
A rica história de títulos do Cruzeiro começou com a conquista da Taça Brasil em 1966. Naquele torneio, a Raposa superou na decisão o Santos de Pelé. Depois, outros títulos engrandeceram a sala de troféus na sede do Barro Preto, como a Libertadores de 1976. O auge celeste ocorreu nos anos 1990 e 2000, quando o clube elevou ainda mais seu status ao ganhar várias copas nacionais e internacionais. Foram 13 títulos em 20 anos. O clube se consolidou como um dos mais copeiros da América do Sul. O sucesso era tanto que o time ganhou os apelidos de Papa-títulos, Rei de Copas e “La Bestia Negra”.
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O Cruzeiro começa a construir uma década perdida em relação aos títulos mata-mata, acumulando seguidas eliminações. O curioso é que esse tipo de torneio é o preferido da torcida celeste, dona de excelentes públicos. Na Supercopa de 1992, por exemplo, a média de pagante do Cruzeiro foi de 73.105 torcedores por jogo, uma das maiores da América do Sul em toda história.
Nessa quarta-feira, mais uma decepção. O time de Mano Menezes não conseguiu em nenhum momento colocar em risco a classificação do Grêmio, que soube controlar o jogo com inteligência e garantiu vaga na final da Copa do Brasil. O rótulo de um dos maiores copeiros do continente vai ficando no passado, como uma foto na parede, algo apenas para ser relembrado.
A década até parecia sorrir para o Cruzeiro no seu primeiro ano, em 2011. Era o 'Barcelona das Américas' em campo, como classificou Diego Aguirre, então técnico do Peñarol. O time de Cuca jogava e encantava. Foram quatro goleadas na primeira fase, em grupo com Estudiantes-ARG, Guaraní-PAR e Tolima-MEX. Nas oitavas, o time chegou a ganhar fora do Once Caldas, mas acabou eliminado em casa ao levar 2 a 0 dos colombianos. Parecia ser o prenuncio de anos apagados.
A Raposa voltou à Libertadores em 2014 e 2015. Embora tenha sido bicampeão do Brasileiro, o time de Marcelo Oliveira sempre fracassou nos mata-matas. Em 2014, caiu para o San Lorenzo nas quartas de final. No ano seguinte, saiu para o River.
Rei de Copas
Depois de amargar os anos 1980 com poucos títulos, o Cruzeiro deu a volta por cima nas décadas seguintes, transformando-se em um dos grandes do continente em número de conquistas.
Foram seis troféus internacionais nos anos 1990 (Libertadores de 97, Supercopa de 91 e 92, Recopa de 98, Copa Ouro de 95 e Copa Máster de 95). As campanhas eram tão avassaladoras que o Cruzeiro ganhou o apelido de La Bestia Negra, tamanho o assombro que causava nos rivais.
O Cruzeiro também ganhou muito a nível nacional. Nas duas décadas passadas, foram quatro Copas do Brasil (1993, 1996, 2000 e 2003), duas Sul-Minas (2001 e 2002) e uma Copa Centro Oeste (1999).
Por mais que a Raposa não tivesse um time compatível com o adversário, como na final da Copa do Brasil de 1996, quando bateu o Palmeiras de Luxemburgo, quase uma Seleção Brasileira, com jogadores como Cafu, Rivaldo, Djalminha, que marcou 100 gols no Paulista daquele ano, sobrava espírito copeiro ao clube celeste.
13 títulos de copas do Cruzeiro nas décadas de 1990 e 2000
Copa do Brasil: 1993, 1996, 2000 e 2003
Copa Sul-Minas: 2001 e 2002
Copa Centro-Oeste: 1999
Copa Libertadores: 1997
Supercopa: 1991 e 1992
Recopa Sul-Americana: 1998
Copa Ouro: 1995
Copa Master da Supercopa: 1995