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Minutos depois da divulgação de que Meira Ricci voltaria aos jogos do Cruzeiro, mediante a 'permissão' de Gilvan, o nome do árbitro alcançou o ranking de termos mais comentados no Twitter. Os torcedores celestes se mostraram revoltados com a novidade. "Vergonha aceitar Sandro Meira Ricci. Que vergonha", escreveu um internauta. "Recentemente o Cruzeiro fez uma reclamação formal à comissão de arbitragem. A resposta? Sandro Meira Ricci", questionou outro. "Escalação sem cabimento", afirmou um terceiro.
Mudança de regra do sorteio
Além da 'liberação' de Gilvan de Pinho Tavares, o novo modelo de sorteio de árbitros abriu caminho para a volta de Sandro Meira Ricci aos jogos do Cruzeiro. Uma resolução da direção da CBF despachada em 1º de agosto, que passou a ser aplicada no returno do Brasileiro, aboliu o formato que definia o nome de apenas dois árbitros para o sorteio de cada partida.
Agora, a CBF criou equipes de arbitragem fixas, com um juiz e dois assistentes cada uma. Esses trios são ranqueados de acordo com o desempenho em cada rodada do Campeonato Brasileiro. Diante disso, os melhores profissionais entram no sorteio da rodada. Como Ricci é do quadro da Fifa e está bem posicionado no ranking, fica disponível para apitar os jogos do Cruzeiro.
A única restrição aplicada é o fato dos juízes não apitarem jogos dos clubes de seus estados.
Até então, com apenas dois árbitros escolhidos por partida, o nome de Ricci não entrava em sorteio de jogos do Cruzeiro, embora a CBF jamais tenha admitido o veto dele por parte da direção celeste desde 2010. O fato é que ele ficou cinco anos e nove meses fora de partidas do clube.
”Os melhores árbitros terão a possibilidade de serem escolhidos, também por sorteio, mas numa equipe muito maior do que antes era realizada, com apenas dois (árbitros). Obviamente aqueles que terão o melhor desempenho terão maior possibilidade de serem escolhidos, por sorteio, para a próxima rodada”, explicou o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, quando anunciou as mudanças no sorteio das escalas de arbitragem.
Entenda o caso
Naquela arbitragem de 2010, já na reta final do Brasileirão, Sandro Meira Ricci desconsiderou três pênaltis a favor do Cruzeiro (dois sobre Thiago Ribeiro e um sobre Wellington Paulista) e não utilizou o mesmo critério para anotar uma falta do zagueiro Gil em Ronaldo dentro da área, aos 41 do segundo tempo. Além da penalidade polêmica, os assistentes de Meira Ricci à época, Roberto Braatz (PR) e Alessandro Álvaro Rocha de Matos (BA), erraram em cinco lances de impedimento, prejudicando ataques do clube mineiro.
Logo depois do ocorrido, o Cruzeiro enviou um protesto ao presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa, que ainda ocupa o cargo, e pediu o veto de Meira Ricci em jogos do clube. Apesar disso, a arbitragem dele naquele duelo com o Corinthians mereceu ‘nota 10’ de Corrêa e também do delegado do jogo Manuel Serapião Filho.
Os erros de Sandro Meira Ricci em 2010 tiveram influência direta no desfecho do campeonato. Com a derrota no Pacaembu, a três rodadas do fim, o Cruzeiro ficou terceiro lugar, com 60 pontos, atrás de Fluminense, com 62, e Corinthians, com 63. Embora o time celeste tenha vencido seus últimos três compromissos, chegando aos 69, o Tricolor Carioca acabou campeão, com 71. O clube paulista fechou a disputa em terceiro, com 68.
Relembre os lances polêmicos de Corinthans 1 x 0 Cruzeiro: