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CRUZEIRO

Mano Menezes se aproxima do 100º jogo no comando do Cruzeiro; relembre a trajetória

Marca será completada nesta quarta, quando a Raposa enfrentará o Grêmio

Rafael Arruda
Com aproveitamento de 59,25%, Mano Menezes atingirá marca expressiva de jogos pelo Cruzeiro - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Se a Primeira Liga é deixada de lado pela maior parte dos clubes que a disputam, ao menos o Cruzeiro terá um acontecimento relevante no encontro desta quarta-feira contra o Grêmio, às 21h45, no Mineirão, pelas quartas de final do torneio interestadual não respaldado pela CBF. É que o técnico Mano Menezes alcançará o 100º jogo à frente da Raposa.

Mano enviou um áudio agradecendo ao Cruzeiro e ao torcedor:

Em 99 partidas, o ex-comandante da Seleção Brasileira contabiliza 49 vitórias, 29 empates e 21 derrotas. O aproveitamento é de 59,25%. Nesses jogos, a Raposa anotou 153 gols e sofreu 87. Curiosamente, o artilheiro é Ramón Ábila, pouco aproveitado como titular em 2017 e negociado no início de agosto com o Boca Juniors (que o repassou ao Huracán). O argentino marcou 25 vezes foi responsável por 16,3% do total de gols da “era Mano” no Cruzeiro.

Treinador mais longevo da Série A - está no Cruzeiro há um ano e dois meses -, Mano tem na Copa do Brasil a grande oportunidade de conquistar o primeiro título pelo clube. Nos dias 7 de setembro, no Maracanã, e 27, no Mineirão, haverá a decisão do torneio contra o Flamengo. Antes disso, o gaúcho viveu bons e maus momentos na Toca II. Relembre abaixo os principais acontecimentos.

Primeira passagem bem-sucedida

A “era Mano Menezes” no Cruzeiro começou em setembro de 2015. À época, ele foi contratado para o lugar de Vanderlei Luxemburgo, que acumulara maus resultados no Campeonato Brasileiro e deixara o time na parte de baixo da tabela. Mano assumiu o comando na 23ª rodada, quando a equipe estava em 16º lugar, com 25 pontos, a dois do Avaí, primeiro da zona de rebaixamento. A goleada sobre o Figueirense por 5 a 1 numa manhã de domingo (6/9), no Mineirão, foi o pontapé inicial para uma arrancada de respeito. Com 62,5% de aproveitamento em 16 jogos, Mano colocou o Cruzeiro na oitava colocação da Série A, com 55 pontos. Não era o ideal para o clube que havia sido campeão brasileiro no ano anterior, mas, em função das circunstâncias, foi um fato comemorado.

Mano fez bom trabalho pelo Cruzeiro em 2015: registrou oito vitórias, seis empates e duas derrotas - Foto: Rodrigo Clemente/EM D.A Press

Retorno para “apagar incêndio”


Mano não continuou no Cruzeiro para 2016. Uma proposta milionária do Shandong Luneng, da China, atraiu o treinador e rendeu aos cofres celestes cerca de R$ 7 milhões (multa rescisória). O novato Deivid foi o escolhido para substituí-lo, mas a derrota para o América nas semifinais do Campeonato Mineiro e a falta de evolução do elenco fez a diretoria mudar o comando. Veio o português Paulo Bento com a tentativa de implantar no Brasil a filosofia de trabalho aplicada na Europa. Não deu certo. Mano Menezes, então, voltou a ser a solução. Ele retornou à Toca da Raposa em julho do ano passado com uma missão ainda mais espinhosa que a da primeira passagem. O Cruzeiro estava afundado na zona de rebaixamento, em penúltimo lugar, com 15 pontos em 16 jogos. Nas 22 rodadas restantes, Mano conseguiu aproveitamento de 54,5% (36 pontos em 66 possíveis) e colocou a equipe em 12º lugar, com direito a vaga na Copa Sul-Americana.  O time ainda alcançou as semifinais da Copa do Brasil, sendo eliminado pelo campeão Grêmio.

Em 2016, Mano retornou ao Cruzeiro com a missão de tirar o time da zona de rebaixamento da Série A - Foto: Leandro Couri/EM D.A Press

Decepções no primeiro semestre de 2017

Em 2017, Mano conseguiu o que é considerado primordial para qualquer treinador: montar o elenco de acordo com as próprias convicções e realizar trabalho de pré-temporada. O Cruzeiro teve início animador no Campeonato Mineiro e na Copa do Brasil com grande sequência de vitórias. Porém, a perda do título estadual para o arquirrival Atlético e a eliminação nos pênaltis diante do Nacional-PAR na primeira fase da Copa Sul-Americana (torneio que chegou a ser considerado prioridade no clube) frustraram os torcedores, que em função da manutenção de peças importantes e de contratações de peso (caso do meia Thiago Neves) esperavam conquistas logo no primeiro semestre.

No Campeonato Mineiro de 2017, o Cruzeiro acabou derrotado pelo Atlético na decisão - Foto: Rodrigo Clemente/EM D.A Press

Classificações sofridas


Restou a Mano Menezes brigar por dois títulos: do Brasileiro e da Copa do Brasil. No campeonato de pontos corridos, ter regularidade é fundamental para se manter entre os primeiros colocados. Tal situação não aconteceu com o Cruzeiro, que soma 31 pontos em 22 rodadas e está muito longe do líder Corinthians (50 pontos). Já no torneio eliminatório, o sistema é diferente: não basta ter o melhor conjunto técnico, é preciso saber lidar com eventuais situações adversas para superar os adversários nos duelos de ida e volta.

Tetracampeão da Copa do Brasil, o Cruzeiro voltou a compreender o espírito da competição e superou grandes adversários. Na quarta fase, contra o São Paulo, ganhou no Morumbi por 2 a 0 e “segurou” a derrota por 2 a 1 no Mineirão. Nas oitavas, um gol de fora da área de Raniel contra a Chapecoense, em BH, garantiu a vaga, já que o duelo de volta terminou empatado sem gols. O time celeste bateu o Palmeiras nas quartas após empatar por 3 a 3 fora de casa e por 1 a 1 na capital mineira – com direito a gol de Diogo Barbosa aos 40min do segundo tempo. E diante do Grêmio, nas semifinais, o dramático triunfo nos pênaltis por 3 a 2, no Mineirão, depois de 1 a 1 no placar agregado (vitória e derrota por 1 a 0).

Cruzeiro teve classificações sofridas na Copa do Brasil. A foto é da vitória nos pênaltis sobre o Grêmio - Foto: Alexandre Guzanshe/EM D.A Press

Condição de conquistar o primeiro título

A passagem para a decisão da Copa do Brasil fez Mano Menezes recuperar o prestígio com o torcedor do Cruzeiro. A final contra o Flamengo (dias 7, no Maracanã, e 27 de setembro, no Mineirão) é a oportunidade de o treinador conquistar o primeiro título em BH e quebrar um jejum particular de oito anos. A última vez em que Mano celebrou um troféu foi em 2009, quando estava no Corinthians. Na ocasião, ele ganhou justamente a Copa do Brasil. E a Raposa também quer encerrar a “seca”, já que não ergue uma taça desde o Brasileiro de 2014.

Finalista da Copa do Brasil, Cruzeiro pode ganhar primeiro título sob o comando de Mano Menezes - Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Números por temporada

2015

Jogos: 16
Vitórias: 8
Empates: 6
Derrotas: 2
Gols marcados: 27

Gols sofridos: 13

2016

Jogos: 28
Vitórias: 13
Empates: 7
Derrotas: 8
Gols marcados: 40
Gols sofridos: 30


2017


Jogos: 55
Vitórias: 28
Empates: 16
Derrotas: 11
Gols marcados: 86
Gols sofridos: 44


Jogos por competição:

Campeonato Brasileiro: 60 (26 vitórias, 19 empates e 15 derrotas)
Copa do Brasil: 18 jogos (10 vitórias, 4 empates e 4 derrotas)
Campeonato Mineiro: 15 jogos (9 vitórias, 5 empates e 1 derrota)
Copa Sul-Americana: 2 (1 vitória e 1 derrota)
Primeira Liga: 3 (2 vitórias e 1 empate)
Amistoso: 1 (1 vitória)

Os 153 gols

Ramón Ábila – 25
Rafael Sobis – 18
Robinho – 16
Arrascaeta – 14
Willian – 12
Thiago Neves – 12
Alisson – 7
Henrique – 6
Sassá – 6
Hudson – 3
Rafinha – 3
Raniel – 2
Elber – 2
Marcos Vinícius – 2
Bruno Rodrigo – 2
Ariel Cabral – 2
Leandro Damião – 2
Manoel – 2
Diogo Barbosa – 1
Lucas Romero – 1
Rafael Marques – 1
Dedé – 1
Leo – 1
Ezequiel – 1
Fabrício – 1
Vinícius Araújo – 1
Fabiano – 1
Ceará – 1
Willians – 1
Charles – 1
Lucas Pratto (São Paulo) – contra
Deysinho (Murici-AL) – contra
Cláudio (Murici-AL) – contra
Durval (Sport) – contra
Rafael Lima (Chapecoense) – contra