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Mudança de estatuto esfria, e 'situação' do Cruzeiro debate nome preferido para eleição

Grupo de Gilvan intensificou articulação para definir candidato em outubro

Tiago Mattar
Gilvan de Pinho Tavares tem sido pressionado por seus pares para tomar definição sobre candidato - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. PressEsquentaram, definitivamente, as articulações para a eleição que definirá o próximo presidente do Cruzeiro. Depois de Sérgio Rodrigues, César Masci e Márcio Rodrigues oficializarem suas pré-candidaturas, Gilvan de Pinho Tavares acelerou as reuniões com seu grupo político para definir quem apoiará em outubro. Internamente, os nomes favoritos começam a aparecer, mas todos eles ainda enfrentam algum tipo de resistência, seja no clube ou por razões pessoais.
O que está praticamente definido é que o presidente do Cruzeiro não convocará a Assembleia Geral, um dos órgãos do clube e responsável por votar uma possível mudança de estatuto. Assim, Gilvan já descarta logo de cara dois de seus nomes favoritos para sucedê-lo: Bruno Vicintin, atual vice-presidente de futebol, e Pietro Sportelli, presidente de uma grande empresa do ramo de sistemas automotivos. Ambos necessitam de ajustes na ‘constituição’ do clube para que sejam candidatos.

Durante a semana, o Superesportes ouviu pelo menos oito integrantes da alta cúpula do grupo político de Gilvan sobre possíveis indicados. Os favoritos são Gustavo Gatti, atual segundo secretário do conselho deliberativo e empresário do ramo de engenharia, e Emílio Brandi, sobrinho do ex-presidente celeste Felício Brandi, diretor-presidente da Associação Comercial da Ceasa-MG e atacadista. Por um lado, Gatti aceitaria o desafio de se dedicar integralmente ao Cruzeiro, mas sofre forte resistência da família, preocupada com a exposição que o cargo provocaria. “Existem outros bons nomes”, desconversou o engenheiro. É quase certo que, se não como líder, ele integrará a chapa como primeiro ou segundo vice-presidente.  

Já Brandi diz não estar preparado para assumir tamanha responsabilidade. “Estou ciente do desejo do grupo. Já tive vários pedidos de conselheiros, tenho recebido inúmeras ligações, principalmente desde que o Zezé desistiu da candidatura dele. Posso colaborar com a gestão, mas me candidatar à presidência, neste momento, não tem chance. Não estou preparado para isso. Tenho a família, meus negócios, não posso me afastar da empresa. Pelo tamanho do Cruzeiro, isso exige dedicação quase que exclusiva”, disse o empresário à reportagem.  

Gatti e Brandi: preferidos, mas improváveis - Foto: Reprodução InternetA apuração do Superesportes dá conta de que o grupo capitaneado por Gilvan e por José Francisco Lemos, atual vice-presidente, tem o apoio de empresários influentes como os supermercadistas Alexandre Poni e Pedro Lourenço, além de Paschoal Costa, da indústria de alimentos. Os dois últimos são, atualmente, patrocinadores do Cruzeiro. Velho conhecido do torcedor, Pedro Lourenço se recusa a disputar a eleição por priorizar a  administração de seus negócios. “Eu vou de Emílio Brandi”, afirmou, em tom bem humorado, na tentativa de convencer o amigo.

Nome que foge do ‘perfil empresarial’, mas que reúne apoio de diferentes alas do conselho, Hermínio Lemos é bem visto pela ‘situação’. Ele já foi convidado por outros postulantes para formar chapa, casos de Márcio Rodrigues e Ronaldo Granata, que ainda estuda sua participação no pleito. Hermínio afirma, no entanto, que o nome do candidato ainda é uma incógnita. “Querer, muita gente quer. Mas ainda não há nome. Definitivamente, nosso grupo não escolheu. Existem boas opções”, disse, seguindo o discurso de seus pares.

A expectativa é de que o nome e a composição da chapa sejam definidos em até 15 dias. Os conselheiros do grupo de Gilvan lamentaram que as articulações tenham ganhado desdobramentos decisivos "tão cedo", a quatro meses do pleito, mas são praticamente unânimes de que há urgência para definição do candidato. “Sei que vamos encontrar alguém que tenha capacidade de unir o conselho, talvez algo próximo de 90%. Ainda mais agora, com a desistência do Zezé”, afirmou Brandi.