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Cruzeiro fará apelo à PM por torcida no Independência e dispara contra Federação

Vice-presidente de futebol Bruno Vicintin disse que clube vai lutar pelo direito de ter torcedores na partida de volta da final do Campeonato Mineiro

postado em 26/04/2017 11:32 / atualizado em 26/04/2017 22:33

Edésio Ferreira/EM/D.A. Press
O Cruzeiro fará um apelo à Polícia Militar para assegurar a presença de sua torcida no Independência, na partida de volta da final do Campeonato Mineiro (domingo, dia 7 de abril). Em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, o vice-presidente de futebol do clube, Bruno Vicintin, afirmou que o departamento jurídico do clube já começou a tomar providências junto às autoridades. O dirigente não contestou o desejo do Atlético em mandar o segundo confronto no Horto, porém ressaltou que a proibição anunciada há dois dias pelo chefe do Comando de Policiamento Especializado (CPE) de Belo Horizonte, coronel Schubert Siqueira Campos, foi feita de maneira precipitada, já que no passado houve clássicos na arena com presença da torcida visitante.

“O Cruzeiro mostra preocupação com os fatos acontecidos ontem na reunião, onde, ao que parece, existiu direcionamento para caso o segundo jogo seja no Independência a torcida do Cruzeiro seja proibida de ir ao jogo (o Atlético já confirmou o Horto). O Cruzeiro vê isso com muita preocupação. Estamos tentando ver com o Fabiano (de Oliveira Costa), nosso diretor jurídico, para marcar audiência com Ministério Público. Nosso rival tem o total direito de mandar o jogo onde eles quiserem, mas a torcida do Cruzeiro tem total direito de assistir à final do campeonato no estádio. O campeonato tem mais de 100 anos e a gente acredita que proibir nossa torcida de assistir ao jogo é o cúmulo do absurdo”, afirmou Vicintin.

"Três pontos: primeiro, cresci e fui aos clássicos no Independência velho; no novo foram investidos mais de 150 milhões de reais de dinheiro público para modernizar o estádio. Acho loucura investir isso e falar que o estádio não tem segurança. O estádio de Muriaé, que foi reformado e cabe cerca de 10 mil pessoas, custou 10 milhões de reais. Segundo: o Cruzeiro tem respeito pela Polícia Militar e vai tentar conversar com o comandante Coronel Schubert. A gente acredita que ele se equivocou pelo seguinte motivo: deslocamento de torcida haverá tanto no Mineirão quanto no Independência. No Mineirão terão 6 mil atleticanos, e no Independência haverá menos de 2 mil torcedores cruzeirenses. Tivemos a informação de que foram deslocados mais de 1.100 policiais para o evento da Medalha da Inconfidência. Se esse efetivo for aplicado no clássico, daria quase um policial para cada dois cruzeirenses no estádio. Não existe falar que não haveria segurança nesse caso. O terceiro fato é o seguinte: a gente tem muito respeito à Polícia e vai ao Ministério Público porque ele atuou na final da Copa do Brasil para defender os interesses da torcida do Atlético para assistirem à final (2014), então vamos para lá, acreditando que o Ministério seja um órgão isento, defender os interesses da torcida do Cruzeiro. O Atlético tem direito de mandar o jogo onde quiser, mas não pode proibir nossa torcida e usar isso como vantagem técnica. Vamos em todas as instâncias jurídicas, governamentais e pediremos a todos. Vamos lutar até o fim para que o torcedor participe dessa final. Queremos muito ser campeões e que a nossa torcida esteja presente. Que todos os órgãos usem o bom senso e sejam neutros, defendendo tanto a torcida do Atlético quanto a do Cruzeiro. É um apelo que a gente faz”, acrescentou o dirigente.

João Vitor Marques/Superesportes
Vicintin solicitou a coletiva um dia depois da reunião entre Cruzeiro, Atlético, Federação Mineira de Futebol e autoridades, que definiu o jogo de ida do próximo domingo, às 16h, no Mineirão, com divisão de ingressos em 90% (mandante) a 10% (visitante). O encontro na sede da FMF, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi recheado de discussões acaloradas entre integrantes das duas diretorias. O diretor de futebol cruzeirense, Klauss Câmara, e o diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha, mostraram discordância em vários pontos. O Cruzeiro propôs que os dois jogos ocorressem no Gigante da Pampulha, com partilha equivalente da carga de bilhetes, mas o Atlético recusou essa possibilidade.



Críticas à Federação

Na coletiva realizada na Toca da Raposa II, Vicintin não poupou críticas à Federação Mineira de Futebol, que, segundo ele, deveria se posicionar de maneira favorável para que o Cruzeiro exerça o direito de ter torcida no estádio na partida de volta. Ao reclamar da falta de diálogo com a entidade, ele citou nominalmente o presidente Castellar Modesto Guimarães Neto, o secretário-geral Adriano Aro e o diretor de competições Paulo Bracks e enfatizou: “o Cruzeiro nunca teve um relacionamento tão ruim quanto agora (com a Federação)”.

“Entre eu e o senhor Castellar não existe diálogo. Não vou falar antes de partida de final. Só posso falar que hoje não existe diálogo com ele. Ele deveria respeitar muito mais a instituição Cruzeiro. Infelizmente nem ele, nem o senhor Paulo Bracks e nem o senhor Adriano Aro respeitam. Também quero lembrar ao senhor Adriano Aro que o irmão dele, Marcelo Aro, é deputado, e a torcida do Cruzeiro tem que saber o que está sendo feito pela Federação Mineira contra a nossa instituição. Não existe hoje diálogo entre a Federação e o Cruzeiro, infelizmente. Talvez, na história, o Cruzeiro nunca teve um relacionamento tão ruim quanto agora”.

Bruno Vicintin reforçou que o Atlético tem total direito de realizar a partida no Independência, mas garantiu que o Cruzeiro consultará todas as esferas possíveis para contar com o apoio de seus torcedores. “Ontem o Cruzeiro ofereceu que os dois jogos fossem meio a meio. O Atlético acredita que tem vantagem técnica de jogar no Independência, apesar de nos últimos anos o Cruzeiro ter se saído melhor. O Atlético tem o direito de não aceitar. Se quiser jogar na Arena do Jacaré, pode jogar. A questão é que o Cruzeiro tem o direito de ter sua torcida no segundo jogo. Não acho que seja pedir demais”.

O Atlético tinha até a próxima semana para escolher o local da segunda partida da final, mas anunciou, já nesta quarta, que receberá o Cruzeiro no Independência.

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