Nesta terça-feira, em rápido contato com a reportagem, o vice-presidente e homem de confiança de Gilvan, José Francisco Lemos, disse não acreditar na contratação de Moreno. “Meu palpite é que ele não vem. O Gilvan e o Vicintin estão mais por dentro do que eu da negociação, mas eu não estou acreditando muito não. Ele ganha muito lá”, disse o dirigente, que não soube precisar uma data para o fim da novela.
Conforme apurou a reportagem, a proposta do Cruzeiro atinge todos os limites financeiros do clube. Não há margem para negociar os valores oferecidos ao atacante da Seleção Boliviana. Se aceitasse o ofertado pela Raposa, Marcelo Moreno teria, ao lado de outras referências da equipe, o maior salário da folha de pagamento. O presidente Gilvan de Pinho Tavares, porém, já afirmou que não aceita arcar com as luvas (bonificação pela assinatura de contrato) exigidas pelo goleador e seu agente.
O Changchun Yatai, que apresentou novo contrato a Moreno com direito a reajuste salarial, já tem engatilhada a compra do também ex-cruzeirense Marinho, destaque do Vitória no Campeonato Brasileiro de 2016, com 12 gols. Já o Shakthar Donetsk, da Ucrânia, está disposto a investir no retorno do atleta, que teve três passagens pelo clube (2008/2009, 2010/2011 e 2011/2013) e marcou 11 gols em 46 apresentações.
Sem condições de competir com as equipes de fora do país na parte financeira, o Cruzeiro tem a seu favor a identificação de Marcelo Moreno com a agremiação. Em várias entrevistas, ele deixou claro seu carinho pelos torcedores celestes e manifestou o desejo de, um dia, retornar à Toca da Raposa II.
Com duas passagens pelo Cruzeiro – de 2007 a 2008 e em 2014 –, o centroavante marcou 45 gols em 93 jogos, números que lhe colocam na condição de maior artilheiro estrangeiro do clube. Moreno foi peça importante na conquista do Campeonato Brasileiro de 2014. Ele também levantou dois troféus do Mineiro (2008 e 2014).