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Paulo Bento vê injustiça em revés e encara com naturalidade gritos de 'burro' no Mineirão

Técnico analisou derrota de goleada para o Atlético-PR e protestos do público

postado em 11/07/2016 22:58 / atualizado em 11/07/2016 23:59

Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press

O técnico Paulo Bento considerou injusta a derrota do Cruzeiro por 3 a 0 para o Atlético-PR, no Mineirão, resultado que irritou os mais de 32 mil torcedores presentes no estádio na noite desta segunda-feira. Na análise do comandante, o domínio exercido pelo clube celeste até os 20min do segundo tempo, quando saiu o primeiro gol do Furacão, poderia ter tornado a história da partida diferente.

“Creio que alargaria o tempo em que estivemos bem. Até os 20 minutos da segunda parte criamos oportunidades suficientes para termos ganhado o jogo. Foram demasiadas situações de gol e demasiado domínio. Não fizemos o gol, mas ainda controlamos. Depois, com a desvantagem de 1 a 0, perdemos o controle do jogo e sentimos o gol que sofremos. O 2 a 0, depois, foi golpe muito duro na parte mental para a nossa equipe. Ainda tivemos uma situação de fazer 2 a 1, não conseguimos, aí sim perdemos completamente o controle que tínhamos”, analisou Bento, em entrevista coletiva depois da partida.

Os números do Footstats mostram que o Cruzeiro criou mais durante os 90 minutos. Das 18 finalizações, oito foram em direção ao goleiro Weverton, responsável por pelo menos quatro defesas difíceis. Já Fábio, arqueiro da Raposa, não fez nenhuma intervenção importante. Só que o Atlético-PR se mostrou eficaz e acertou todas as chances cara a cara com o goleiro cruzeirense. Pablo e André Lima, duas vezes, marcaram os gols do rubro-negro.

“Nossa exibição durante 65 minutos foi mais que suficiente para conseguirmos o resultado. Só que em termos de eficácia fomos nulos. E ao primeiro erro fomos penalizados. Isso traz desconfiança. O resultado não acompanha aquilo que foi a qualidade do jogo”, frisou.

Nesta segunda-feira, ao colocar Allano no lugar de Ariel Cabral, Paulo Bento foi chamado de “burro” pela torcida do Cruzeiro. O detalhe é que o jogador, apesar de ter chamado a responsabilidade e até finalizado uma vez a gol, foi vaiado em quase todas as vezes que pegou na bola. Perguntado sobre os protestos do público, o português encarou com naturalidade e manteve a “consciência tranquila” pelo trabalho realizado até o momento.

“Não acho que haja diferenças entre aquilo que é futebol europeu, futebol sul-americano. É assim em todo lugar. Estou onde queria estar, sei o que as pessoas pretendem, em termos gerais, para o clube, sei que os resultados não estão dentro daquilo que esperávamos até aqui, mas essas situações são iguais para todo lado. A função do treinador é a mais volátil que há no mundo. Numa situação como essa, mais ainda. Respeito as opiniões, embora não concorde com algumas delas. O que posso dizer é que me dedico ao clube o maior tempo possível, em termos organizacionais, etc. nunca gastei tanto tempo como estou gastando aqui. Estou satisfeito com os jogadores, com a postura deles. Agora vamos procurar estruturar o clube da melhor maneira possível. Estou com consciência tranquila por tudo que tenho feito, assim como minha equipe”.

Derrotado pela terceira vez em sete jogos no Mineirão, o Cruzeiro continua na parte da tabela do Brasileiro, com 15 pontos. O time ocupa a 15ª posição e só não está na zona de rebaixamento porque venceu mais jogos que Coritiba e Figueirense (4 a 3). No próximo domingo, às 16h, a equipe tentará se recuperar diante do Fluminense, no Estádio Edson Passos, no Rio de Janeiro.



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