Fim da espera. Depois de longa novela, Sassá foi apresentado como reforço do Cruzeiro na tarde desta terça-feira. Diferentemente do que se aparenta nas redes sociais, o atacante de 23 anos se mostrou bem tímido diante das câmeras. Com curtas respostas, ele deixou claro o desejo de ‘recomeçar’ Toca da Raposa II, minimizou os casos de indisciplina no Botafogo e atribuiu o tempo afastado dos gramados a desavenças contratuais com o clube carioca.
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Mesmo tímido em apresentação, atacante promete muita 'Sassarrada' no CruzeiroSassá treina com elenco do Cruzeiro na Toca da Raposa IIGilvan justifica 'caso Ábila' na Fifa e afirma que só vende atacante por oferta irrecusávelCom Rafael Sobis, mas sem Robinho, Mano relaciona 23 para Corinthians x Cruzeiro“Quem acompanha tudo que aconteceu no Rio de Janeiro sabe exatamente qual foi o problema. Não foram problemas extracampo, mas contratuais. Acabei ficando um período afastado, mas já passou, estou feliz no Cruzeiro e espero ser feliz aqui”, projetou o novo camisa 99 do time de Mano Menezes. “Espero que eu possa fazer muitos gols, voltar a ser feliz. Passei um tempo afastado, mas estou focado, de cabeça boa e ansioso para voltar logo”.
“Não tenho mágoa do Botafogo. Tenho grandes amigos lá. O que aconteceu foram algumas brigas internas que perdi um pouco o clima lá. Mas foi o clube que me revelou e guardo com bastante carinho no meu coração. Futebol é complicado, a gente não sabe o dia de amanhã. Mas estou focado no Cruzeiro, quero me destacar aqui e ser campeão”, disse.
Em seguida, sem citar o Botafogo, Sassá exaltou a grandeza do Cruzeiro no cenário nacional e a tradição do clube. “O Cruzeiro é outra coisa, é time grande. Espero que a gente consiga brigar por coisas maiores, por títulos, e que tudo dê certo”.
Interesse do Cruzeiro pesou na escolha
A chegada à Toca da Raposa II marca um reinício para Sassá. A escolha pelo clube celeste, segundo o atacante, foi tomada desde o momento em que a oportunidade surgiu na sua carreira, mesmo com a possibilidade de jogar no Palmeiras, atual campeão brasileiro. “O motivo que escolhi vir para cá foi mais a questão de afinidade. Eu enxergava maior interesse da minha presença aqui. Eu nunca tive dúvida que queria vir para cá”, garantiu.
Responsável por apresentar Sassá, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, demonstrou muita confiança numa reviravolta na carreira do jogador de 23 anos; "O Sassá é outro atleta que há bastante tempo tentávamos trazer. Ele sempre demonstrou simpatia, vontade de vir, mas sempre tem os trâmites de negociação que fizeram com que as coisas demorassem mais. Fizemos a contratação e o negócio tem que ser bom para todos os lados. Estão todos satisfeitos. Temos certeza que ele vai fazer aquilo que fez muito no Botafogo, que é fazer gol e dar alegrias".
Sassá desembarcou em Belo Horizonte na semana passada, realizou exames médicos e voltou ao Rio de Janeiro para cuidar da mudança. Nesta semana, ele participou de atividades físicas na segunda e nesta terça-feira. A expectativa é que ele tenha condições para o jogo diante do Grêmio, na próxima segunda-feira. O nome dele precisa ser publicado no Boletim Informativo Diário (BID), da CBF, até a próxima sexta.
Trajetória
Promovido ao time profissional do Botafogo em 2012, Sassá disputou apenas três jogos naquela temporada, mas já marcou um gol. No ano seguinte, com poucas oportunidades, voltou a converter apenas uma vez em 11 compromissos com a camisa alvinegra. Diante das chances escassas no Rio de Janeiro – foram seis jogos em 2014 –, Sassá foi emprestado ao Oeste, para disputa do Paulista, mas pouco fez: apenas três jogos e nenhum gol.
A vida do jovem atacante começou a ganhar novos contornos quando ganhou espaço no Náutico, ainda em 2014, também emprestado pelo Botafogo. Em um semestre no Nordeste, Sassá disputou 22 partidas e marcou nove gols. Ele protagonizou duelos emblemáticos para sua carreira, como quando marcou os dois gols da vitória sobre o Ceará, em setembro de 2014, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
De volta ao Botafogo, Sassá deixou de ser coadjuvante. Já em 2015, disputou 42 confrontos e deixou sua marca em 11 ocasiões. No ano seguinte, 31 jogos e 14 gols – a melhor média da carreira. Já nesta temporada, o jogador acumulou casos de indisciplina e foi afastado em duas ocasiões pelo alvinegro. Em 2017, foram 16 duelos e seis gols marcados.