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CRUZEIRO

Vicintin explica que Ramón Ábila comunicou à diretoria o desejo de sair do Cruzeiro

Atacante não estava sendo utilizado como titular pelo técnico Mano Menezes

Matheus Adler Rafael Arruda
Bruno Vicintin explicou que a saída de Ramón Ábila do Cruzeiro foi um desejo do próprio jogador - Foto: Matheus Adler/Superesportes
O vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Bruno Vicintin, explicou nesta sexta-feira, na coletiva de apresentação do meia Messidoro, que a transferência de Ramón Ábila para o Boca Juniors foi um pedido do próprio jogador. Segundo o dirigente, o atacante procurou a cúpula celeste há algum tempo e afirmou que tinha o “sonho de criança” de atuar no clube xeneize. Pesou também a favor dessa negociação o fato de a diretoria mineira se livrar da dívida de US$ 1,5 milhão com o Huracán – valor referente à segunda parcela da compra de 50% dos direitos econômicos do centroavante – e de uma ação de cobrança movida na Fifa pela agremiação argentina.


“A gente teria que pagar uma parcela do Ábila e assumir uma dívida maior na frente. O jogador nos procurou na época que eu estava nos Estados Unidos por problemas familiares e falou que tinha um interesse de ir para o Boca, que era um sonho de criança dele. Não estava sendo utilizado como titular. Então conversamos e entendemos que assumir uma divida alta para um jogador que era muito importante para gente, mas que não estava sendo utilizado, e chegamos à conclusão de negociar”, afirmou o vice de futebol.

Vicintin também justificou a decisão do Cruzeiro em escolher apenas Messidoro como moeda de troca. “O Boca nos enviou uma lista de 10 jogadores, pedimos outros dois, a negociação veio e voltou, e decidimos pelo empréstimo de 18 meses do Messidoro. Ao invés da gente pegar um segundo jogador, chegamos a um denominador comum de ficarmos com uma porcentagem do Ábila visando futura venda (15% de participação)”.
O curioso é que Ramón Ábila não será aproveitado de imediato no Boca. Inicialmente, ele ficará no Huracán, que ainda detém 50% de seus direitos econômicos. Pelo Globo, o atacante marcou 53 gols em 108 jogos e foi campeão da Copa da Argentina e da Supercopa da Argentina, em 2014. Também obteve destaque na Sul-Americana de 2015, da qual sua equipe foi vice-campeã, ao balançar a rede por cinco vezes e encerrar o torneio como artilheiro.
Pelo Cruzeiro, Ábila disputou 61 jogos e marcou 26 gols. Como titular, foram 22 tentos em 34 apresentações – média de 0,64 por partida. Apesar dos bons números, o camisa 9 não tinha estilo de jogo que agradava ao técnico Mano Menezes. O comandante optava por atletas que se movimentavam mais, casos de Rafael Sobis e Sassá, e costumava dizer que o bom rendimento de Wanchope tinha grande dependência da linha de três armadores.

Apesar de não entrar em campo desde o dia 2 de julho, quando o Cruzeiro perdeu por 3 a 1 para o Atlético, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, Ramón Ábila segue como artilheiro do elenco em 2017, com 13 gols em 32 jogos por competições. Nessa conta não está incluída a vitória por 8 a 2 sobre o Brasília, em amistoso de pré-temporada realizado no SESC Venda Nova, em Belo Horizonte.