Caicedo conhece os quatro compatriotas que jogaram no Cruzeiro. Dois deles se tornaram referência para o atleta: o lateral-direito Ulises de la Cruz e o zagueiro Giovanny Espinoza, ícones da Seleção de seu país nas décadas de 1990 e 2000. O meia-atacante Guerrón se notabilizou por liderar a LDU ao primeiro título equatoriano na Copa Libertadores, em 2008. E o também meia-atacante Fidel Martínez, menos famoso, atuou pelo Deportivo Quito de 2010 a 2012 e chegou a passar pela base do Del Valle, quando o clube se chamava Independiente José Terán.
O Superesportes relembra a trajetória dos atletas oriundos do Equador que viajaram mais de 4,3 mil quilômetros, distância aérea entre Quito e Belo Horizonte, para tentar conquistar o coração da torcida cruzeirense. Veja, abaixo, como se saíram os “Caicedos do passado” em Belo Horizonte.
Ulises de la Cruz – lateral-direito (1999)
Ulises de la Cruz tinha 25 anos quando foi contratado pelo Cruzeiro para disputar o Campeonato Brasileiro de 1999. À época, ele já era consagrado no futebol, pois defendia a Seleção do Equador desde 1995 e vinha de três anos consecutivos em alta pela LDU. A passagem do lateral-direito pela Toca da Raposa, no entanto, não foi das melhores. De la Cruz até fez um gol nas 13 partidas que disputou – triunfo sobre o Vitória por 2 a 1, pelo Torneio Seletivo da Copa Libertadores –, mas seu rendimento não convenceu a diretoria mineira a exercer a compra do passe. Posteriormente, o jogador atuou por Barcelona de Guayaquil, pelo escocês Hibernian e pelos ingleses Aston Villa, Reading e Birminghan. Aos 38 anos, em 2012, ele de despediu do futebol defendendo a LDU.
Giovanny Espinoza – zagueiro (2008)
O zagueiro Giovanny Espinoza já era quase veterano quando foi contratado pelo Cruzeiro, em janeiro de 2008. Aos 30, ele carregava no currículo duas participações na Copa do Mundo (2002 e 2006) e duas na Copa América (2004 e 2007). Por conta do histórico internacional, ele assumiu a titularidade logo de cara e fez parte do elenco que conquistou o Campeonato Mineiro, chegou às oitavas de final da Copa Libertadores e ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro.
Apesar dos números positivos do Cruzeiro em 2008, Espinoza colecionou falhas individuais e era considerado um defensor lento. O técnico Adílson Batista, que durante todo o ano se mostrou paciente com o equatoriano, acabou compondo a zaga celeste com Thiago Heleno e Léo Fortunato na reta final do Brasileiro.
Em 17 de janeiro de 2009, o Barcelona de Guayaquil anunciou a contratação de Espinoza. No mesmo ano, o jogador passou pelo Birminghan, da Inglaterra. Depois, jogou por Unión Española, do Chile, e Deportivo de Quito, do Equador, onde pendurou as chuteiras em 2014.
Em 48 partidas pelo Cruzeiro, Espinoza marcou três gols.
Fidel Martínez – meia-atacante (2008 a 2009)
Nunca jogou profissionalmente pelo Cruzeiro, mas teve bons momentos na base. Sua saída do clube celeste teria sido motivada pelo comportamento difícil fora dos gramados.
Profissionalmente, Fidel Martínez jogou por Deportivo Quito, do Equador, entre 2010 e 2012. Seu bom rendimento rendeu proposta do Tijuana, do México. O jovem ainda passou por Chivas Guadalajara e Pumas, pelo qual atua até hoje, aos 26 anos.
Fidel também foi convocado em algumas oportunidades para a Seleção do Equador. Em 10 partidas, ele marcou dois gols.
Joffre Guerrón – meia-atacante (2009 a 2010)
Era 2008 e o Brasil conhecia o potencial do meia-atacante Joffre Guerrón, da LDU campeã da Copa Libertadores. O então camisa 19 marcou dois gols na competição, sendo um na vitória por 4 a 2 sobre o Fluminense (jogo de ida da final), e teve participações em assistências e dribles. O Getafe, da Espanha, contratou Guerrón, mas o equatoriano não se adaptou ao país. O Cruzeiro, então, mostrou-se interessado e acertou empréstimo de um ano pelo valor de 500 mil euros.
Guerrón foi anunciado oficialmente pela diretoria celeste em 23 de julho de 2009. O estilo ousado, de pegar a bola e partir para cima dos adversários, empolgou a torcida num primeiro momento. Mas a queda de rendimento na sequência da passagem do velocista passou a gerar incertezas com relação à sua permanência.
Apesar do desejo de ficar em Belo Horizonte, Guerrón não teve os direitos econômicos adquiridos pelo clube. O valor era de 2 milhões de euros. A diretoria mineira até tinha interesse em manter o atleta, mas somente numa condição de reempréstimo. Assim, Guerrón deixou o Cruzeiro com cinco gols em 29 jogos. Na despedida, ele enviou uma carta aberta à torcida agradecendo o período na capital mineira.
O Atlético-PR, então, adquiriu 40% dos direitos econômicos de Guerrón em 2010. No clube paranaense, ele fez sucesso. Em 82 jogos, marcou 28 gols. Depois, o atacante jogou por Beijing Guoan, da China, Tigres e Cruz Azul, ambos do México – este último sendo o atual clube do atleta de 31 anos e 1,75m de altura.
Expectativa de Caicedo
Ciente do histórico dos equatorianos no Cruzeiro, Caicedo espera escrever história positiva no clube. “Primeiramente, me sinto contente por essa oportunidade tão grande que me deram agora. Sinto-me feliz por fazer parte da família cruzeirense. É uma oportunidade que espero aproveitar. Sabemos que os equatorianos que jogaram no Brasil antes de mim fizeram as coisas bem e por isso, graças a eles, nós hoje somos mais vistos no futebol brasileiro, no mundo. Os que jogaram no Cruzeiro abriram esse caminho para mim também. Agora tenho que estar empenhado em fazer as coisas bem, trabalhar muito, e esperamos que o ano de 2017 seja um ano de conquistas, títulos no Brasil para o Cruzeiro. É o que merece essa instituição”, disse o jogador ao Superesportes.
Versátil, o ex-camisa 4 do Independiente del Valle é um dos candidatos a jogar pelo lado esquerdo da zaga, apesar de ser destro. No ex-clube, vice-campeão da Libertadores de 2016, Caicedo fez parceria com Arturo Mina, pretendido no passado pelo Atlético e atualmente no River Plate, da Argentina.
Caicedo fez 199 jogos na equipe principal do Independiente e marcou quatro gols.