Sete camisas oficiais do Cruzeiro, calção, chuteira, mochila, chaveiros, boné, bandeiras e por aí vai. A lista de itens do time do coração é longa e faz Denner Jonathan perder as contas. Depois de titubear, o garotinho de 12 anos exercita a memória e conclui que ganhou 25 presentes na última semana, seja de torcedores, de jogadores, da direção cruzeirense e até da administração do Mineirão. Esse foi o saldo da campanha iniciada por anônimos nas redes sociais para que o menino de Pitangui-MG, que havia feito uma camisa do clube pintada à mão, ganhasse um uniforme oficial. Muito além do ganho material, a realização do torcedor mirim é incomensurável. Graças ao empenho de milhares de pessoas, ele teve um fim de semana perfeito: visitou a Toca da Raposa II, recebeu o carinho dos jogadores e conheceu o Mineirão na vitória por 2 a 0 sobre o América pela semifinal do Mineiro.
”Realizei muitos sonhos esses dias. Estou cheio de camisas, ganhei uma chuteira do Rafinha (meia do Cruzeiro), o pessoal da Máfia Azul de Pitangui me deu um monte de presentes, o pessoal do Cruzeiro, do Mineirão também. Foram 25 coisas.
Igor Felipe, irmão de Denner, também saiu no lucro: ganhou camisa e calção oficiais.
”Não sei dizer do que mais gostei. Eu gostei de tudo”, conta Denner, que destacou o carinho com o qual foi recebido em Belo Horizonte. Do seu olhar de criança, ficou apenas um certo receio de se aproximar do técnico cruzeirense Mano Menezes. “Ele chegou perto de mim, brincou comigo, mas fiquei um pouco com medo dele. Ele parece bravo. Fiquei vendo o treino, e ele gritou demais com os jogadores. Acho que ele é um pouco bravo”.
De volta a Pitangui e à rotina normal, de ir à escola cedo e jogar bola todas as tardes no campo do chapadão, Denner Jonathan tem agora novas preocupações. Qual camisa usar? O que dizer aos amiguinhos que pedem camisas emprestadas? “Não vou ser egoísta, mas como ganhei as camisas de presente, não posso dar para outras pessoas. Vou deixar algumas coisas guardadas. Estou até um pouco com ciúme das minhas coisas”.
A camisa desenhada à mão, a princípio, será dada para o meia Thiago Neves, que prometeu emoldurá-la. "Vamos ver se ele vai querer mesmo. Vou guardar para ele".
Pelas ruas de Pitangui, Denner virou atração. Por onde passa ele é cumprimentado.
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