“Estamos muito orgulhososEstá muito feliz, se adaptou bem, está aprendendo o portuguêsEle se integrou, tem boa relação com os jogadoresQuero visitá-los em outubroEstou sentindo a falta deleO Ábila alegra todo ambiente, é um cara de sorriso fácil, que nunca largou o jeito humilde”, afirmou a mãe do atacante"A torcida gosta porque ele deixa o máximo em campo, corre muito, é dedicado e está fazendo muitos gols", acrescentou.
Vida humilde e hábitos simples
A forma positiva como Ábila encara a vida vem da criação no bairro humilde de Remedios de Escalada, no norte da cidade de Córdoba, na Argentina, a 700 quilômetros de Buenos Aires. "Mesmo com a pobreza, com as dificuldades, o Ábila teve uma infância feliz, com muito amor, cercado de bons amigos, boas influênciasGostava de brincar com os primos, bater bola na rua, sempre frequentou a escolaEle nunca se envolveu em confusãoEra um menino do bem”, contou a mãe.
Ábila sempre gostou de comerPercebe-se pelo porte do atacante, hoje em forma, mas que já foi chamado de gordo por Carlos Bianchi, o técnico que mais vezes conquistou a Copa Libertadores. Mas o cruzeirense relevou as críticas, tratou a situação com bom humor e respondeu marcando muitos gols - foram 53 em 108 jogos pelo Huracán, onde ganhou visibilidade internacionalNa infância, seu prato predileto era a empanada (espécie de pastel assado, muito típico na Argentina)Comia tudo acompanhado de um achocolatado“Gostava muito da empanada quando criançaE a receita é muito fácilFaz com carne moída, tomate, cebola, pimentão, tempero e uma massaLeva ao forno e fica prontoEle saboreava com gostoComia muita massa tambémQuando foi ficando mais velho, aprendeu a tomar mate com a avóHoje, não desgruda do mateGosta de pratos simples, nada muito sofisticado”, comentou Gloria.
Embora estudasse e dedicasse parte do tempo ao futebol, Ábila também trabalhou na adolescênciaAjudava o pai assentando pisos em casas de CórdobaDepois, foi funcionário de uma loja de peças de caminhõesNo tempo livre, gostava de ir a shows de cuarteto argentino, música tradicional da ArgentinaLa Mona Jiménez, inclusive, é um dos seus ídolos.
A mãe de Ábila sempre encarou o futebol como um momento de lazer do filhoNunca pensou em uma carreira internacional exitosa“Não pensei que ia chegar tão longeGostava de jogar campeonato de bairro, é muito amigo dos amigos do pai dele, sempre estava nos timesAté que conseguiu uma oportunidade no Instituto (time de Córdoba)Depois, estourou no Huracán e foi para o CruzeiroMas nunca o pressionamos, também não cobramos nadaApenas o acompanhávamos, dando forçaQueríamos um filho felizE isso a gente conseguiu”, ressaltou a mãe de Ábila.
Dona Gloria ainda mora com o esposo, Ramón, no bairro Remedios de Escalada, em CórdobaOutros três filhos também continuam na cidadeUma filha reside na EspanhaMesmo longe, Ábila tenta ajudar a família“Ele nos ajudaO pai fica sem serviço e ele paga as contas, tenta nos ajudar da melhor forma”, frisou dona Gloria, que mais do que ninguém sonha com os gols do filho no Cruzeiro“Que esta fase boa não passe nunca”, afirmou, aos risos.