Superesportes

CRUZEIRO

Em 'Reduto Azul' com ídolos do Cruzeiro, Raul empolga torcida com 'projeção' para final, e Cleison explica ida para 'o outro lado'

Evento em bar de Belo Horizonte reuniu Sorín, Raul, Cleison, Geovanni, Roberto Gaúcho, Célio Lúcio, Nonato e Marcelo Ramos

Redação
Torcida conversou com Sorín, Raul, Cleison, Geovanni, Roberto Gaúcho, Célio Lúcio, Nonato e Marcelo - Foto: Amanda Vargas/Cruzeiro
O Cruzeiro realizou nesta terça-feira à noite, em um bar na Zona Sul de Belo Horizonte, mais uma edição do evento Reduto Azul e reuniu alguns dos seus ídolos para um bate-papo com a torcida sobre a grande final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, no Mineirão. O ex-lateral Sorín mediou as perguntas dos cruzeirenses para grandes nomes como Raul, Cleison, Geovanni, Roberto Gaúcho, Célio Lúcio, Nonato e Marcelo Ramos, que relembraram títulos diversos, mas principalmente as Copas do Brasil de 1993, 1996, 2000 e 2003.

Sorín conseguiu arrancar de Raul, ídolo comum de Cruzeiro e Flamengo, uma projeção para a final desta quarta-feira. Embora o ex-goleiro tenha evitado falar da decisão nas últimas semanas, justamente pelo passado nos dois clubes, ele não ficou em cima do muro e apontou o favorito para levantar a taça da Copa do Brasil.

”No futebol não adianta chegar, desejar a vitória, falar que vamos ganhar, se não tiver time para isso. E o Cruzeiro tem time para ganhar. Se fizer análise no conjunto e individualmente, se der a lógica, dá Cruzeiro”, cravou Raul, que levou à loucura a torcida presente no barzinho.

Como uma das lendas da posição no Cruzeiro e no Flamengo, Raul foi além e comentou o momento dos goleiros dos dois times antes da decisão. De um lado, o time azul terá Fábio em grande fase. Do outro, os rubro-negros contarão com Alex Muralha, marcado por falhas recentes, pressão da torcida e até desqualificação por manchetes de jornais cariocas.

”O Muralha vem de uma série de jogos de instabilidade, de uma série de problemas, e não significa que ele não jogará bem. Mas o Cruzeiro está muito mais preparado na posição que o Flamengo hoje.
Em caso de necessidade, o Cruzeiro está bem melhor até no banco. Não vou falar nem reserva, pois Rafael não é, ele é uma alternativa. Assim como o Lucas França também”, analisou Raul.

”A posição de goleiro não é a mais importante, mas vai além porque não tem nada melhor que ter uma cobrança de falta contra o seu time, de pênalti contra o seu time, uma finalização espetacular, e o goleiro do seu time faz a defesa. Lá na frente, o jogador diz: ‘estamos bem’. Se o goleiro toma um franguinho, vem uma desconfiança. Quando se tem goleiro com regularidade, o cara olha pra trás e diz: ‘que bom que ele está lá’. Ele vê que lá tem um goleiro. Evidentemente pode falhar um dia, mas um goleiro de nível falha muito pouco”, acrescentou o ídolo comum de Cruzeiro e Flamengo, hoje com 72 anos.
Durante o bate-papo, alguns jogadores revelaram em quem apostam para decidir a final contra o Flamengo. O ex-atacante Roberto Gaúcho, decisivo na final contra o Palmeiras, em 1996, ao marcar o primeiro gol da vitória por 2 a 1 em pleno Parque Antarctica, disse para quem vai torcer. “Acredito que quem vai fazer o gol do título amanhã é o garoto Alisson”.

Já Marcelo Ramos, autor do gol do título naquele mesmo jogo contra o favorito Palmeiras, quer ver Raniel como herói cruzeirense no Mineirão. “Torço muito e muito para que o Raniel consiga decidir o jogo amanhã (quarta). Ele tem história parecida, veio do Nordeste, eu também vim, ele tem futuro, já mostrou seu talento, tem apenas 21 anos. Mas eu torço muito para que ele consiga decidir o título”.

Saia justa

Entre uma pergunta e outra, Cleison acabou tendo que explicar aos cruzeirenses por que aceitou jogar no rival Atlético entre 2000 e 2003.
Revelado pelo Cruzeiro e campeão da Copa do Brasil de 1993, sendo inclusive autor do gol do título sobre o Grêmio, ele lembrou a difícil decisão de atuar “do outro lado”. “Por que eu joguei no outro lado? De uma vez por todas. Vou falar. Eu estava jogando no Grêmio, recebi uma proposta do outro lado e falei: ‘vou pensar’. Liguei para o Cruzeiro, não queria jogar do outro lado, disse que recebi uma proposta do outro lado, só que eu não quero. ‘Vocês (do Cruzeiro) têm interesse?’ Eles responderam que não, pois estavam cheios de volante lá. Eu vou passar fome?”, retrucou Cleison. No fim, o ex-jogador, conhecido pela raça e versatilidade, livrou-se da saia justa.
.