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ENTREVISTA

Futebol, cenário político, erros e acertos: Bruno Vicintin passa Cruzeiro a limpo

Vice de futebol falou sobre vários temas em entrevista ao Superesportes

Jair Amaral/EM D.A Press

Vice-presidente de futebol do Cruzeiro há um ano e meio, Bruno Vicintin sentiu na pele as cobranças dos torcedores que se frustraram em ver o clube passar em branco em 2016. O caminho, então, foi reorganizar o planejamento e ousar em 2017. Além de dar sequência ao trabalho do técnico Mano Menezes e manter jogadores valiosos no grupo – casos de Rafael Sobis, Robinho, Ramón Ábila, Arrascaeta e Dedé –, a diretoria cruzeirense foi ao mercado e buscou o reforço de peso Thiago Neves no mundo árabe. E os primeiros resultados têm sido satisfatórios. Com futebol ofensivo, o Cruzeiro está invicto e ganhou 11 dos 12 jogos disputados. Vicintin e a diretoria se mostram animados e esperançosos em conseguir um título importante. Porém, ao mesmo tempo em que existe a expectativa de títulos, a cúpula lida com cenário político pelo qual passa a agremiação. É que o ano de 2017 também ficará marcado pela eleição presidencial na Raposa. Ex-mandatário do Cruzeiro e atual senador da República, Zezé Perrella já demonstrou o desejo de retornar ao poder. Há outros conselheiros interessados em suceder o presidente Gilvan de Pinho Tavares. E agora, quais serão os próximos passos? Em entrevista exclusiva ao Superesportes, Vicintin abriu o jogo e falou de política, dos erros cometidos nas temporadas anteriores e do sonho de levantar um troféu relevante novamente. Leia, abaixo, o bate-papo com um dos possíveis substitutos de Gilvan.

POLÍTICA


Você está decidido a brigar para ser candidato à presidência do Cruzeiro no fim do ano?

Eu não posso falar que sou candidato, até porque o estatuto não deixa. Caso o estatuto do Cruzeiro mude e eu tenha o apoio do doutor Gilvan (de Pinho Tavares, presidente) e do doutor Lemos (José Francisco, vice-presidente), eu pretendo, sim, me candidatar. Se o estatuto não mudar, eu vou escolher o candidato que eu acho que vai administrar melhor o Cruzeiro nos próximos anos.

O pré-candidato Zezé Perrella e o grupo do conselho ligado a ele têm se colocado contra a mudança de estatuto, dizendo da ilegitimidade da mudança. O que pensa sobre isso?

Eu acho que, para quem conhece a história do Cruzeiro, historicamente quando o Cruzeiro precisou, houve mudanças de estatuto. Até achei estranho o Zezé falar isso, porque, em 1996, em seu primeiro mandato, faltando dois meses para acabar, salvo engano, o estatuto foi mudado, mudando de dois para três anos e permitindo a reeleição. Isso é público, vocês podem procurar a ata. Quer dizer, naquele ano o Conselho entendeu que era melhor mudar. E realmente deu certo. Caso o Conselho afirme que é importante mudar o estatuto... eu acho que tem que ser alterado. É uma opinião pessoal minha. Eu, por exemplo, tenho 12 anos de associado, nove anos de conselheiro, seis anos de diretoria, trabalhando para o Cruzeiro e não posso me candidatar a conselheiro nato. Essas travas todas deixam o clube muito engessado. Se for uma mudança para não tirar o direito de ninguém e sim para permitir que outras pessoas concorram, eu acho que não tem problema nenhum.

Caso o estatuto não seja modificado, existe alguma chance de você se juntar ou apoiar a chapa do Zezé Perrella?

Ano passado, já prevendo essas discussões em 2017, eu chamei em separado o doutor Lemos e o doutor Gilvan e falei que apoiaria qualquer decisão que eles tivessem, porque acho que não seria correto da minha parte, para ser de forma educada, eu passar seis anos numa diretoria, eles terem aberto as portas do Cruzeiro para mim e, no momento de eleição, eu virar as costas para eles. Eu chamei os dois, disse que apoiaria qualquer decisão que eles tivessem, desde que fosse um candidato que tivesse os mesmos princípios que eu acho que um candidato precisa ter para presidir o Cruzeiro. Hoje, eu não sou candidato, o estatuto não deixa que eu seja candidato. Eu acho que tem que ter uma composição no Cruzeiro, sem dúvida. O Cruzeiro sempre viveu de união. Agora, tendo essa composição, depois vamos olhar. Eu já fui convidado por um pré-candidato e por uma pessoa que quer lançar a chapa e quer contar comigo como vice de futebol do clube. Hoje, o mais importante, é pensar na sequência do Cruzeiro. Depois, caso convidado, vou decidir se permaneço ou não. Falando sobre uma gestão do Zezé, eu não seria convidado em momento nenhum.

O Zezé Perrella afirmou em entrevista recente à Rádio Itatiaia, quando se lançou pré-candidato, que vê com tranquilidade o fato de ser senador e presidente do Cruzeiro e disse que trabalharia no clube de quinta a domingo. Como conselheiro e potencial candidato, o que acha disso?

Eu acho que a gente tem que ver a história do Cruzeiro. Em 2011, a ausência do Zezé foi muito prejudicial no último ano de gestão dele. Eu não conheço nenhuma empresa em que o presidente só trabalha sexta-feira. Ainda mais uma empresa do tamanho do Cruzeiro. Eu acho que, caso ele venha a ser presidente do Cruzeiro, que ele abra mão do mandato (de senador). Ele mesmo já falou no Whatsapp que estava cansado de política e por isso queria voltar ao Cruzeiro... Às vezes ele abre mão do mandato. Hoje, doutor Gilvan vai ao Cruzeiro todos os dias. Eu, vocês estão acompanhando, vou à Toca II quase todos os dias, Toninho (Antônio Assunção, da base) vem todos os dias à Toca I. Eu acho muito difícil, por mais que você faça uma equipe, que ela consiga administrar o clube com o presidente tão ausente assim. Eu acho que a prova que o futebol mudou foram as voltas do Eurico (Miranda, no Vasco) e do Píffero (Vitório, no Internacional), muito vitoriosos, e não tiveram voltas felizes. E com certeza eles estavam presentes nos clubes. Acho que uma volta, até se adaptar de novo ao futebol, estando ausente, eu como torcedor vejo com preocupação.

Pedro Franca/Agencia Senado

Em carta aberta divulgada no ano passado, você afirmou: “tenho certeza que não é objetivo da oposição destruir o Cruzeiro” e depois, em coletiva, “não adianta qualquer pessoa que se diz cruzeirense ligar para outra que está vindo para o Cruzeiro e dizer que não é para vir, é para vir só daqui um ano”. O que aconteceu exatamente?

Quando eu sair do futebol, pretendo escrever um livro para falar tudo que aconteceu. É chato a gente falar. O que aconteceu foi que no início do ano eu chamei toda a diretoria de futebol e falei que meu grande objetivo é não deixar a política entrar no futebol esse ano. Até agora não tinha dado nenhuma entrevista sobre política e essa, provavelmente, será a única, porque todo mundo está pedindo meu posicionamento. Eu acho que a pessoa, quando é cruzeirense, tem que querer o bem do Cruzeiro. Eu já fui oposição, já não 'concordei com nada' que estava acontecendo no Cruzeiro, porém nunca fiz nada com o intuito de prejudicar o Cruzeiro. Acho que todos têm que pensar assim.

Esse processo eleitoral pode prejudicar a montagem do time para o ano que vem, quando o objetivo é disputar a Copa Libertadores?

Sem dúvida, minha grande preocupação esse ano é política. Ano passado aprendemos isso com o Inter, num ano político e rebaixamento, e o Grêmio em um ano político ganhou uma Copa do Brasil. Isso mostra que a estabilidade política pode fazer no clube. A instabilidade política gera insegurança nos funcionários do clube. Por exemplo, já tem candidato que tem cinco pessoas convidadas para ser diretor da base e acabamos de contratar um diretor para a base que é campeão brasileiro. Isso gera instabilidade nos profissionais do clube que acho desnecessária. Eu acho que a solução é a composição, o clube sempre teve isso. Eu falo de coração aberto, não tenho necessidade nenhuma de me candidatar, não tenho interesse que não o bem do Cruzeiro. Abro mão e apoio desde que seja uma pessoa que a gente acha que tem os mesmos princípios éticos que acredito que sejam bons para o Cruzeiro. Tem que ver o que todo mundo quer. Eu posso falar publicamente o que quero: quero ver o Cruzeiro bem. Seu eu tiver que sair do Cruzeiro para ver o Cruzeiro bem, saio na hora. Não tenho interesse em me candidatar a nenhum cargo político, minhas empresas não vendem nada para o governo, não tenho interesse em nada. Tenho me preparado desde o fim do ano passado para chegar ao fim desse ano e sair. Agora, se vou sair ou continuar, fica na mão de Deus. O que podemos fazer é o Cruzeiro campeão esse ano e esse é o meu objetivo.

Muitos duvidam da condição de qualquer conselheiro vencer o Zezé Perrella numa eleição presidencial. Como você enxerga isso?

Acho que ninguém é dono da verdade. As pesquisas de opinião dos conselheiros que a gente avalia hoje mostram que grande parte do Conselho, sim, gosta do Zezé, vota nele em qualquer condição e tem uma outra parte que não vota no Zezé em condição nenhuma. Outra, quase 50%, está indecisa. Eu acho que todo mundo é vencível. A intenção não é essa, a intenção é ver o Cruzeiro bem. As pessoas quando forem votar, independentemente do nome, precisam ver quem vai levar o Cruzeiro para frente. Eu vou votar, seja em quem for, vou chegar no final da eleição, olhar para a cara do meu filho e falar que, quando tive oportunidade, fiz o que foi melhor para o Cruzeiro. Única e exclusivamente para o Cruzeiro.

O que o próximo presidente do Cruzeiro tem que priorizar e quais os cuidados ele precisa tomar para fazer um clube forte?

Se eu puder dar um conselho, seria a manutenção da equipe que finalmente conseguimos formar. Essa é uma coisa que acho que finalmente, com o Klauss (diretor de futebol), com o Tinga (gerente de futebol), finalmente conseguimos uma equipe que tem me aliviado muito na Toca da Raposa II. Com o trabalho que eles estão realizando esse ano, não terão dificuldade nenhuma em serem contratados por outros clubes. Já tivemos experiência de formar executivos bons e perdê-los. Acho que precisamos segurar esses executivos e dar continuidade ao trabalho. O Eduardo Freeland é um exemplo disso: todos no Brasil queriam, ele veio para o Cruzeiro, eu acho que, seja o presidente que for, mudar a diretoria toda é muito arriscado.

Caso a chapa que seu grupo político apoie não vença a eleição, qual é o seu futuro no Cruzeiro? Seu sonho de ser presidente será enterrado?

Encaro isso com muita tranquilidade. Eu me preparei muito para isso. Tem um vídeo que assisti muito, da preparação do Michael Phelps para a Olimpíada do Rio de Janeiro. Tem uma música, bem legal, que fala que ele vai sair da última dança sem arrependimento algum. Isso entrou muito na minha cabeça. Pode ser meu último ano no Cruzeiro, mas vivi as maiores glórias, nos títulos brasileiros de 2013 e 2014 eu estava na diretoria, e também vivi as maiores dificuldades, brigando contra o rebaixamento. O objetivo desde o início do ano é fazer o Cruzeiro grande, brigar por títulos, que a torcida volte a receber o time no Mineirão, estamos com saudades disso. Se tiver que sair no fim do ano, saio com muita tranquilidade. Vou continuar ajudando o Cruzeiro, seja quem for o presidente, da forma que precisar. Vou sempre fazer o melhor para o Cruzeiro.

CRUZEIRO 2016


Thiago Scuro, ex-diretor de futebol do Cruzeiro, disse em entrevista à Revista Veja: “Tem pessoas no futebol que vêem a necessidade de serem bem quistos, de serem adorados, o comportamento do torcedor em redes sociais influencia demais algumas pessoas dentro do clube”. Tem algo a comentar sobre essa declaração específica ou sobre a passagem desse profissional pelo clube?

Ele não citou meu nome. Eu acho que, hoje, você trabalha no clube sem receber nada, única e  exclusivamente com amor, como deve ser um dirigente estatutário, com intenção de fazer o bem do clube. Ninguém quer ser odiado, não conheço ninguém. Redes sociais influenciam no futebol, óbvio, embora a gente tente minimizar isso. É a grande discussão do dirigente estatutário e dirigente remunerado. O dirigente remunerado vem de fora e, se o Cruzeiro cair, ele vai embora no outro dia, vai arrumar a malinha dele e vai embora. O dirigente estatutário vai viver aqui o resto da vida, os negócios dele aqui. Em Minas, temos exemplo disso, com o Ricardo Guimarães. Ele fez muitas coisas para o nosso rival e até hoje sofre, na minha opinião de forma injusta, com o rebaixamento do Atlético na gestão dele. A gente tem uma preocupação muito maior com o que vai acontecer com o clube. Com certeza, ano passado, se tivesse acontecido de o Cruzeiro cair, eu ia carregar isso para o resto da minha vida.

Você pediu desculpas públicas em mais de uma ocasião. Do que exatamente você se desculpa com o torcedor?

Acho que erramos bastante, principalmente na primeira janela de contratações (de 2016). Ali nós erramos muitos. Acho que, passando, a gente aprende. As outras duas janelas foram boas. Eu me desculpei por ter feito a torcida passar pelo que passou em 2016. Eu, como torcedor, também sofri muito. Espero mudar isso. Em 2017, vamos colocar o Cruzeiro onde ele merece. Começamos o ano bem, esperamos passar o ano inteiro assim.

Paulo Filgueiras/EM D.A Press

Para o começo de 2016, Deivid foi contratado pelo Cruzeiro em seu primeiro trabalho como técnico. Acabou demitido prematuramente. Depois, o clube trouxe o Paulo Bento. O time produzia, mas não vencia com freqüência. Analise esses trabalhos?

Se você pensar no caso do Deivid, o time vinha alcançando os pontos, mas não apresentava o futebol que todos esperavam. A gente acredita que ele vai alcançar... está fazendo um bom trabalho no Criciúma, porém, um treinador no futebol profissional sofre com o imediatismo. Você não pode achar que o Cruzeiro vai ser eliminado numa semifinal da Campeonato Mineiro pelo América, com todo respeito, mas orçamento bem menor, e as coisas estarão normais. Na época não existiam treinadores no mercado que a gente achava pronto e sabíamos do risco do treinador estrangeiro, principalmente os sul-americanos, que ainda não haviam dado certo. Decidimos trazer um do futebol europeu, e os portugueses têm fama de irem muito bem fora do país. O time do Paulo Bento fazia jogos bons, mas perdia jogos e sofreu até goleadas. No caso do Paulo, pesou muito a adaptação ao futebol brasileiro e essa adaptação, pelo Brasileiro ser tão competitivo, a gente não tinha mais tempo. Paulo Bento é a única pessoa que trabalhou comigo no futebol que pode falar que não fui correto com ele. Tínhamos um projeto e interrompemos no meio. Porém, se seu filho está doente e você acredita em medicina chinesa, você vai trocar o remédio por mais doloroso que seja. A gente acreditava, com o Mano no mercado, que ele seria o treinador indicado para mudar e graças a Deus deu certo. Tivemos um segundo semestre digno.

CRUZEIRO 2017

Na metade do ano passado para cá, os investimentos do Cruzeiro foram mais robustos. Como aconteceu nos dois anos anteriores, o clube precisará pagar esses investimentos robustos mais para frente?

Jair Amaral/EM D.A Press
Claro. Toda conta você precisa pagar. O que aconteceu foi que aproveitamos uma renovação de contrato com a televisão e deu um gás financeiro a partir da segunda janela, quando fizemos contratações. Não precisava ter sido tão enxuto como foi no início e agora, por exemplo, esperamos que na janela do meio do ano não precisemos fazer contratações porque o time está montado. Talvez um ajuste ou outro. Esperamos passar uma janela bem calma, ao contrário do que foi ano passado.

Muito se comenta sobre os investimentos mais robustos que o Cruzeiro realizou do meio do ano passado para cá, principalmente sobre os salários do Thiago Neves. A ESPN, por exemplo, informou que ele ganhará o maior salário do Brasil, cerca de R$900 mil. Como está a folha salarial do Cruzeiro?

O salário do Thiago Neves está dentro do teto do Cruzeiro. Esse valor aí (R$900 mil) é irreal, não existe nada nesse sentido, não é fora da curva. Demos uma enxugada muito grande no início de 2016, vocês podem imaginar, e depois no meio de 2016 e em janeiro subimos um pouco a folha. Mas a gente vem enxugando o número de atletas. Quando assumimos, o Cruzeiro tinha 73 atletas sob contrato. Não tenho o número exato agora, mas diminuiu muito. É um interesse nosso, esse trabalho continuará sendo feito para que tenhamos menos atletas, mas todos ganhando salário que merecem e com a qualidade evoluindo. Não podemos ter 73 atletas e um time indefinido.

O Cruzeiro emprestou muitos jogadores e isso está diminuindo. Qual o planejamento daqui para frente? Focar mais em contratações pontuais para não desperdiçar esses jogadores e ter que emprestar depois?

Sem dúvida. Já foi assim nesta janela e na janela do meio do ano será assim novamente. Foi um dos erros lá da primeira janela: contratamos em muita quantidade e acho que foi um pouco de autoconfiança de que iriam dar certo, mas não deram. A intenção é essa, enxugar.

Alguns jogadores perderam espaço, casos de Lucas Romero, Bryan e Edimar, por exemplo. Como ficam as situações desses atletas? Podem sair já após o Campeonato Mineiro?

É uma decisão do Mano, quem joga ou não joga. A gente sabia que faríamos um elenco forte. Vamos ter um número de jogos muito mais alto do que nas últimas temporadas. Estamos com o mesmo início de temporada, 11 vitórias e um empate. Em 2013, porém, só alcançamos dez jogos no fim de março. Agora, em fevereiro, já alcançamos dez jogos. A gente sabia que teríamos um elenco de qualidade. O Tinga fala muito isso, sobre 2013 e 2014, os titulares olhavam para o banco de reservas e diziam que não poderiam vacilar porque se não perderiam a posição. Temos hoje jogadores na reserva que podem ser titulares. Até a janela do meio do ano, não devemos negociar ninguém. Mas todos os jogadores são negociáveis.

Você já anunciou as renovações de Manoel e Henrique. Há negociações avançadas já com outros jogadores com contratos no fim?

Já estamos negociando. A intenção é entregar o Cruzeiro no fim do ano... A intenção não, entregaremos o Cruzeiro no final desse ano bastante competitivo para as próximas gestões. Tem uma série de decisões que só começaremos a tomar depois das decisões políticas, mais da próxima gestão, caso do Mano, por exemplo. Mas, fora isso, jogadores que têm valor de mercado já estamos conversando. É um casamento, depende dos dois e a gente já vem conversando.

O Cruzeiro vem buscando explorar o mercado sul-americano. Três jogadores contratados, casos de Arrascaeta, Ariel Cabral e Ramón Ábila, deram certo no grupo. Poderia comentar sobre a adaptação desses jogadores?

A gente fica feliz porque hoje temos cinco jogadores estrangeiros no elenco e todos são muito importantes, de qualidade. Uma pessoa que tem um fator muito importante nisso é o Cabral. O Cabral abraçou o Cruzeiro mesmo, ele é uma pessoa muito positiva e ele faz os estrangeiros se sentirem em casa. Eles falam a mesma língua, fazem aula de português. Nós temos um grupo muito unido. Esse ano só trouxemos o Kunty (Caicedo) de estrangeiro e vem jogando muito bem. Estamos muito felizes com isso. A tendência é quanto mais você pega experiência, menos erros você têm.

A torcida está bem animada com o começo da equipe. Como vocês encaram isso, para não haver oba-oba que atrapalhe o Cruzeiro de conquistar os títulos?

A gente precisa de muita humildade. Não ganhamos nada. O Arrascaeta, quando entregamos a placa para ele, disse uma coisa que entrou na minha cabeça. Informaram a ele que ele estava chegando ao recorde de partidas de um estrangeiro no clube e ele falou que nada importaria se não fosse campeão. Temos pessoas que já foram campeãs, sabem da importância. Está no nosso DNA, e precisamos disso para cimentar de vez a gestão do doutor Gilvan.

Washington Alves/Cruzeiro

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