“Vejo como uma questão interna, pelo respeito que se tem que ter por tudo. A não utilização dele tem relação com o fato que está se decidindo (o Cruzeiro recebeu uma proposta do Boca Juniors e negocia as condições de uma possível transferência). Não é porque ele deixou de ser opção, muito pelo contrário. Se as coisas permanecerem como estão (se ele não for negociado), (Ábila) será útil. É um jogador que faz um gol a cada dois jogos em média. A gente não desperdiça um jogador como esse, e ele sabe disso”, analisou o comandante.
Na última quarta-feira, o Cruzeiro recebeu uma proposta do Boca Juniors para aquisição de parte dos direitos econômicos de Ramón Ábila. As negociações estão em curso e caminham para um desfecho. A tendência é que a equipe de Buenos Aires inclua duas de suas jovens promessas numa troca com a Raposa, que ainda receberia uma compensação financeira. Os xeneizes assumiriam a dívida que o clube celeste tem com o Huracán, de 1,5 milhão de dólares, relativa à compra de 50% dos direitos do atacante, e ainda compraria o restante do percentual no fim da temporada, avaliado em 4 milhões de dólares.
Contratado pelo Cruzeiro em junho de 2016, Ramón Ábila chegou à Toca da Raposa II para solucionar o problema do time, então comandado pelo português Paulo Bento e em péssimas condições no Campeonato Brasileiro, caindo pelas tabelas. O jogador fez uma série de gols em partidas seguidas e ajudou o time a deixar a zona incômoda da Série A. Desde que chegou, foram 61 jogos e 26 gols marcados.
A chegada de novas peças para o setor ofensivo, porém, tirou de Ramón Ábila a condição de titular. Em 2017, por exemplo, o jogador não conseguiu emplacar uma sequência de quatro jogos começando entre os 11 principais. O atacante procurou a diretoria celeste para externar sua insatisfação com a falta de oportunidades. Como Mano não pleneja alterar seu estilo de jogo e não vê em Ábila as condições de cumprir o papel exercido por Rafael Sobis no ataque, a tendência é que o argentino deixe a Toca da Raposa.