Documento da gestão Perrella faz clube do Paraná cobrar do Cruzeiro 20% de Bruno Viana

O Cruzeiro confirmou a venda de Bruno Viana ao Olympiacos, da Grécia, mas, nos bastidores, a negociação ainda promete render. Isso porque o clube não reconhece a divisão dos direitos econômicos do zagueiro assinada pelo ex-diretor de futebol Dimas Fonseca, em 2010, em nome do então presidente Zezé Perrella. Naquela época, a diretoria repassou 20% dos direitos do atleta ao PSTC, clube do Paraná, em documento sem assinaturas autenticadas e que não está registrado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A participação do PSTC também não consta no TMS, sistema de transferências da FIFA.

Esta semana, durante a negociação de Bruno Viana, a equipe paranaense procurou o Cruzeiro e pleiteou seus direitos mediante a apresentação dos papéis.

O Superesportes teve acesso ao contrato com fontes ligadas ao time do interior do Paraná. No documento assinado em 16 de agosto de 2010, o clube mineiro ainda detinha 80% dos direitos econômicos de Bruno Viana, o que leva a entender que as participações de investidores só ocorreram posteriomente.






Se considerasse o percentual de 20% que o PSTC diz ter direito, o Cruzeiro receberia apenas 30% de 2 milhões de euros (R$ 7,6 milhões). Mas a exigência da diretoria celeste para liberar Bruno Viana era arrecadar pelo menos 50% do valor da transferência. Assim, o clube ignorou o documento visto como obscuro e ainda articulou entre os parceiros a participação em mais 20%, totalizando 70% (1,4 milhão de euros ou R$ 5 milhões). Enquanto a rede Supermercados BH abriu mão de 5% dos 10% de sua participação na venda de Viana, o empresário Jorge Machado cedeu 5% de 20%. Por fim, um agente de Minas Gerais ficou com metade dos 20% que lhe cabiam na negociação.

Feito o negócio, o PSTC estuda ir à Justiça para pleitear sua parte na negociação. Já a assessoria de comunicação do Cruzeiro não foi localizada para comentar o assunto.

Bônus

O Cruzeiro poderá receber ainda um valor adicional na transferência de Bruno Viana. Para isso, o defensor terá que realizar 40 partidas com a camisa do Olympiacos nesta temporada europeia (2016/17). Se isso ocorrer, o clube mineiro levará mais 500 mil euros como bônus.

Com a venda de 100% dos direitos de Bruno Viana, o Cruzeiro fica sem nenhum percentual do jogador. No entanto, o clube poderá lucrar ainda mais com o zagueiro. No futuro, se ele for vendido, a Raposa terá direito a 25% do lucro da venda efetuada pela equipe grega. Logo, esse percentual incidirá sobre qualquer valor que extrapole 2 milhões de euros.

Pelo contrato apresentado pelo PSTC, como era a divisão dos direitos de Viana:

Cruzeiro 80%

- O clube, de fato com 30%;
- Jorge Machado, 20%;
- Empresário, 20%
- Supermercados BH, 10%
- PSTC 20%
 
Como ficou a divisão após a venda para o Olympiacos:

- Cruzeiro 70%
- Jorge Machado 15%
- Empresário 10%
- Supermercados BH 5%

Colaborou Rafael Arruda