
“Eu vi um grande jogo. A maioria das pessoas comunga deste pensamento. O Cruzeiro vem assumindo o papel de propor jogo. Fizemos isso de forma bem veemente contra o líder em São Paulo e fizemos isso hoje contra o Grêmio. A equipe teve muita força para buscar o resultado de empate. Tivemos mais uma bola na trave no final, num chute do Elber. Foram três bolas na trave que tivemos contra uma equipe dona da segunda melhor campanha no Brasileiro e que vinha fazendo grandes jogos fora de casa”.
Satisfeito com a postura do time, Mano deu a entender que pode manter a estratégia de pressionar os adversários nos próximos duelos pelo Brasileirão. “Sempre acredito em equipes que crescem na competição. Mas não podemos demorar muito para crescer. E a equipe tem potencial para estar aí crescendo. É não abrir mão dessa audácia e de marcar mais alto. Às vezes se cobra isso da gente. Não é um jogo só de intenções. O outro lado tem competência também. Podemos correr o risco (de partir para cima). Essa confiança que estamos retomando e acho que o caminho é esse”.
Com relação ao sistema defensivo, o treinador chamou a atenção para os deslizes na bola aérea. No primeiro gol gremista, marcado por Everton, Kannemann ganha facilmente de Ezequiel a disputa na primeira trave. No segundo, é a vez de Cortêz iniciar o lance que terminou em conclusão de Michel.
“Deixamos escapar a marcação na bola parada, e sabíamos que eles puxavam o Kannemann no primeiro pau, e o Geromel não acompanha isso, deveríamos acompanhar ele (Kannemann). E o Cortez fez o movimento no segundo. Vamos mudar logo esse momento. A bola do adversário bate no poste e entra, a nossa bate no poste e sai. Mas vamos conseguir de forma natural. É mérito do outro lado e temos que reconhecer”.
Ao longo da partida, o Cruzeiro continuou com dificuldades na bola aérea. Kannemann, de 1,83m, quase marcou de cabeça no segundo tempo. Até o baixinho Ramiro, de 1,68m, teve sua chance. Mano Menezes descartou a altura dos zagueiros (Leo, de 1,84m, e Caicedo, de 1,80m) como fator para os problemas apresentados no fundamento, mas admitiu que houve erros na defesa.
“Vou abrir (o treino) na semana que vem e aí vocês emitem opinião. Não faço isso para esconder. Apenas para cobrar com mais veemência os jogadores. Tem momentos que as coisas acontecem. Há uma insegurança sim quando se leva gols assim, o Cruzeiro não era acostumado a levar gol de bola parada. Sei que tínhamos um pouco menos de estatura, mas acho que não foi por isso, nós deixamos escapar contra uma equipe que nem tem tanto estatura assim. Essas coisas não podem acontecer assim com tanta frequência”.
Por fim, Mano acredita que o rendimento dos jogos contra Corinthians e Grêmio aumentará a confiança para a partida de quinta-feira, às 19h30, contra a Ponte Preta, em Campinas. Por ter sido expulso no duelo com o Grêmio, ele não estará no banco de reservas no Moisés Lucarelli. “Penso que sim. E quando não se vence, o sentimento e ideia que temos de transmitir é que não faltou luta e entrega para conquistar o resultado. Então, nós chegamos de São Paulo, encontramos vários cruzeirenses no aeroporto. Hoje ele vai falar que não faltou esses ingredientes que ele quer ver. Nós temos que aproveitar esse momento e a confiança do torcedor para aumentar a nossa produção como equipe e transformar em vitória”.