A equipe celeste foi vazada cinco vezes em nove jogos na temporada - média de 0,55 gols sofridos por partida. Se comparado aos outros times da Série A, o Cruzeiro possui a sexta melhor marca, atrás de Bahia (0,2), Flamengo (0,22), Avaí (0,5), Corinthians (0,5) e Palmeiras (0,5).
Dos cinco gols sofridos, três se originaram em lances que expõem as principais dificuldades da defesa cruzeirense no ano até aqui: adaptar-se à marcação alta e enfrentar jogadas de infiltração do adversário.
Nova forma de marcar
Em 2016, o Cruzeiro de Mano preferia se defender no próprio campo. Nesta temporada, a forma de marcar mudou, a equipe adiantou as linhas e passou a pressionar o adversário.Por um lado, a estratégia rendeu vários gols à equipe azul. Por outro, o time fica mais suscetível a lançamentos rivais. E foi dessa forma que a Caldense marcou na partida dessa quinta-feira (veja no fim do vídeo abaixo).
Em entrevista ao Superesportes no final de janeiro, o próprio Mano Menezes admitiu que a equipe ficaria vulnerável a esse tipo de jogada.
“O futebol moderno exige que você jogue com marcação alta. Mas, quando o time joga com marcação alta, ele corre mais riscos. Porque escapa de vez em quando uma bola longa. É mérito deles. O Cruzeiro tem que estar preparado para resolver o problema. E de vez em quando o problema vai existir”, disse.
No início da temporada, o time sofreu apenas uma vez com os lançamentos - o que prova a compactação do sistema montado pelo treinador. Apesar do bom momento, ajustar e se adaptar à marcação alta é prioridade, especialmente para competições que exigirem mais da equipe.
Movimentação rival
Contra URT e Tricordiano, jogadas de infiltração resultaram em gols adversários.No empate por 1 a 1 contra o time de Patos de Minas, Carlinhos deixou Ariel Cabral e Henrique para trás. Em seguida, Leo deu o bote e saiu da marcação de Gabriel Ceará. O atacante, livre, recebeu a bola e marcou.
Já o gol do Tricordiano começou numa jogada individual de Lucas Vieira. O jogador achou Gilberto Carrara entre Caicedo e Diogo Barbosa. O atacante só tocou na saída de Rafael e diminuiu (veja no fim do vídeo abaixo).
As jogadas terminaram em gol tanto por erros individuais como por problemas no posicionamento no meio de campo - uma vez que as duas assistências foram feitas após jogadas individuais em que os marcadores não deram o bote com tanta consistência.
O próximo teste para o sistema defensivo do Cruzeiro será neste domingo, às 16h, contra o América-TO. A partida, válida pela sexta rodada do Campeonato Mineiro, será disputada no Nassri Mattar, em Teófilo Otoni.