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CRUZEIRO

No Cruzeiro, Caicedo terá desafio de retomar sucesso de zagueiros gringos; relembre

Clube também teve Roberto Perfumo, Espínola, Giovanny Espinoza e Victorino

Rafael Arruda
Luis Kunty Caicedo foi apresentado nessa sexta-feira, na Toca da Raposa II, e se mostrou animado - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. PressDesde que comprou 50% dos direitos econômicos de Luis Kunty Caicedo ao Independiente del Valle por US$ 1,6 milhão, o Cruzeiro vive a expectativa de ter novamente um zagueiro estrangeiro brilhando com a camisa do clube. Vinculado até dezembro de 2021, o equatoriano será o quinto atleta de países sul-americanos a defender o time celeste. Também passaram pela equipe o argentino Roberto Perfumo, o paraguaio Arnaldo Espínola, o equatoriano Giovanny Espinoza e o uruguaio Mauricio Victorino.
Dos quatro jogadores citados acima, somente Roberto Perfumo veio a se tornar ídolo da Raposa. Considerado um atleta que aliava qualidade técnica e raça, o defensor vestiu a camisa estrelada entre 1971 e 1974, marcando seis gols em 138 jogos. Ele conquistou três edições do Campeonato Mineiro: 1972, 1973 e 1974.

Perfumo também atuou por Racing, River Plate e Seleção Argentina. Em janeiro de 2016, a Associação do Futebol Argentino (AFA) elegeu o Marechal para o time dos sonhos do país ao lado de Maradona, Messi, Mario Kempes e companhia. Em março, o ex-zagueiro faleceu aos 73 anos após não se recuperar de um traumatismo craniano provocado por queda de escada num restaurante em Buenos Aires.

A trajetória de Perfumo no Cruzeiro não foi repetida pelos seus sucessores. Arnaldo Espínola, contratado em 1999 por empréstimo ao Internacional, chegou a ser titular em algumas partidas, mas sem empolgar a torcida. Em 35 jogos, o paraguaio marcou um gol – na vitória por 4 a 1 sobre o Botafogo, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Posteriormente, foi devolvido ao Inter, que o liberou para retornar ao seu país. Espínola encerrou a carreira em 2010, aos 35 anos, pelo 12 de Octubre.

Nove anos depois, o equatoriano Giovanny Espinoza – compatriota de Luis Caicedo – desembarcou em Belo Horizonte para ser o “xerife” da zaga celeste. À época, ele já era um consagrado jogador (tinha 31 anos) e acumulava duas disputas de Copa do Mundo (2002 e 2006) e Copa América (2004 e 2007) por sua seleção. Com Espinoza ao lado de Thiago Heleno na zaga, o Cruzeiro até fez boas campanhas – foi campeão mineiro, chegou às oitavas de final da Copa Libertadores e terminou a Série A em terceiro –, mas há quem diga que a zaga era justamente o ponto fraco daquele grupo. Espinoza marcou três gols em 48 partidas pela Raposa.

Em fevereiro de 2011, o Cruzeiro contratou Mauricio Victorino à Universidad de Chile por US$ 2 milhões. Meses antes, o zagueiro disputara cinco dos sete jogos da Seleção Uruguaia quarta colocada da Copa do Mundo de 2010. Essa participação no Mundial encheu a torcida cruzeirense de boas expectativas.  Victorino começou bem no clube, apresentando qualidade técnica na saída de bola e para fazer lançamentos. Só que os inúmeros problemas de lesão foram empecilhos para uma sequência. Em quatro anos de contrato, o uruguaio disputou apenas 56 partidas (média de 14 por temporada) e marcou dois gols. Hoje, aos 34 anos, ele atua no Nacional-URU.

Diante do insucesso dos estrangeiros que sucederam Roberto Perfumo, Kunty Caicedo vai enfrentar o desafio de retomar, a partir de 2017, o prestígio dos gringos da posição. Apresentado nessa sexta-feira pelo gerente de futebol Paulo César Tinga, ele fala do desejo de escrever história de conquistas no Cruzeiro. “Acredito que será meu maior desafio. É uma experiência muito linda representar essa família do Cruzeiro. Espero aproveitar essa oportunidade ao máximo”.

Características

Com 1,80m, Caicedo é o zagueiro de menor estatura no elenco celeste – Manoel (1,81m), Leo (1,84m), Murilo Cerqueira (1,87m) e Dedé (1,92m) são os outros atletas da posição. Apesar da altura “baixa”, ele se descreve como jogador de muita impulsão e velocidade. “Minhas principais qualidades são o jogo aéreo e a rapidez com a bola”.

Ciente da forte concorrência que terá, sobretudo pelo fato de Leo, Manoel e Dedé terem sido campeões brasileiros em 2013 e 2014, Caicedo demonstra admiração pelos novos companheiros e espera que todos façam grande ano. “Tenho maior respeito a todos os zagueiros do clube. Esperamos ir bem em todos os momentos”.