Autor de apenas três gols e duas assistências em 17 jogos, Rafael Sobis já não é mais unanimidade entre os torcedores com relação à permanência entre os titulares do Cruzeiro. A era de “vacas magras”, porém, foi minimizada pelo técnico Mano Menezes, que seguiu confiante no futebol do camisa 7 e explicou sua importância na parte tática para mantê-lo na equipe – a exemplo do que fez anteriormente com o armador Robinho, principal encarregado de construir as jogadas de ataque.
“Há alguns dias estávamos conversando sobre o Robinho. Ele rende mais por dentro (no meio). Em alguns jogos atuou por fora porque era importante para a equipe. Quando houve a alteração para trazê-lo para dentro de novo, nós o fizemos. E é possível ver essa diferença. Para o Rafael Sobis vale a mesma coisa, não se pode ter a vaidade pessoal de colocar a parte individual acima do coletivo. Não adianta ir bem individualmente e o Cruzeiro perder. Não resolve o problema dele (Sobis), nem do Cruzeiro e nem da torcida. Ele é um jogador que já fez essa função no Fluminense: jogava da direita para dentro, com o Fred mais como pivô”, justificou o comandante.
No treino tático que comandou nessa quinta-feira, Mano Menezes escalou Sobis aberto pelo lado direito e Rafinha no outro extremo. Robinho ficou, mais uma vez, centralizado, e Ramón Ábila “isolado” no ataque. Na composição, quem pode acabar “sobrando” é o uruguaio Arrascaeta, que não enfrentará a Ponte Preta neste sábado, às 21h, no Mineirão, por estar a serviço da Seleção Uruguaia nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. Artilheiro do time em 2016 (10 gols) e líder em número assistências (15), o camisa 10, na visão de Mano, encontra mais dificuldades na marcação.
“Nós não estamos jogando com duas linhas de quatro, estamos jogando um pouco diferentes. Se fosse o Sobis, seria um ponta de lança antigo que chega perto do centroavante, algo que o Arrascaeta faz hoje. Temos que ter consistência de equipe e ter meias, mas também é necessário recomposição para marcar. Se não brigar para marcar, não adianta”, acrescentou.
Críticas da torcida
A respeito de Rafael Sobis, o treinador cruzeirense minimizou a baixa média de gols e disse desconhecer qualquer tipo de incompreensão por parte da torcida. “Eu não vejo toda essa incompreensão da torcida do Cruzeiro em relação ao Rafael Sobis. Porque o torcedor, quando olha a atuação, ou ele gosta mais ou ele gosta menos. Ele tem o direito de gostar menos ou mais no estádio, ele paga o ingresso, tem o direito. Tivemos jogadores que saíram e a torcida teve o mesmo comportamento. Se vamos citar um, vamos citar todo mundo. Não vamos direcionar para um, porque aí que não gosto da individualização. Teve mais gente, que recebeu o mesmo tipo de comportamento da torcida. Vamos com calma”, pediu.
“Ele vai iniciar o jogo porque está cumprindo o que eu peço como função e que acho importante para a equipe. Se puder fazer mais, vou ficar ainda mais contente. E se ele fizer menos, talvez a escolha do próximo jogo não recaia sobre ele e recaia sobre outro jogador. Para ser justo, ser correto, como o treinador tem que ser. Dirigir 32 homens não é fácil, não dá para enganar o tempo inteiro. Eles não aceitam (risos)”, complementou.
Com Sobis e mais 10, o Cruzeiro já está definido para enfrentar a Ponte Preta. A escalação terá Rafael; Ezequiel, Leo, Bruno Rodrigo e Edimar; Henrique, Lucas Romero, Robinho e Rafinha; Rafael Sobis e Ramón Ábila. No Z4 do Campeonato Brasileiro, com 33 pontos, o time celeste precisa de simples vitória no Mineirão para subir cinco posições na tabela e encerrar a 29ª rodada na 12ª colocação.
CRUZEIRO
Mano Menezes mostra apoio a Rafael Sobis e explica papel tático de jogador na equipe
Apesar da falta de gols, camisa 7 teve permanência defendida pelo treinador
postado em 07/10/2016 16:51 / atualizado em 07/10/2016 18:08
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