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Treinador diz que invasão de torcida à Toca II é 'situação do futebol', mas garante: 'Não resolve'

Paulo Bento comentou episódio em que organizada entrou no centro de treinamento

postado em 21/07/2016 10:31 / atualizado em 21/07/2016 11:18

Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press
Paulo Bento viveu um episódio anormal no início desta semana. Enquanto o português comandava treino na segunda-feira, cerca de 40 integrantes da Máfia Azul, principal torcida organizada do Cruzeiro, invadiram a Toca da Raposa II e convocaram os jogadores para uma conversa. A cobrança foi feita em função dos resultados ruins na Série A (18º lugar, com 15 pontos) e da ‘exigência’ pela classificação na Copa do Brasil – meta conquistada nessa quarta-feira após triunfo por 2 a 1 sobre o Vitória, no Mineirão. Ao analisar o caso, Bento tratou como “situações do futebol”, mas avisou que as ações dos torcedores não contribuem em nada para o desenvolvimento da equipe.

“São situações do futebol. Já aconteceram em outros lugares no mundo, seguramente, mas, se me perguntas se resolve algo, eu digo que não. Não resolve nada. Nada. Hoje não jogamos pior, ou melhor, por causa disso. O que temos que fazer é andar para frente, de consciência tranquila com aquilo que fazemos e com aquilo que produzimos. Estou de corpo e alma no clube”, disse o treinador.

A Máfia Azul entrou na Toca II antes mesmo de a imprensa ter acesso ao centro de treinamento. Com o discurso de "querer conversar", os torcedores teriam forçado a porta de vidro da recepção do CT cruzeirense. Em frente a um dos campos, todos os jogadores e até mesmo a comissão técnica ouviram os integrantes da organizada. Fábio, Bruno Rodrigo e Leo foram alguns dos atletas que se manifestaram. Não foi registrado nenhum ato de hostilidade.

Glaydston Rodrigues/EM/D.A. Press
Bento, que presenciou o ocorrido, destacou a confiança no grupo e projetou muito trabalho para superar as dificuldades. “Estou de corpo e alma com os nossos jogadores, sei que tenho trabalhado, sei que em um momento ou em outro se pode ter mais dificuldade para colocar em prática aquilo que fazemos, devido a várias situações que já foram faladas, mas estou extremamente orgulhoso nesses dois meses que estou aqui com os jogadores, com o compromisso dos jogadores, e assim continuarei. Eu não analiso apenas resultados, não analiso apenas boas exibições. Analiso comportamento. E com isso, salvo uma ou outra exceção, já resolvida pelo clube, estou extremamente satisfeito com o que os jogadores têm me dado. Momentos de dificuldades todos nós temos. Aprendi uma frase que é ‘atrás de morro, sempre há morro’. Atrás de problemas, sempre há problemas. Estamos aqui para resolvê-los”, acrescentou.

Há mais de dois meses no comando do Cruzeiro, Paulo Bento já orientou o time em 16 jogos, com seis vitórias, três empates e sete derrotas. Na Copa do Brasil, o aproveitamento do treinador é de 100%. Já no Brasileiro, a equipe somou apenas 15 pontos e por isso está na zona de rebaixamento. No próximo domingo, às 16h, a chance de recuperação será contra o Sport, no Mineirão. Até aqui, o clube celeste só venceu uma vez como mandante na Série A (2 a 1 sobre o Palmeiras, na 11a rodada).

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