Com apenas um ponto somado nos últimos quatro jogos, o Cruzeiro retornou à zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro ao perder para o Fluminense por 2 a 0, no último domingo, em Mesquita (RJ). O time também foi derrotado por Chapecoense (3 a 2) e Atlético-PR (3 a 0), além de um empate por 2 a 2 com o Vitória. O último triunfo da Raposa na Série A ocorreu no dia 25 de junho: 2 a 1 sobre o Palmeiras, no Mineirão. Depois disso, rendimento abaixo do esperado, irregularidade e falhas individuais decretaram a brusca queda celeste na competição. Antepenúltimo, com 15 pontos, o Cruzeiro está à frente do Coritiba pelo número de vitórias (4 a 3) e só soma mais pontos que o lanterna América (8 pontos).
Riascos “chutou o balde” no revés para o Fluminense. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o jogador esbravejou contra o rendimento do time e alegou insatisfação pessoal. “Não está normal. Não estou feliz com isso que está acontecendo. Tem que encontrar uma solução, porque não pode tirar minha felicidade para jogar essa merda aqui”. Imediatamente, as declarações do colombiano tomaram proporções estrondosas, com a diretoria do Cruzeiro anunciando seu afastamento. Horas depois, Riascos usou as redes sociais para pedir desculpas e alegou ter sido mal interpretado.
No calor da derrota e das palavras de Riascos, o diretor de futebol Thiago Scuro afirmou que o jogador passaria a treinar separado do grupo principal e “conheceria o lado mais duro da diretoria do Cruzeiro”. O pronunciamento feito à imprensa, porém, ocorreu antes de um diálogo com o próprio atleta. A postura de Scuro levantou a questão: o dirigente agiu certo ao afastar Riascos ou deveria ouvi-lo antes de anunciar qualquer medida? Um dia depois, o presidente Gilvan de Pinho Tavares, em entrevista ao portal Uol, questionou o ocorrido.
No dia seguinte à entrevista de Riascos no Rio de Janeiro e ao afastamento do colombiano, anunciado pelo diretor de futebol Thiago Scuro no vestiário do Estádio Giuliete Coutinho, o presidente Gilvan de Pinho Tavares surpreendeu ao discordar da medida tomada por seu departamento de futebol em entrevista na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), onde cumpria agenda como mandatário da Primeira Liga. Gilvan defendeu Riascos e disse que a decisão de afastá-lo deveria ser revista. A declaração do presidente provocou grande mal-estar entre os dirigentes na Toca II. Na manhã desta terça-feira, o clube confirmou, em nota, o afastamento do atacante.
Pouco menos de 24 horas depois de defender o Cruzeiro como titular do time de Paulo Bento, na derrota por 2 a 0 para o Fluminense, em Edson Passos, o meia-atacante Allano foi emprestado ao Bahia para a disputa da Série B. Muito criticado pela torcida celeste, ele gozava de imenso prestígio com o treinador português. A negociação mostrou falta de sintonia entre direção e comissão técnica, já que, claramente, Allano estava nos planos de Bento para a sequência do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Pela Série A, foram nove jogos, três como titular e seis como suplente – ele participou de 60% dos jogos do time na competição nacional.
O auge da turbulência no Cruzeiro foi vivido nessa segunda-feira. Cerca de 40 integrantes da Máfia Azul, torcida organizada do clube, invadiram a Toca da Raposa II para cobrar reação dos jogadores e pressionar pela classificação na Copa do Brasil. O time recebe o Vitória nesta quarta-feira, no Mineirão, e pode até perder por 1 a 0 que garante classificação às oitavas de final da competição. Em entrevista aos jornalistas, um integrante da organizada afirmou que, em caso de desclassificação, os manifestantes voltarão ao CT cruzeirense. Já está marcado outro protesto para a noite desta terça-feira, no Barro Preto, desta vez para protestar contra a diretoria.