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Gilvan 'quebra silêncio' e fala sobre Minas Arena, Primeira Liga 2017, sócios e futuro do Cruzeiro

Sem conceder entrevistas coletivas desde julho, quando o técnico Mano Menezes foi apresentado pelo Cruzeiro, mandatário falou à Rádio Itatiaia na noite desta terça-feira

postado em 11/10/2016 19:15 / atualizado em 11/10/2016 20:12

Leandro Couri/EM D.A Press

Depois de ficar praticamente “em silêncio” sobre temas relacionados ao futebol desde a coletiva de apresentação do técnico Mano Menezes, em 27 de julho, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, concedeu entrevista ao programa Turma do Bate-Bola, da Rádio Itatiaia, na noite desta terça-feira. Entre vários assuntos mencionados, o mandatário celeste falou sobre a relação do clube com a Minas Arena, a realização da Primeira Liga em 2017, a mudança da promoção para os sócios do futebol e o futuro da Raposa no restante de 2016 e na temporada seguinte, que será a última do dirigente na presidência do time.

Com relação à Minas Arena, Gilvan negou qualquer tipo de rusga e afirmou que um novo contrato será firmado entre a concessionária do Mineirão e o Cruzeiro.

“A relação entre Cruzeiro e Minas Arena é ótima. O que acontece foi que a Minas Arena achou que a gente tinha que pagar alguns valores e foi à Justiça. E nós queríamos indenização por prejuízos financeiros. Agora, as duas partes estão na Justiça para fazer esse acerto. Mas um acerto nós já logramos: o Cruzeiro não tem mais essa fidelidade que existe no atual contrato. Vamos firmar um contrato diferente em pouco tempo”, disse.

“Pelo edital de licitação do Mineirão, todo clube pode exigir o mesmo contrato do Cruzeiro. Mas o Cruzeiro, para ter esses direitos, fez um contrato de fidelidade. O Cruzeiro é obrigado a jogar só no Mineirão, a não em ocasiões como a Olimpíada em que não pôde atuar lá. A Minas Arena concorda que o Cruzeiro não tem essa obrigação mais. E o que está pendente, ficará na Justiça, quem deve mais que o outro”, acrescentou.

Vale ressaltar que ambas as partes entraram com ações na justiça cobrando supostas dívidas. Enquanto o Cruzeiro entende que a Minas Arena lhe deve R$ 25 milhões por descumprimento de cláusulas do acordo de fidelidade, a administradora pretende receber R$ 9,1 milhões referentes à taxa de operação do estádio.

Gilvan também garantiu a realização da Primeira Liga em 2017 e disse que os clubes já estão se reunindo para discutir cotas de televisão e patrocínios. Segundo ele, o novo formato da Copa Libertadores não interfere em nada na realização do torneio interestadual.

“Vai haver sim. Nos reunimos hoje sobre distribuição de cotas de clubes. O calendário da Liga 2017 está acertado com CBF. A nova fórmula da Copa Libertadores nos deu novas fórmulas do nosso calendário. Mas não podemos definir ainda quais times irão participar. As datas estão definidas, mas quem vai jogar ainda não. Depende de quem for para a Libertadores. Se o Flamengo for para a Libertadores podemos fazer um Fla-Flu que vale para Carioca e Primeira Liga, por exemplo. Tem vários clubes que podem disputar a Libertadores, Atlético, Atlético-PR, Fluminense, Cruzeiro. Mas vai haver sim a Liga”.

Em 2016, o Fluminense se sagrou campeão ao vencer o Atlético-PR na decisão, por 1 a 0, em Juiz de Fora. O Cruzeiro foi eliminado na fase de grupos.

Sócios do futebol


Um assunto que ganhou muita repercussão nos últimos dias foi a mudança nos benefícios concedidos aos sócios do Cruzeiro. Matéria publicada pelo Superesportes no último domingo (leia aqui) mostrou a queda de arrecadação e público desde que o clube decidiu retirar o direito de aquisição de dois ingressos com desconto para os sócios Cativos (50%), do Cruzeiro Sempre (50%) e Papafilas (10%). Inicialmente, cada associado poderia comprar até quatro ingressos com dedução.

Gilvan negou a relação entre a queda de público e a nova distribuição de sócios e creditou o número inferior a 20 mil pagantes nas partidas contra Grêmio e Ponte Preta à “crise no Brasil”. “Essa quantidade de sócios nos propiciavam uma receita que somada a bilheteria era superior à cota da TV. Hoje está abaixo disso. O que está acontecendo com o povo brasileiro de uma forma geral é a falta de recurso e receita. E a primeira coisa que corta é o lazer, o futebol. Clubes de lazer também. Prefere pagar cesta básica que gastar com essas coisas. Sabemos que a crise vai passar e o torcedor irá somar esforços com a diretoria. O torcedor de todos os clubes tem que ajudar as diretorias a arrecadar a fazer bons times. A torcida nos ajuda nisso. Não é só o presidente que tem que ajudar na receita, pois fica difícil de fazer um time e pagar salários. O time é feito em função da torcida e ela tem que ajudar nisso”.

Futuro do Cruzeiro

Sobre a fraca campanha da equipe no Brasileiro – 12º lugar, com 36 pontos, a três do 17º Internacional –, Gilvan mostrou tranquilidade e confiança na permanência do time na elite nacional.

 “Trouxemos reforços para o segundo semestre que trouxeram alento à torcida. Nunca tive receio de o Cruzeiro passar pelo mesmo que houve em 2011 (quando o time só escapou do rebaixamento na última rodada, ao golear o Atlético por 6 a 1). Tem um time muito mais credenciado para permanecer na Série A. Acompanho só futebol na TV. Não vejo condição de o Cruzeiro estar atrás de determinados times no Brasileiro. E os jogadores estão no espírito de não cair”.

O presidente também falou que já começou a programar o elenco de 2017 em reuniões com integrantes da diretoria. “Nós estamos começando a fazer o planejamento. Estive com o Bruno Vicintin (vice-presidente) e o Thiago Scuro (diretor de futebol), que estiveram recentemente com o treinador para programar o elenco 2017. O treinador e a comissão técnica estão fazendo levantamento de quais posições o Cruzeiro é mais carente. Temos nomes em vista, mas não vamos revelar”, encerrou.

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