O sorteio da próxima etapa da competição nacional acontecerá nesta quinta-feira, às 12h, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. A Raposa só poderá enfrentar um dos representantes do Brasil na Copa Libertadores.
O ponto negativo é a perda da invencibilidade em 2017. Foi o primeiro tropeço cruzeirense na 23ª partida da temporada. Agora, a equipe de Mano Menezes registra 17 vitórias, cinco empates e uma derrota.
No próximo domingo, às 18h, o Cruzeiro recebe o América no Mineirão pelo jogo de volta das semifinais do Campeonato Mineiro. Vice-líder da primeira fase, o time azul precisa de um empate para avançar à decisão, já que o duelo de ida, no Independência, também terminou empatado (1 a 1).
Apagão no primeiro tempo
A vantagem de dois gols construída pelo Cruzeiro no jogo de ida foi boa, mas não significava que o time poderia entrar sonolento no reencontro com o São Paulo. Às vésperas da partida, os jogadores repetiram incessantemente em entrevistas coletivas que, numa decisão de 180 minutos, era preciso ficar ligado o tempo inteiro. Isso, entretanto, não aconteceu.
A Raposa se assustou com a postura ofensiva de um São Paulo modificado pelo técnico Rogério Ceni. As novidades em relação ao revés por 2 a 0, no Morumbi, foram as presenças do lateral-direito Bruno, dos volantes Wesley e João Schmidt, do meia Cueva e do atacante Moratto. O time paulista adiantou a linha de marcação e pressionou a saída de bola do Cruzeiro, que por vezes bateu cabeça na troca de passes em seu campo de defesa.
A ousadia são-paulina resultou em apuros para o Cruzeiro. Aos 10min, Lucas Pratto ajeitou de calcanhar para Cueva, que, nas costas de Mayke, apareceu livre diante do goleiro Rafael. O peruano acabou concluindo a jogada para fora, desperdiçando chance incrível. Quatro minutos depois não teve perdão. Em cruzamento de Moratto, Pratto cabeceou no canto direito, abriu o placar no Mineirão e se redimiu do gol contra marcado no confronto em São Paulo: 1 a 0.
Nem as constantes broncas do técnico Mano Menezes acordaram os jogadores do Cruzeiro. Recuado, o time celeste tinha dificuldade em recuperar a posse de bola. Quando o fazia, era presa fácil para a marcação adversária. Já o São Paulo seguia perigoso. Aos 30min, Pratto se aproveitou de falha da defesa celeste e bateu forte, no alto. Rafael tocou com a ponta dos dedos na redonda, que ainda carimbou o poste direito. O Mineirão se calou por alguns segundos, tamanho foi o susto para os torcedores azuis.
O Cruzeiro só mostrou lampejo na reta final da etapa inicial, em jogadas de Arrascaeta. Na primeira, aos 36min, ele deixou Rodrigo Caio na saudade e encontrou Thiago Neves na grande área. Maicon esticou o pé e evitou o gol de empate. Aos 37min, o uruguaio pegou de primeira a bola cruzada por Rafael Sobis e mandou por cima da meta de Renan Ribeiro. No mais, muitos equívocos. Quem se salvou foi o volante Hudson, firme na marcação e nos desarmes.
Gol à la Geovanni e sufoco no fim
No segundo tempo, Mano Menezes foi obrigado a fazer modificação logo aos 11 minutos: Manoel, machucado, deu lugar a Kunty Caicedo. Naquela altura, a Raposa continuava com problemas para criar jogadas, embora não fosse ameaçada pelo Tricolor da mesma forma que na etapa inicial.
O cenário mudou aos 14min. E quem diria, numa cobrança de falta! Sim, a jogada que consagrou o ex-meia Geovanni, há 17 anos, na decisão da Copa do Brasil. Até o lance que originou a infração foi semelhante: num chutão despretensioso de Mayke, Rodrigo Caio perdeu o tempo de bola do mesmo jeito que o ex-zagueiro Rogério Pinheiro. Restou ao são-paulino puxar Arrascaeta pela camisa. A diferença é que quem sofreu a falta ficou apenas de espectador no momento da cobrança. Thiago Neves se encarregou da batida. E chutou forte, ao estilo Geovanni em 2000. Não é que funcionou? A redonda desviou na barreira e enganou Renan Ribeiro. Festa da multidão azul – com a bênção do herói do tricampeonato, que, aposentado do futebol desde 2013, esteve no Mineirão para acompanhar a partida: 1 a 1.
Nada como um gol para inflamar o astral da torcida. A partir do empate, o público gritou ainda mais alto. Comemorou cada carrinho, cada drible, cada falta sofrida. E os jogadores entenderam o recado. De uma atuação monótona no primeiro tempo, o Cruzeiro ficou elétrico na etapa complementar. Diogo Barbosa, aos 23min, recebeu passe de Thiago Neves e chutou para fora. Rafinha também foi acionado pelo camisa 30, mas bateu fraco nas mãos de Renan Ribeiro.
Quando o Cruzeiro parecia ter se encontrado no jogo, um erro da defesa celeste permitiu ao São Paulo sonhar com a classificação. Em bate-rebate na grande área, Caicedo não conseguiu cortar, e Gilberto, em posição de impedimento, recolocou o Tricolor em vantagem: 2 a 1. Na reta final, o confronto foi lá e cá, porém o placar permaneceu em 2 a 1, resultado necessário para a equipe celeste continuar na Copa do Brasil e brigar pelo pentacampeonato.
CRUZEIRO 1X2 SÃO PAULO
CRUZEIRO
Rafael; Mayke (Henrique, aos 39min do 2ºT), Leo, Manoel (Caicedo, aos 11min do 2ºT) e Diogo Barbosa; Hudson, Ariel Cabral, Rafinha e Thiago Neves; Arrascaeta (Alisson, aos 36min do 2ºT) e Rafael Sobis. Técnico: Mano Menezes
SÃO PAULO
Renan Ribeiro; Bruno (Jucilei, aos 21min do 1ºT), Maicon, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; João Schmidt, Wesley, Cícero (Gilberto, aos 21min do 2ºT) e Cueva (Thomaz, aos 20min do 2ºT); Moratto e Lucas Pratto. Técnico: Rogério Ceni
Gols: Thiago Neves, aos 14min do 2ºT (CRU); Lucas Pratto, aos 14min do 1ºT, Gilberto, aos 33mn do 2ºT (SPFC)
Cartões amarelos: Junior Tavares, aos 27min do 1ºT. Rodrigo Caio, aos 13min, Wesley, aos 26min do 2ºT (SPFC)
Motivo: jogo de volta da segunda fase da Copa do Brasil
Estádio: Mineirão
Data: quarta-feira, 19 de abril
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa/GO)
Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa/GO) e Bruno Raphael Pires (Fifa/GO)
Pagantes: 32.353
Presentes: 36.192
Renda: R$ 1.105.337,00