos perder outros jogadores que podem fortalecer o Cruzeiro. Foi assim que fizemos em 2012 ao formar aquele time que nos deu tanta alegria em 2013 e 2014. Começamos a montar o time em outubro para começar a pré-temporada seguinte em janeiro. Vamos fazer a mesma coisa agora. O Wagner, o Hermínio e o Granata (Ronaldo Granata, 2º vice) estarão comigo, com o Bruno Vicintin e o Antônio Assunção (superintendente da base) avalizando as coisas”, disse.

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