
Questionado se a diretoria também falhou no planejamento, Thiago Scuro mudou o discurso do "futebol de resultados" aplicado somente a Paulo Bento, minimizou erros da gestão e preferiu avaliar de maneira positiva alguns pontos isolados, como a aquisição dos direitos econômicos do volante Lucas Romero, convocado pela Seleção Argentina para disputar a Olimpíada no Rio de Janeiro, e uma reorganização financeira que permitiu recursos maiores em caixa.
“Principalmente quando o clube vive esse momento de maus resultados, torcedor e parte da imprensa só olham para o que não funcionou. Mas acho que o Cruzeiro produziu muitas coisas boas, como no caso do Romero. Além disso, o clube pôde fazer investimento com recursos próprios. Nós estabelecemos um plano de reorganização para fazer o clube ter essa condição. Já expliquei algumas vezes as mudanças que o mercado teve por causa de Profut e proibição de investidores. Tem muita coisa positiva produzida na Toca da Raposa II, mas para quem está de fora são apenas o jogo e o resultado”, disse o dirigente.
Ironicamente, Bento foi mandado embora apenas por "resultados negativos". "Não é uma coisa do futebol brasileiro, é do mundo. Qualquer modalidade de alto rendimento, a perspectiva é de bons resultados, de conquistas. E um clube do tamanho do Cruzeiro, quando há a dificuldade de construir bons resultados, a pressão é grande. Lamentavelmente não deu esse resultado", afirmou Thiago Scuro.
Saiba mais
Willian comenta insucesso de Paulo Bento no Cruzeiro e dá boas-vindas a Mano Menezes Scuro justifica saída de Bento a maus resultados, mas evita análise detalhada sobre trabalho Riascos, Delamore, Bento e Mano até 2017: veja pontos da entrevista de Thiago Scuro no Cruzeiro Discurso moderno, prática arcaica: contradições da diretoria do Cruzeiro no caso Paulo Bento
Thiago Scuro reforçou a tese do planejamento em longo prazo para a diretoria com base nos investimentos recentes do Cruzeiro, que desembolsou quantias significativas pelos direitos econômicos dos atacantes Rafael Sobis, ex-Tigres/MEX, e Ramón Ábila, que defendeu o Huracán/ARG. Outros atletas como Bryan, Edimar, Rafinha, Ezequiel, Lucas Romero e Matías Pisano também assinaram vínculos prolongados.
“Em cinco, seis meses geramos investimentos já previstos. Com exceção do Denílson, que veio por empréstimo com possibilidade de continuar, todas as outras contratações terão três, quatro, cinco temporadas no Cruzeiro. Não é trabalho para 2016. É para os próximos anos. Assim, teremos de contratar menos depois. Mas para ter médio e longo prazo precisamos do curto prazo também. É a 13ª temporada em que estou no futebol e nunca vi algo parecido. Ninguém daqui de dentro e nem eu estamos acostumados a viver essa situação”, concluiu o executivo.