Goleiro se agigantou diante de mais de 55 mil torcedores no Mineirão e pegou pênalti de Luan - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press
Doze anos seguidos como titular do Cruzeiro e 731 jogos a serviço do clube. Fábio, de 36 anos, colocou em campo sua experiência para ajudar a equipe a se classificar à final da Copa do Brasil. Depois de errar o canto nas quatro primeiras cobranças do Grêmio (em duas a bola bateu na trave), o camisa 1 celeste mostrou tempo de reação ao levantar a perna esquerda e defender o chute de Luan. Na sequência, Thiago Neves converteu a última penalidade e garantiu a vitória por 3 a 2 na noite desta quarta-feira, no Mineirão, pelo jogo de volta das semifinais.

 

Fábio já havia se destacado na partida de ida, em Porto Alegre, onde o Cruzeiro perdeu na quarta-feira passada por 1 a 0. Ele defendeu cabeçada à queima-roupa de Lucas Barrios e um chute da entrada da área de Pedro Rocha. No lance que originou o gol gremista, o goleiro chegou a ser questionado por ter dado rebote em finalização de Luan. Na sobra, Barrios balançou a rede.

 

Independentemente se houve falha ou não, Fábio se agigantou diante de mais de 55 mil torcedores no confronto de volta, em Belo Horizonte. Logo aos 4min, evitou que Pedro Rocha abrisse o placar em chance claríssima na grande área. Esse ataque poderia mudar a história da partida, já que era interessante para o Grêmio marcar como visitante. O ídolo da torcida ainda apareceu para cortar cruzamentos oriundos de escanteios e faltas. A defesa no pênalti de Luan coroou a atuação segura e rendeu elogios por parte do técnico Mano Menezes, que destacou a experiência do veterano – completará 37 anos em 30 de setembro.

 

“O que é que eu tenho para falar do Fábio que ele ainda não passou, né?! Vida de goleiro não é fácil. É por ali que as coisas acontecem. Mas o mesmo Fábio que talvez tenha soltado uma bola que foi inesperada foi o mesmo que fez quase um milagre na cabeçada do Barrios no começo do primeiro jogo. Já passou por tudo na vida, tem todos os merecimentos, assim como os nossos outros goleiros, como o Rafael. É por isso que em determinados momentos, em tomadas de decisões, a escolha recai sobre um profissional como ele, de grande experiência, por tudo que ele significa para o Cruzeiro e para a torcida do Cruzeiro”.

 

Na véspera da semifinal, Fábio chegou a dizer que preferia ver o Cruzeiro classificado no tempo normal. Contudo, o equilíbrio e a tensão dos 90 minutos levaram a definição para os tiros livres de 11 metros. E o goleiro brilhou para defender o 20º pênalti pela Raposa (contando jogos regulamentares e disputas penais) e colocar o clube na sétima decisão de Copa do Brasil. Vencedor em 1993, 1996, 2000 e 2003 e vice-campeão em 1998 e 2014, o time celeste terá pela frente o Flamengo, rival na final de 14 anos atrás. Haverá sorteio nesta quinta-feira para definir a ordem dos manos. Os confrontos vão acontecer nos dias 7 e 27 de setembro.