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De 3ª opção a esperança de gols: os passos para o crescimento de Raniel no Cruzeiro

Atacante foi conquistando espaço aos poucos no time e virou xodó da torcida

postado em 12/09/2017 18:00 / atualizado em 12/09/2017 19:27

Ramon Lisboa/EM/D.A. Press
Em 29 de janeiro, o Cruzeiro estreava no Campeonato Mineiro contra o Villa Nova, no Mineirão. Rafael Sobis foi o titular do ataque naquela partida. Ramón Ábila, que não está mais elenco (transferiu-se para o Boca Juniors e foi emprestado ao Huracán), entrou no decorrer do jogo. Raniel, por sua vez, ficou no banco. E durante meses, o técnico Mano Menezes alternou entre os dois experientes, que dividem a artilharia do elenco em 2017, com 14 gols cada. Nem por isso o jovem de 21 anos desanimou. Continuou se dedicando nos treinamentos na Toca da Raposa II e até arrancou elogios de Mano. Faltava apenas a sequência. Que veio no decorrer do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Raniel aproveitou, fez seus gols e virou xodó da torcida. Por causa da suspensão de Sobis e da impossibilidade de Sassá atuar na competição, o camisa 36 é a opção de ofício à disposição da comissão técnica para o jogo de volta da decisão, contra o Flamengo, às 21h45 do dia 27 (quarta-feira), no Mineirão. O Superesportes elenca cinco fatores que contribuíram significativamente na evolução do atleta revelado pelo Santa Cruz.

Gols importantes

Dá para contar nos dedos os gols de Raniel pelo Cruzeiro, até pelo fato de ele ter jogado pouco como profissional. Foram quatro em 21 jogos. Mas o atacante deixou sua marca em compromissos importantes. Na vitória sobre a Chapecoense por 1 a 0, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, ele acertou belo chute de fora da área. Foi o gol da classificação, já que o duelo de volta, em Chapecó, terminou empatado por 0 a 0.

No Campeonato Brasileiro, Raniel marcou o segundo gol do Cruzeiro na vitória por 2 a 0 sobre o Sport, no Mineirão, pela 21ª rodada, em 20 de agosto. Com o resultado, o clube celeste retornou ao G6 do Campeonato Brasileiro e ganhou prestígio para o jogo de volta da Copa do Brasil, três dias depois, também no Gigante da Pampulha. A história é inesquecível para os cruzeirenses: 1 a 0 sobre o Grêmio no tempo normal e classificação à decisão nos pênaltis, com vitória por 3 a 2.

Raniel também balançou as redes do Grêmio, pelas quartas de final da Primeira Liga (vitória por 2 a 0, no Mineirão), e da Chapecoense, em jogo válido pela 23ª rodada do Brasileiro (vitória por 2 a 1, na Arena Condá). Ou seja, sempre que o atacante foi às redes, a Raposa conseguiu bons resultados.


Frieza na marca do pênalti

Ao levar para os pênaltis a semifinal da Copa do Brasil contra o Grêmio, o Cruzeiro colocou todo o planejamento da temporada em jogo. A eliminação sepultaria as chances de ganhar um troféu importante em 2017. A tensão tomou conta dos mais de 55 mil presentes no Mineirão. Mas Raniel demonstrou frieza. Ele, que havia entrado no lugar de Elber no intervalo e feito boa partida no segundo tempo, foi o escolhido para executar a quarta cobrança e não decepcionou. O chute no alto no ângulo esquerdo não teve chance de defesa para Marcelo Grohe, que saltou para o lado direito. Depois dos erros de Robinho e Murilo, Raniel manteve vivo o sonho cruzeirense e jogou a pressão para o gremista Luan, que parou em defesa de Fábio. Coube a Thiago Neves garantir o passaporte celeste à decisão contra o Flamengo.


Movimentação

Raniel joga do jeito que Mano Menezes gosta: com muita movimentação tanto dentro quanto fora da área. Mesmo sendo utilizado como atacante, o jogador carrega qualidades de armador, já que desempenhou essa função no Santa Cruz. Na vitória de domingo sobre a Chapecoense, por exemplo, o gol marcado por Rafinha é originado de uma assistência de Raniel, que conduziu a redonda desde o meio-campo. No esquema tático de Mano, o jovem pode atuar tanto centralizado quanto pelas beiradas de campo.

Porém, um fato que talvez tenha passado despercebido por muitos ajudou o Cruzeiro a seguir na Copa do Brasil. Raniel entrou no lugar de Elber na partida de volta contra o Grêmio, no Mineirão. Incentivado pela torcida, ele começou a brigar pela bola com os zagueiros adversários e levantou o estádio. O time, então, foi no mesmo embalo. E aos 7min, depois de escanteio cobrado por Thiago Neves, Hudson marcou o tento da vitória e levou o confronto para os pênaltis.

Espera pela oportunidade

Dos 21 jogos que fez como profissional do Cruzeiro, Raniel foi titular em apenas quatro e não atuou por 90 minutos uma vez sequer. Nas 17 vezes em que entrou no segundo tempo, 12 foram depois dos 25min do segundo tempo. Raniel, portanto, tem apenas 631 minutos em campo. Por alto, são sete partidas completas. O atacante soube aproveitar o tempo curto e agora é candidato a ganhar sequência, como mesmo disse o técnico Mano Menezes depois do jogo contra a Chapecoense.

“Era importante dar ritmo a Raniel. É um jogador que, na ausência do Sobis na final da Copa do Brasil, vai entrar, seja desde o início ou no decorrer do jogo. Então, essa confiança de ele voltar a marcar gols vai criando um sentimento importante para um jogador que será usado num jogo tão importante quanto o do dia 27”.


Sem medo de finalizar

Talvez a principal virtude de Raniel seja a procura pelo gol. Não à toa marcou de fora da área contra a Chapecoense, na vitória por 1 a 0 pelas oitavas de final da Copa do Brasil, num jogo de poucas oportunidades. No jogo de ida da decisão, contra o Flamengo, no Maracanã, Raniel entrou aos 13min do segundo tempo no lugar de Rafael Sobis. Além de ter chutado duas vezes, o camisa 36 deu uma assistência para finalização.

Com 1,81m de altura, Raniel também pode ser opção na bola aérea. Outro fundamento em que ele se destaca é na bola parada. Enquanto atleta do sub-20 do Cruzeiro, o atacante marcou vários gols de falta. No time principal ainda não teve oportunidade, até mesmo por causa da forte concorrência com os especialistas Thiago Neves, Robinho, Arrascaeta e Rafael Sobis.

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