Entre os 11.413 torcedores que compareceram ao jogo entre Cruzeiro e São Paulo, no domingo, pela estreia do Cameponato Brasileiro, dois, em especial, chamaram a atenção ao expor cartazes de reivindicações. Cadeirantes, Leônidas Bisneto e Sabrina Moreira levaram faixas pedindo ao clube celeste a criação de uma categoria de sócio-torcedor para Portadores de Necessidades Especiais (PNE’s).
Leônidas é presidente da torcida Cruzeiro Eficiente, fundada em 2009 e composta por mais de dez pessoas que possuem mobilidade reduzida. “Desde pequeno frequento o Mineirão. Com as dificuldades de entrar no campo para assistir aos jogos, me vi com a necessidade de levantar uma bandeira para que nós, cadeirantes e deficientes, sejamos respeitados com o direito de entrar e sair de qualquer lugar que seja público, como qualquer pessoa “normal". No antigo Mineirão falavam em local próprio para entrar, mas nunca estava aberto ou tinha pessoal para dar informação. Foi aí que iniciei a minha saga para conquistar direito e colocar a legislação que previa nosso direito”, contou Bisneto ao Superesportes.
A luta para conseguir uma categoria exclusiva para portadores de necessidades especiais junto ao Cruzeiro existe desde 2013. Mas, segundo Leônidas, as conversas não evoluíram. Na última segunda-feira, Bisneto, juntamente com Sabrina, foram recebidos na sede administrativa do clube celeste pelo coordenador do programa do sócio-torcedor da Raposa, Bernardo Mota, que garantiu à dupla a criação da categoria solicitada. A princípio, nenhuma previsão foi dada. O pleito dos torcedores se deve, principalmente, pela questão da comodidade. Desta forma, pessoas que possuem mobilidade reduzida não terão que sair de casa para adquirir ingressos, não enfrentando, por exemplo, problemas com altura dos guichês de bilheterias.
O Cruzeiro disse aos torcedores na reunião que precisa, primeiramente, entrar em um acordo com a Minas Arena, responsável pelo setor vermelho inferior, destinado aos cadeirantes. A negociação, segundo o clube celeste, está adiantada. A Raposa também informou a Leônidas e Sabrina que o sócio cadastrado na futura categoria terá direito a dois ingressos, sendo o segundo para o acompanhante. Atualmente, as entradas para os cadeirantes custam R$10, enquanto acompanhantes pagam R$ 20.
Segundo o diretor de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa, a negociação está em andamento com a Minas Arena e a categoria será criada em breve. “O Cruzeiro se preocupa muito com esses torcedores. O que ocorre é que, pela nova configuração do Mineirão, as cadeiras de PNE ficam no setor da Minas Arena, especificamente no setor vermelho inferior. Estamos em negociação com a operadora do estádio para podermos criar a categoria e oferecer um melhor atendimento a esse público. Está em fase avançada. É uma situação que preocupa pois esse público merece mais conforto no estádio. Isso será resolvido".
A Minas Arena admitiu que o "assunto está em desenvolvimento". "Estamos conversando com o Cruzeiro. O Mineirão está disposto a trabalhar para que todo torcedor tenha um melhor acesso ao estádio. Como o setor de PNE’s é da Minas Arena, pode ser que esse programa seja comercializado pelo estádio, mas tanto o Cruzeiro quanto o Mineirão estão trabalhando mesmo para que esse espaço seja comercializado. A ideia é que o setor saia do papel, que consigamos atender a esse torcedor da melhor forma possível. Hoje, inclusive, o Mineirão já é totalmente acessível, tem rampa, elevador", disse a concessionária por meio de sua assessoria.
*Estagiário sob supervisão do editor Bruno Furtado
CRUZEIRO
Torcida de cadeirantes do Cruzeiro reivindica criação de categoria própria de sócio
Grupo se reuniu com dirigentes do clube, que tem sinal verde da Minas Arena
postado em 16/05/2017 17:00 / atualizado em 16/05/2017 17:37
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