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Ramón Ábila fala de imbróglio 'Huracán x Cruzeiro' e critica dirigente argentino

Clube argentino cobra, na Fifa, pagamento de direitos do atacante

postado em 18/05/2017 16:39 / atualizado em 18/05/2017 17:30

Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press
O imbróglio envolvendo Cruzeiro e Huracán pela transferência do atacante Ramón Ábila, em 2016, ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira. O centroavante celeste publicou nota, em uma de suas redes sociais, se isentando de culpa por eventuais prejuízos do clube argentino na transação.

De acordo com o texto publicado por Ábila e direcionado aos torcedores do Huracán, o vice-presidente do clube argentino, Luis Sasso, quer colocá-lo como uma espécie de vilão no caso por supostamente não querer retornar ao ‘Globo’.

Tudo isso porque uma cláusula do contrato prevê o retorno de Ábila à Argentina em caso de não pagamento por parte do Cruzeiro. Diante do atraso na quitação de US$ 1,5 milhão, ainda referente à compra de 50% dos direitos, a suposta “recusa” do atacante de voltar ao país natal teria sido usada pelo dirigente para manchar a imagem de Wanchope com os torcedores.

Ábila ainda estaria sendo acusado por Luis Sasso de não ajudar o Huracán no impasse.

Por meio da nota, o jogador revelou que ele e seu representante já estiveram reunidos, sem sucesso, com a diretoria celeste na tentativa de buscar uma definição para o pagamento pendente. Dessa forma, Ábila pediu para que os dirigentes argentinos parem de envolvê-lo na causa.

O caso entre Huracán e Cruzeiro está sendo analisado e será julgado pela Fifa, após pedido do clube argentino para que a entidade intermedie um acordo. Depois de intimado, o Cruzeiro conseguiu uma extensão do prazo para apresentar sua defesa. O limite, que era até o dia 10 de maio, passou para o próximo dia 26.

Leia o comunicado de Ramón Ábila (traduzido livremente):

“Boa tarde a todos os quemeros. Queria esclarecer uma situação na qual me vejo envolvido faz tempo e que o senhor Luis Sasso quer me fazer culpado tanto a mim quanto ao meu representante. Se tem tanto problema para cobrar, pegue um avião proponha uma reunião com o Cruzeiro e cobre. Coisa que nós fizemos, mesmo que não tenhamos tido sucesso, pelo menos tentamos. Em um escritório é fácil falar e confundir. Por que quando não me pagavam não veio me falar? Querem me acusar de que não tenho a vontade de voltar (ao Huracán), coisa que eu não poderia porque meus direitos federativos pertencem ao Cruzeiro na atualidade. Sempre a culpa é de Ramón Wanchope Ábila. Meu representante já lhes disse para chegar ao clube e reclamar com eles. Se tivesse sido tão mal, tinha executado a cláusula de 5 milhões e, em vez disso, graças ao contrato, podem reclamar os 8 (milhões). Eu não tenho interesses políticos nem nada parecido, só quero o melhor para o Huracán. Porém estou cansado de ser colocado no meio de algo que vocês teriam que fazer. Como não faço notas jornalísticas, esclareço por aqui. Abraço grande a todos quemeros e meu desejo é de que sempre saibam a verdade”.

Entenda o imbróglio entre Huracán e Cruzeiro envolvendo a contratação de Ábila:

Em junho de 2016, o Cruzeiro adquiriu metade dos direitos do atacante argentino, de 27 anos, por US$3,82 milhões e ainda assumiu todas as taxas e impostos do negócio. Com esses encargos, o valor da transação pelos primeiros 50% dos direitos acabou acertado em US$ 4,2 milhões (R$ 13,6 milhões).

Até aqui, a cúpula celeste pagou US$ 2,7 milhões, depositados em agosto, e ainda deve US$ 1,5 milhão (R$ 4,8 milhões), montante que deveria ter sido acertado inicialmente até 5 de dezembro.
 
Na negociação acertada pelo então diretor de futebol da Raposa, Thiago Scuro, o clube celeste se compromete a comprar os outros 50% dos direitos por US$ 4 milhões até dezembro de 2017.

Caso o depósito não seja realizado, o atacante terá que retornar ao time argentino imediatamente, seguindo o clube celeste como sócio do ‘Globo’ no percentual do goleador. Essa informação foi repassada ao Superesportes pelo presidente do Huracán, Alejandro Nadur.

Depois de reclamação feita pelo Huracán na Fifa pelo não pagamento de parte das parcelas da negociação, e de intimação da entidade mundial ao Cruzeiro, o departamento jurídico do clube mineiro conseguiu estender o prazo – que era até o dia 10 de maio – para apresentação de sua defesa até o próximo dia 26.

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